O relato envolve as experiências durante o pro­cesso de ensino-aprendizagem com um grupo de alunos do 4º período, do curso de enfermagem da Universidade Potiguar – UNP, campus Mossoró/RN, durante a construção do Projeto Interdisciplinar – PROINTER de 2014.2, com o tema “Educação em saúde com populações vulneráveis ao HIV/AIDS”. O PROINTER é uma proposta institucional que objetiva a elaboração e execução de projetos de intervenções apoiadas no conceito de Interdisciplinaridade, servindo de exercício para os alunos pensarem estratégias em saúde que articulem as disciplinas trabalhadas no período. Dessa forma, os alunos foram à campo ter contato com a realidade, retornaram para os momentos de discussão dos “nós críticos” em sala de aula, teorizando sobre o problema após pesquisas de artigos científicos em bases de dados e elaborando a proposta de intervenção, que ocorreu em uma casa de prostituição no Município de Mossoró/RN. Com intuito de trabalhar a partir dos conhecimentos prévios das mulheres, foi aberto espaço para que falassem o que já sabiam sobre o tema. Em seguida os alunos, por meio de roda de conversas, abordaram sobre a prevenção, sinais e sintomas, diagnóstico e tratamento do HIV/AIDS. Houve a distribuição de kits para unhas de uso individual e preservativos a fim de prevenir outras doenças sexualmente transmissíveis. Percebeu-se que as garotas de programa tinham pouco ou nenhum contato com práticas educativas sobre o tema, evidenciando a necessidade de um olhar integral para a saúde dessas mulheres em situação de vulnerabilidade e trabalhos de promoção à saúde que fortaleçam o princípio da equidade no SUS. Entende-se que os profissionais de saúde, em especifico os enfermeiros, devem estar preparados para informar, orientar e prestar assistência à essa clientela, sem preconceito e discriminação. Este trabalho proporcionou uma reflexão sobre a necessidade de se aproximar da realidade da vida dessas mulheres, no sentido da construção de vínculos e confiança com os profissionais de saúde, para que assim, possam ser estabelecidos um diálogo com os sujeitos envolvidos e, prestados uma assistência integral, equânime e humanizada para essas mulheres expostas à diversas situações de risco, principalmente no que tange à infecção do HIV/AIDS.