Última alteração: 2016-01-21
Resumo
As mudanças ocorridas no padrão de adoecimento da população brasileira, percebidas por meio da crescente evolução das doenças crônicas nas últimas décadas, envolvem diferentes aspectos das condições de vida dos grupos sociais, demandando por sua vez, serviços de saúde em todos os níveis de complexidade. Quanto ao Estado do Amazonas, a Insuficiência Renal Crônica encontra-se entre as principais causas de morbidade, cujo tratamento envolve procedimentos de alta complexidade, a saber: terapia de substituição do rim, por meio da diálise (hemodiálise ou diálise peritoneal) ou do transplante. Objetivos: O estudo ora apresentado objetivou a análise da implementação da Política de Transplantes no Estado do Amazonas, suas potencialidades, desafios e contradições, bem como seus efeitos nas condições de vida das pessoas transplantadas, considerando nesse processo, a realidade do Estado do Amazonas em suas singularidades frente às demais regiões do país. Metodologia: a referida pesquisa foi realizada numa abordagem crítica, através de uma investigação de caráter exploratório, por meio de revisão bibliográfica, análise documental e entrevistas semi-estruturadas, numa leitura quantitativa e qualitativa dos dados, buscando compreender a efetividade da política estadual de transplantes na realidade das pessoas transplantadas de rim, sob a perspectiva de uma política pública de saúde na alta complexidade. Resultados: os resultados evidenciaram que embora o estado ainda esteja longe da estimativa necessária para suprir a demanda da população por transplante de rim, para aqueles que conseguiram realizar o transplante, a vida ganhou um novo significado. O fato de não precisarem se ausentar de seus domicílios, bem como de seus familiares para realizar o tratamento, representou um considerável ganho social e econômico, no entanto, o principal desafio para a política de transplantes no Estado do Amazonas é superar a relação de dependência mantida junto às instituições privadas na efetivação dos transplantes, fazendo-se necessário a ampliação e publicização da referida política para que se concretizem os direitos sociais conquistados pela sociedade e estabelecidos nos princípios do Sistema Único de Saúde – SUS.
Palavras-chave
Referências
BEZERRA, Karina Viviani; SANTOS, Jair Lício Ferreira. O cotidiano e pessoas com insuficiência renal crônica em tratamento hemodialítico. Revista Latino-Americana de Enfermagem, vol.16 Nº. 4 Ribeirão Preto, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo. Acesso em 20.07.2014.
BOBBIO, Norberto. MATTEUCCI, Nicola. PASQUINO, Gianfranco (orgs.). Dicionário de política. Brasília: Editora Universidade de Brasília, ed. 1998.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. A construção do SUS: histórias da Reforma Sanitária e do Processo Participativo/Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. In. SOBRINHO, Eduardo Jorge Martins. A mobilização Instituinte (décadas de 1970 e 1980).
BUSS, Paulo Marchiori. PELLEGRINI FILHO, Alberto. A Saúde e Seus Determinantes Sociais. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/physis/pdf. Acesso em 20. 03. 2014.
CAMPOS, Gastão Wagner de Souza. Reforma da Reforma: repensando a saúde. 2 edição – Editora Hucitec, São Paulo, 1997.
CANESC, Ana Maria (Org.). Ciências sociais e Saúde para o ensino Médico. In. NUNES, Everaldo Duarte. A Doença como Processo Social. São Paulo: HUCITEC/FAPESP, 2000.
_________ CHAMMÉ, Sebastião Jorge. Intervenção Sanitária na Saúde e Doença: o avanço das discussões.
__________VIANA, Ana Luiza D’Ávila. As políticas de saúde nas décadas de 80 e 90: o (longo) período de reformas.
CAPELLA, Ana Cláudia N. Perspectivas Teóricas sobre o Processo de Formulação de Políticas Pública. Revista Brasileira de Informações Bibliográficas em Ciências Sociais (BIB), 61, 2006.
CARDOSO JR, José Celso & JACCOUD, Luciana. Políticas Sociais no Brasil: organização, abrangência e tensões da ação estatal. In JACCOUD, Luciana et al. (org.). Questão Social e Políticas Sociais no Brasil Contemporâneo. Brasília, IPEA, 2005. Cap. 5.
Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos do Estado do Amazonas - CNCDO-AM. Site: http://doeorgaos.am.gov.br
CINTRA, Ricardo de Castro e outros. Diálise Crônica no Brasil - Relatório do Censo Brasileiro de Diálise, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf. Acesso em 11. 06. 2014.
CHERCHIGLIA, Mariangela Leal e tal. Perfil epidemiológico dos pacientes em terapia renal substitutiva no Brasil, 2000-2004. Rev. Saúde Pública vol.44 no.4 – São Paulo, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo. Acesso em 15. 06. 2014.
Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde. As Causas Sociais das Iniqüidades em Saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2008. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/causas_sociais_iniquidades.pdf. Acesso em 15. 03. 2014.
CONASS - Coleção Para Entender a Gestão do SUS | 2011. In Alta complexidade. Disponível em: www.conass.org.br/colecao2011/livro_3.pdf. Acesso em 04.06.2014.
CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE (CONASS). Disponível em www.conass.org.br. Acesso em 15. 05. 2014.
FALEIROS, Vicente de Paula e tal. A Construção do SUS: histórias da Reforma Sanitária e do processo participativo/Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. In. ALVES
FERNANDES, Paulo Manuel PÊGO; GARCIA, Walter Duro. Estado atual do transplante no Brasil. Disponível em: http://files.bvs.br/upload. Acesso em 10. 07. 2014.
FILHO, NS Brito. Doença renal crônica: a grande epidemia deste milênio. J. Bras. Nefrol. 2006; 28 (Suppl 2):1-5. Disponível em: http://www.jbn.org.br/detalhe_suplemento. Acesso em 23. 07. 2014.
FINKELMAN, Jacobo (org.). Caminhos da saúde pública no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2002. In. RISI JUNIOR, João Baptista; NOGUEIRA, Roberto Passos (orgs. As condições de saúde no Brasil.
_________MERCADANTE, Otávio Azevedo [et al]. Evolução das Políticas e do Sistema de Saúde no Brasil.
FLAESCHEN, Marcelo. Transplantes - Doa-se vida - Brasil dispara em transplantes de órgãos e cresce também em número de doadores 2010 . Ano 7 Edição 63 - 19/11/2010. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/desafios. Acesso em 07.06.2014.
GARRAFA, Volnei. O Processo saúde-doença. Humanidades – Vol. 7/número 1. 1991.
GARCIA, Valter Duro. Por uma Política de Transplantes no Brasil – São Paulo: Office Editora, 2000.
GARCIA, Walter Duro. A política de transplantes no Brasil. Revista da Associação Médica do Rio Grande do Sul – AMRIGS, Porto Alegre – 2006. Disponível em: www.amrigs.com.br/revista. Acesso em 05. 05. 2012.
GIATTI, Leandro Luiz (Org.). Fundamentos de saúde ambiental – Manaus: Editora da Universidade Federal do Amazonas, 2009.
GIOVANELLA, Ligia. (org.) – Políticas e Sistemas de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2008. In. VIANA, Ana Luiza d’Ávila; BAPTISTA, Tatiana Wargas de Faria. Análise de Políticas de Saúde.
___________BARATA, Barradas Rita. Condições de Saúde da População Brasileira.
___________CARVALHO, Antonio Ivo de. BUSS, Paulo Marchiori. Determinantes Sociais na Saúde, na Doença e na Internação.
___________SOLLA, Jorge. CHIORO, Arthur. Atenção Ambulatorial Especializada.
___________TRAVASSOS, Cláudia. CASTRO, Mônica Silva Monteiro. Determinantes e Desigualdades Sociais no Acesso e na Utilização de Serviços de Saúde.