Rede Unida, Encontro Regional Centro-Oeste 2014

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Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET SAÚDE: a ótica do acadêmico diante da Preceptoria
Fernanda Gabriela Dias, Luiz Hermínio de Arruda Alcantara

Última alteração: 2014-11-07

Resumo


As Políticas Indutoras pensadas pelo Ministério da saúde têm proposto uma nova formação acadêmica. Com o desafio de articular Universidade-Comunidade-Serviço-Extensão. O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET SAÚDE, é construído por três atores: o Tutor, o preceptor e o aluno. A imersão do acadêmico no sistema, mesmo nos anos iniciais é uma medida ousada, entretanto, aproxima a formação da realidade e proporciona ao aluno a oportunidade de desenvolver mais precocemente competências como a liderança e a tomada de decisão. Para tanto, se faz necessário um ator muito importante nesse processo: o Preceptor. Segundo alguns estudos o termo “preceptor” corresponde àquele profissional que não é da academia mas que tem papel indispensável na inserção e socialização do recém-graduado e/ou do graduando no ambiente de trabalho. O preceptor exerce diversas funções, entretanto é essencial que priorize o papel de orientar, de dar suporte, de ensinar e compartilhar experiências que melhorem a competência clínica e o conhecimento relacionado ao sistema para o graduando. Portanto, é indispensável que o Preceptor tenha competências de educador. Descrição da experiência: A vivência do PET/REDES, em execução na Santa Casa de Misericórdia de Campo Grande/MS em parceira da Universidade Católica Dom Bosco é desafiadora por diversos entraves no processo como: a complexidade e o porte do hospital e principalmente pela heterogeneidade do perfil da preceptoria. O sucesso do trabalho acadêmico está integralmente ligado a atuação e disponibilidade do Preceptor. Dentro de um mesmo processo observamos os mais diversos perfis desse mesmo ator. Acreditamos que este fato deve-se pelo método de seleção; enquanto os alunos foram selecionados por análise curricular e desempenho acadêmico, a preceptoria foi indicada pela direção do hospital, sem ter um processo seletivo baseado em competências ou currículo. Dessa forma temos preceptores bastante competentes na atuação clínica, mas que ainda não conseguem agir como educadores. O maior desafio é mostrar ao preceptor que nós, acadêmicos, podemos construir o processo de maneira conjunta; horizontalizando a discussão. A prática verticalizada, ainda é muito forte e estabelecida de maneira soberana na maioria dos encaminhamentos. De fato, este é nosso maior empecilho, pois não há troca de saberes; há apenas uma via de mão única, da preceptoria para academia. Impactos: O intuito do PET, inicialmente, é que o aluno se torne parte daquele espaço em que foi colocado, que ele traga uma ótica mais humaniza, não corrompida pelas práticas de rotina. A academia fomenta essa ideia e se dispõe a vivê-la, entretanto necessitamos da figura do preceptor para ser aliado nesse processo. Como isso ocorre de maneira limitada, ainda não conseguimos intervir efetivamente na rotina hospitalar. O usuário está ávido por mudanças no processo da prática clínica. Sabemos disso, mas estamos vinculados a uma figura ainda presa a rotina.  Considerações finais: Para que o PET possa cumprir com o seu papel de cuidado e de qualidade em saúde, é necessária completa adesão a mudanças. E cabe ao preceptor criar as condições necessárias para que elas sejam implementadas de maneira satisfatória durante o processo de formação.


Palavras-chave


PET SAÚDE; Preceptoria; preceptor