Última alteração: 2014-11-05
Resumo
Introdução: a criança perpassa por inúmeras transformações durante sua trajetória, desde a busca pela sua auto identidade até a necessidade de encontrar seu “eu social”. Tais situações quando não sustentadas por um clima de tranquilidade, segurança, amor, firmeza e justiça dos pais, sem esquecer-se do respeito à sua individualidade e necessidades de expressão e criação, poderão gerar um desajustamento. Impacto: O ato do furto representa 70% dos delitos de menores, aparecendo mais comumente nos meninos. Porém, estas condutas sintomáticas devem ser compreendidas primeiramente como parte da maturação da criança, antes de serem integradas a uma organização patológica particular. Tal conduta também pode denotar carência afetiva, abandono intrafamiliar ou má adaptação escolar, separação dos pais, extremo rigor ou renúncia educativa, acompanhados por sentimentos de ansiedade, inferioridade, revolta, injustiça e hostilidade. A teoria psicanalítica diz que a criança é completamente dominada por seus impulsos, sendo capaz de todos os sacrifícios para ser amada. Descrição da experiência: a proposta do presente relato, foi correlacionar a vivência obtida através das teorias referentes a temática do desenvolvimento na terceira infância e a relação com a prática de um profissional. Para isso foi realizada uma entrevista informal à Psicóloga de um dos Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de um município do Sul de Santa Catarina. Considerações Finais: através da experiência em buscar responder a teoria na prática de um profissional psicólogo, percebeu-se que existe uma ligação entre o que a literatura tráz, com a visão do profissional sobre o assunto. Contudo, durante o curso desta experiência e elaboração deste relato, foi observado a grande lacuna na literatura científica a respeito desta temática. O furto infantil é pouco trabalhado e quando este vem a ser abordado, está inserido em um contexto criminal, ou de deliquência na infância e adolescência. Porém, percebe-se que o furto na infância está mais relacionado a fatores emocionais, que psicopatológicos. Nesta perspectiva, supõe-se a necessidade de maior atenção voltada para esta temática, com pesquisas de campo, que visem a testar hipóteses e respoder questões mais abrangentes que possam elucidar e preencher estas lacunas tão visíveis e essenciais para a construção do conhecimento científico em desenvolvimento infantil.
Palavras-chave
Referências
DYNIEWICZ, Ana Maria. Metodologia da pesquisa em saúde para iniciantes. 2 ed. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2009.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda; FERREIRA, Marina Baird; ANJOS, Margarida dos. Dicionário Aurélio da língua portuguesa. 5. ed. Curitiba: Positivo, 2010. 2222 p.
HUTZ, Claudio Simon; KOLLER, Sílvia Helena. Questões sobre o desenvolvimento de crianças em situação de rua. Estudos de Psicologia, Porto Alegre, v. 2, n. 1, p. 175-197, 1996.
KLEIN, Melanie. Tendências criminosas em crianças normais (1927). In:______. Amor culpa e reparação e outros trabalhos (1921-1945). Tradução de André Cardoso. Rio de Janeiro: Imago, 1996, p. 197-213.
MARCELLI, D. Distúrbios de comportamento. In:______. Manual de psicopatologia da infância de ajuriaguerra. 5.ed. Tradução de Patrícia Chitonni Ramos. Porto Alegre: Artmed, 1998, p. 137-144.
RAMOS, Arthur. A criança problema. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil, 1948.
SALUM, Giovanni Abrão. et al. Effects of childhood development on late-life mental disorders. Current Opinion in Psiquiatria, Porto Alegre, v. 23, n. 6, p. 498-503, 2010.
SANTANA, Juliana Prates et al. Os Adolescentes em Situação de Rua e as Instituições de Atendimento: Utilizações e Reconhecimento de Objetivos. Psicologia: Reflexão e Crítica, Porto Alegre, v. 18, v. 1, p. 134-142, 2005.
SCIVOLETTO, S. et al. Avaliação diagnóstica de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco social: transtorno de conduta, transtornos de comunicação ou “transtornos do ambiente”? Revista de Psiquiatria Clínica, v. 36, n. 5, p. 206-207, 2009.