Rede Unida, Encontro Regional Norte 2015

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Oficina de Educação Permanente em Saúde em Movimento no Cotidiano da Equipe da ESF na Comunidade Bom Socorro – Lago Zé Açu, Parintins - AM
Joseane Mascarenhas, Júlio Cesar Schweickardt

Última alteração: 2016-05-30

Resumo


Introdução

O presente trabalho relata a experiência vivenciada na I Oficina de Sensibilização dos Profissionais de Saúde com a Educação Permanente em Saúde em Movimento no Cotidiano da Equipe n. 029 da ESF – Município de Parintins – Comunidade Bom Socorro – Lago Zé Açu. A oficina envolveu diferentes atores nas atividades de reflexão significativa sobre o seu papel profissional na equipe de saúde. A metodologia utilizada promoveu a participação e a criatividade através de dinâmicas da Educação Popular em Saúde. A atividade foi um produto do curso de Especialização em Educação Permanente em Saúde em Movimento, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no formato de encontros presenciais e à distância.

A Educação Permanente em Saúde – EPS - sugere que a transformação das práticas profissionais esteja baseada na reflexão crítica sobre as práticas reais, de profissionais em ação na rede de serviços. Desta forma a Educação Permanente em Saúde é o encontro entre o mundo da formação e o mundo do trabalho, onde o aprender e ensinar estão caminhando juntos no cotidiano de trabalho (BRASIL, 2013).

A valorização do trabalho como fonte de conhecimento (aprendizagem significativa) é definida pelas práticas e os múltiplos fatores que contribuem para que o processo de educação permanente tenha valoração dos saberes e práticas e práxis, contribuindo para que os fatores de organização do trabalho, conhecimento técnico cientifico, saberes e relação de poder, sejam ações transformadoras, emancipatórias de transformação e aprendizagem significativa, com foco primordial na equipe multiprofissional, interdisciplinar e transdisciplinar com a promoção de diálogo entre os atores envolvidos.

O objetivo desse trabalho é descrever a experiência da I Oficina de Educação Permanente em uma Unidade Básica de Saúde em área ribeirinha do Amazonas. Os objetivos da oficina foram: sensibilizar os profissionais e trabalhadores da saúde sobre os princípios e metodologias da EPS; refletir sobre as ações no cotidiano de trabalho e discutir as informações referentes à área de abrangência onde cada profissional atua; utilizar metodologias de educação popular em saúde para dinamizar as atividades da oficina.

Relato da Experiência

O processo de educação permanente com os profissionais que compõem a equipe de PSF na Comunidade Bom Socorro do Zé Açu vem ao encontro da proposta de trabalho desenvolvida no curso de EPS Movimento. A oficina foi realizada em um dia e foram convidados todos os trabalhadores da UBS, moradores e interessados na atividade. A programação foi construída no desenvolvimento da atividade, com a proposta de fomentar ferramentas para serem utilizadas no cotidiano de cada ator envolvido, buscando uma introspecção reflexiva do trabalho desenvolvido. Foi realizado acordo como proposta de tempo para o desenvolvimento de cada atividade individual e de grupo, proporcionando adequação nas apresentações.

O diálogo pautou-se pela necessidade de trabalhar mais as ações preventivas para o cuidado individual e coletivo, ativando todo o processo da Educação Permanente na Equipe. Utilizamos de dinâmicas de Educação Popular para incentivar a participação e o conhecimento dos participantes. Realizamos a discussão, em roda de conversa, do texto “Aprendizagem como produção compartilhada de saberes” (OTICS, 2015).

Cada membro da equipe apresentou descritivamente sua área, com o número de famílias atendidas, como desenvolve seu trabalho no dia a dia e onde busca fonte de conhecimento para as atividades de Educação em Saúde, dados quantitativos de comunitários acometidos por doenças crônicas, qual doença prevalente e quais ações poderiam ser realizadas após esse processo.

Considerações

O resultado é que todos participaram da construção do planejamento das ações da equipe no território. O grupo fez as seguintes questões: O que sou como profissional? O que estou fazendo e o que posso fazer para ser o que acredito que seja o melhor para mim e para os usuários? A partir do questionamento que chegamos, podemos acreditar que houve uma grande reflexão e sensibilização por parte de todos, atingindo nosso objetivo maior no processo de produção de aprendizagem e troca de saberes entre os trabalhadores de saúde membros da equipe. Concluímos que a EPS tem o potencial de mobilizar e de criar estratégias que viabilizem a transformação dos processos de trabalho através da possibilidade de afetar e sermos afetados. Após todo desenvolvimento os encaminhamentos foram apontados com a proposta de se fazer o movimento ser vivenciado no nosso cotidiano e a análise de dados trimestral, buscando a melhoria de nossas ações, do nosso pensar, do nosso agir sempre na correnteza do movimento, aberto para novo dinamismo e para as vozes que vem da rua.


Palavras-chave


Educação em Permanente em Saúde; Trabalho em Saúde; Equipe Multiprofissional; Amazônia

Referências


BRASIL. Ministério da Saúde Política de Educação e Desenvolvimento para o SUS: Caminhos para a educação permanente em saúde. 2013. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica2_vpdf.pdf.

OTICS – Observatório de Tecnologias em Informação e Comunicação em Sistemas e Serviços de Saúde. Educação Permanente em Saúde Movimento. Aprendizagem como produção compartilhada de saberes. 2015. Disponível em: http://educasaude.org