Rede Unida, Encontro Regional Norte 2015

Tamanho da fonte: 
A SUPERVISÃO ACADÊMICA EM TERRITÓRIO INDIGENA: O FAZER E APRENDER DO PROJETO MAIS MÉDICOS PARA O BRASIL
TATIANE FERREIRA DE JESUS, HARINEIDE MADEIRA MACEDO, ANDERSON SALES DIAS

Última alteração: 2016-01-21

Resumo


Os povos indígenas construíram seus sistemas tradicionais de saúde, que articulam os diversos aspectos da sua organização social e cultura, a partir do uso das plantas medicinais, rituais de cura e práticas diversas de promoção da saúde, sob a responsabilidade de pajés, curadores e parteiras tradicionais. A medicina indígena, distinta do modelo biomédico ocidental, procura restabelecer o equilíbrio entre o indivíduo e o mundo. No entanto, à medida em que avançaram a ciência e que os contatos dos indígenas com os não-indígenas se streitaram novas demandas de assistência médica também se apresentaram nessas comunidades. A política pública no Brasil que formalmente começou a atender essa demanda tem como marco a instituição da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), cuja função foi substituída por uma Secretaria dentro do Ministério da Saúde atualmente.

O Programa Mais Médicos surge no país com a proposta também de prover atendimento à população de locais de difícil deslocamento, onde se inclui a população indígena. Assim, nesses territórios os médicos atendem nos polos base de saúde em Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI).

Para garantir a qualidade no atendimento e o acompanhamento dos médicos que estão nos DSEI, o Projeto Mais Médicos para o Brasil lançou mão de um projeto piloto de supervisão ampliada em território indígena, com a finalidade de qualificar o processo de supervisão acadêmica nesses territórios, contribuindo para a efetivação dos direitos ã saúde e formação cidadã às comunidades indígenas brasileiras.

É o relato dessa experiência que aqui se enfatiza, pois o projeto piloto aconteceu nos polos bases do DSEI Rio Tapajós, no município de Itaituba, Estado do Pará. A singularidade dessa experiência está em um acompanhamento pedagógico dos médicos participantes do Projeto Mais Médicos para o Brasil, cuja vivência de ensino-serviço se dá em várias aldeias com a consideração de suas estruturas sociais, suas práticas religiosas, formas de produção de conhecimento, métodos de ensino-aprendizagem e atividades econômicas. Realizar a Supervisão Acadêmica em território indígena sob essa perspectiva é entender que a saúde desses povos está intimamente relacionada com a terra e o equilíbrio da natureza. Para isso, o Ministério da Educação, por meio da DDES/SESu/MEC, assume o fazer e aprender peculiares dos territórios indígenas sob o desafio da ampliação de processos formativos de supervisores, tutores e apoiadores institucionais atuantes no Projeto Mais Médicos para o Brasil.


Palavras-chave


saúde indígena; Programa Mais Médicos; supervisão acadêmica; Educação em Saúde