Rede Unida, Encontro Regional Centro-Oeste 2014

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EDUCAÇÃO EM SAÚDE: UMA PROPOSTA DE EFETIVAÇÃO NO MUNICÍPIO DE ALTA FLORESTA D’OESTE, RO
Silvana Dias Corrêa Godoi, Luciana Leitão Melo

Última alteração: 2014-11-09

Resumo


Este artigo relata a experiência vivida no município de Alta Floresta d’Oeste, RO, quando da implantação de um programa de educação em saúde com ações coletivas e individuais, tendo o projeto piloto desenvolvido na Unidade Básica de Saúde Edmilson Lima. A proposta nasceu do diagnóstico do local a partir do problema de maior relevância utilizando-se a técnica de Carlos Matos, sendo identificados elevados e estáveis índices nos indicadores de morbimortalidade relacionados a doenças sensíveis à atenção básica, bem como alta demanda reprimida nas unidades de saúde, fruto da desorganização, tendo ambos os problemas “raiz” comum: a falta de conhecimento por parte da população sobre as ações preventivas e curativas, bem como de promoção e reabilitação da saúde. A metodologia adotada foi o Arco de Maguerez, e os resultados foram agrupados seguindo-se as cinco etapas do Arco: observação da realidade, elaboração dos pontos-chave, teorização, hipóteses de solução e aplicação à realidade. A primeira implementação diz respeito a um cronograma anual com proposta de educação em saúde pautada em datas alusivas, já adotada no Brasil. Seguindo o cronograma, foram realizadas oficinas em outubro de 2013 e em março, abril, maio, junho, julho e agosto de 2014. As ações educativas focaram os temas: câncer do adulto, DSTs, métodos contraceptivos, hipertensão arterial, diabetes mellitus, vacinação de influenza, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, alimentação saudável e hábitos saudáveis. Foi implantado grupo de gestante com pauta permanente de temas como: pré-natal/parto e puerpério, aleitamento e imunização, teste do pezinho, orelhinha e olhinho. Houve implantação do programa de puericultura com rotinas e temas preestabelecidos, como mensurações, pesagens e atualização de calendário vacinal. Numa abordagem multidisciplinar, contou-se com a cooperação de profissionais como fisioterapeuta, psicólogos e fonoaudióloga, além da equipe do Programa Bolsa Família. Para implementação do programa de educação permanente, em parceria com o Núcleo de Apoio à Saúde da Família, iniciaram-se discussões de situações problema, com pauta mensal aberta. Destaca-se que, em busca de implementação em nível municipal, foi entregue oficialmente cópia do projeto e calendário para o secretário e o Conselho Municipal de Saúde, além de realizar-se divulgação em toda a rede de atenção básica municipal. Os resultados preliminares permitem afirmar que as oficinas de educação em saúde e educação permanente têm possibilitado a organização da demanda, com consequente diminuição do tempo de espera e maior satisfação dos profissionais da equipe de saúde e usuários. Outras equipes iniciaram ações semelhantes em caráter experimental, seguindo o calendário, fato que potencializa todos os estágios das ações (divulgação, desenvolvimento, feedback). Deve-se considerar a necessidade de tempo maior para a redução dos índices de morbidade, comorbidades e mortalidade.

Palavras-chave


Educação em Saúde;. Educação Permanente; Saúde da Família.

Referências


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