Última alteração: 2014-10-30
Resumo
Introdução: A Estratégia Saúde da Família (ESF) surgiu como uma nova organização do modelo de assistência à saúde em saúde no Brasil. A proposta do estudo se justifica pelo interesse em conhecer a realidade no processo de trabalho em equipe, o qual é recomendado no sentido de favorecer o envolvimento dos profissionais, no trabalho coletivo, para atingir de forma abrangente e resolutiva as necessidades de atenção em saúde da população. Objetivos: Analisar o processo de trabalho em equipe realizado pelos profissionais de uma ESF. Metodologia: Estudo descritivo, quantitativo realizado na ESF Dr. João Miguel Basmage, no município de Grande-MS, por meio de formulário semiestruturado aplicado aos profissionais da equipe atuantes no período, que concordaram em participar da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Resultados: Foram entrevistados 41 profissionais, a maioria do gênero feminino 38 (93%), em um total de 38 (93%) profissionais, a faixa etária predominante foi de 30 a 40 anos (46%), o tempo de atuação e participação na ESF variou entre 1 a 3 anos (51%), 3 a 10 anos (39%) e acima de 10 anos (10%). Com relação à capacitação para atuar em ESF, 71% participaram do curso introdutório e responderam que foi abordado no curso o trabalho em equipe. Dos entrevistados 56% conhecem a área de abrangência da ESF, 52% a população prioritária e 45% conhecem as metas de trabalho estipuladas. Com relação ao planejamento das atividades em equipe, 62% afirmam participar com facilidade desta atividade. Sendo que 41% relatam boa comunicação entre os integrantes da equipe para os trabalhos e 20% que existe união entre os profissionais. Com relação as dificuldades no trabalho em equipe, 29% relatam que alguns profissionais não participam das reuniões e 22% que não existem problemas, sendo que 17% relatam falta de compromisso de alguns colegas. Quando questionados sobre os fatores motivacionais para o trabalho, 28% referem bom relacionamento, 27% respeito e amizade e 20% cooperação entre os profissionais. Os fatores desmotivacionais citados para o trabalho em equipe foram: 28% desvalorização, 22% baixa resolutividade e 20% falhas no processo de comunicação. Conclusão: Os resultados explicitaram que existem alguns determinantes facilitadores da construção do processo de trabalho em equipe, e dentre estes, ressaltam-se: o entrosamento da equipe, a participação de todos os componentes nas reuniões, o comprometimento dos profissionais, a troca de experiências, o bom relacionamento e respeito. A coesão da equipe com a construção coletiva da organização do serviço e empoderamento dos profissionais perante suas atividades, assim como a valorização destes para o trabalho, são fatores fundamentais e devem ser foco de ações dos gestores.
Palavras-chave
Referências
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