Rede Unida, Encontro Regional Centro-Oeste 2014

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O SIGNIFICADO DO FURTO INFANTIL NA VISÃO DA PSICOLOGIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Ana Carolina Brunatto Falchetti, Karine Mattos, Fabio Martins Vieira, Denise Nuemberg

Última alteração: 2014-11-05

Resumo


Introdução: a criança perpassa por inúmeras transformações durante sua trajetória, desde a busca pela sua auto identidade até a necessidade de encontrar seu “eu social”. Tais situações quando não sustentadas por um clima de tranquilidade, segurança, amor, firmeza e justiça dos pais, sem esquecer-se do respeito à sua individualidade e necessidades de expressão e criação, poderão gerar um desajustamento. Impacto: O ato do furto representa 70% dos delitos de menores, aparecendo mais comumente nos meninos. Porém, estas condutas sintomáticas devem ser compreendidas primeiramente como parte da maturação da criança, antes de serem integradas a uma organização patológica particular. Tal conduta também pode denotar carência afetiva, abandono intrafamiliar ou má adaptação escolar, separação dos pais, extremo rigor ou renúncia educativa, acompanhados por sentimentos de ansiedade, inferioridade, revolta, injustiça e hostilidade. A teoria psicanalítica diz que a criança é completamente dominada por seus impulsos, sendo capaz de todos os sacrifícios para ser amada. Descrição da experiência: a proposta do presente relato, foi correlacionar a vivência obtida através das teorias referentes a temática do desenvolvimento na terceira infância e a relação com a prática de um profissional. Para isso foi realizada uma entrevista informal à Psicóloga de um dos Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de um município do Sul de Santa Catarina. Considerações Finais: através da experiência em buscar responder a teoria na prática de um profissional psicólogo, percebeu-se que existe uma ligação entre o que a literatura tráz, com a visão do profissional sobre o assunto. Contudo, durante o curso desta experiência e elaboração deste relato, foi observado a grande lacuna na literatura científica a respeito desta temática. O furto infantil é pouco trabalhado e quando este vem a ser abordado, está inserido em um contexto criminal, ou de deliquência na infância e adolescência. Porém, percebe-se que o furto na infância está mais relacionado a fatores emocionais, que psicopatológicos. Nesta perspectiva, supõe-se a necessidade de maior atenção voltada para esta temática, com pesquisas de campo, que visem a testar hipóteses e respoder questões mais abrangentes que possam elucidar e preencher estas lacunas tão visíveis e essenciais para a construção do conhecimento científico em desenvolvimento infantil.


Palavras-chave


Desenvolvimento Infantil. Furto. Psicologia Social

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