Rede Unida, Encontro Regional Centro-Oeste 2014

Tamanho da fonte: 
Planejamento e organização do processo de trabalho das equipes de atenção básica do SUS em Mato Grosso do Sul
Jacinta de Fátima Franco Pereira Machado, Mara Lisiane Santos, Alessandro Diogo de Carli, Vera Lúcia Kodjaoglanian

Última alteração: 2014-11-09

Resumo


Introdução: Conceitualmente, o planejamento e organização do processo de trabalho em saúde e seus elementos, tomaram a reunião de equipe e suas ações, como constitutivas da qualificação da gestão, do cuidado ampliado e da participação popular, com finalidade de resolver os problemas de saúde num determinado território. A importância do tema qualidade em saúde levou o Estado de Mato Grosso do Sul a adotar como  política indutora da melhoria do acesso e da qualidade da atenção à saúde, o Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade-PMAQ.

Objetivo: Discutir o planejamento e organização do processo de trabalho das equipes da Atenção Básica no Estado de Mato Grosso do Sul, com foco na reunião de equipe como princípio organizador na esfera administrativa e clínica.

Metodologia: Estudo transversal analítico com 184 equipes de saúde da família, através de dados secundários coletados no primeiro ciclo do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade-PMAQ.

Resultados: A reunião de equipe foi uma prática regular no cotidiano das equipes. Foi implantada em periodicidade semanal na capital e também em frequência quinzenal e mensal no interior. Em ambos os locais houve prevalência para os temas administrativos em função da organização do processo de trabalho, monitoramento e análise de indicadores e informações em saúde, seguido de discussão de casos e planejamento das ações da equipe. Houve significativo declínio tanto na capital quanto no interior para as ações voltadas à gestão da clínica, tais como construção/discussão de projeto terapêutico singular e qualificação clínica das equipes.

Conclusões: A reunião de equipe carece de revisão acerca da qualificação clínica e gestão do trabalho. Persiste como desafio a intersetorialidade e participação da comunidade no cotidiano das equipes de saúde da família.

 


Palavras-chave


Planejamento; Saúde da Família; Gestão

Referências


Referências

  1. Brasil. Lei 8.142, de 28 de setembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, Dez. 1990.
  2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília, 2012.
  3. Starfield, B. Atenção Primária: Equilíbrio entre Necessidades de Saúde, Serviços e Tecnologia. UNESCO, Ministério da Saúde. Brasília, 2002.
  4. Brasil. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 1.996, de 20 de agosto de 2007. Dispõe sobre as diretrizes para a implementação da política nacional de educação permanente em saúde e dá outras providências. Brasília, 2007.
  5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ). (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Brasília, 2012.
  6. Ferla, A.A. Avaliação da atenção básica no Brasil: estudos multicêntricos integrados sobre acesso, qualidade e satisfação dos usuários. Coordenadoria da Saúde – Escola de Enfermagem. Projeto Rede Governo Colaborativo em Saúde. Porto Alegre, 2011.
  7. Pinto, H. A. Sousa, A.; Florêncio, A. R. O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica: Reflexões sobre o seu desenho e processo de implantação. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde. v. 6, n.2, 14p. Rio de Janeiro, 2012.
  8. Shott, S. Statistics for healthprofessionals.W. B. Saunders Company. London, 1990.
  9. Franco, T.B. Processos de trabalho e transição tecnológica na saúde; Tese de Doutorado, Campinas (SP); Unicamp, 2003.
  10. Merhy, E. E. Saúde: A cartografia do Trabalho Vivo. São Paulo: Hucitec, 2002.
  11. Foucault, M. O Nascimento da clínica. Editora Forense Universitária. Rio de Janeiro,1977.
  12. Campos, G. W. de S. Saúde Paidéia. São Paulo: Hucitec, 2003.
  13. Merhy, E. E. Um dos grandes desafios para os gestores do SUS: apostar em novos modelos de atenção. In: merhy, E. E. et al. O trabalho em saúde: olhando e experienciando o SUS no cotidiano. São Paulo: Hucitec, 2003.
  14. Franco, T. B.; Merhy, E. E. Programa Saúde da Família (PSF): contradições de um programa destinado à mudança do modelo tecnoassistencial. IN: MERHY, E.E. et al. O trabalho em saúde: olhando e experienciando o SUS no cotidiano. São Paulo: Hucitec, 2003.
  15. Peduzzi, M.; Schraiber, L. B. Processo de trabalho em saúde. In: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio; Estação de Trabalho Observatório dos Técnicos em Saúde, (Org.). Dicionário da Educação Profissional em Saúde. Rio de Janeiro: EPSJV/Fiocruz, 2006. p. 199-20
  16. Peduzzi, M. Equipe multiprofissional de saúde. Rev. Saúde Pública, v. 35, n. 1, p. 103-109, 2001.
  17. Franco, T.B. Produção do cuidado e produção pedagógica: integração de cenários do sistema de saúde no Brasil. Interface - Comunic., Saude, Educ., v.11, n.23, p.427-38, 2007.
  18. 20.  Merhy, E. E. Em busca do tempo perdido: a micropolítica do trabalho vivo em saúde. In: Merhy, E. E. & Onocko, R. (Orgs.) Agir em Saúde: um desafio para o público. São Paulo: Hucitec, 1997.
  19. Peduzzi, M. Equipe multiprofissional em saúde: conceito e tipologia. Rev Saúde Pública 2001;35(1):103-9 103.
  20. Campos GWS. Subjetividade e administração de pessoal: considerações sobre modos de gerenciar trabalho em equipes de saúde. In: Merhy EE, Onocko R, editores. Agir em saúde: um desafio para o público. São Paulo: Hucitec; 1997. p. 229-66.
  21. Mendes-Gonçaves, R.B. Tecnologia e organização social das práticas de saúde. São Paulo: Hucitec, 1994.