Rede Unida, Encontro Regional Centro-Oeste 2014

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A Residência Multiprofissional rompendo paradigmas
Luciana Shirley Pereira Zanela, Karina Ayumi Martins Utida

Última alteração: 2014-11-08

Resumo


Introdução: A proposta da Residência Multiprofissional em Saúde está regulamentada pelo Ministério da Educação e pelo Ministério da Saúde com a finalidade de formação em serviço para profissionais de diferentes áreas visando atender o principio da interdisciplinaridade no atendimento integral realizado ao paciente. Com isso, se espera a formação de profissionais dentro de uma nova perspectiva de trabalho, sem a fragmentação da prática da Equipe. Fala-se em Equipe, partindo do pressuposto de um trabalho construído de forma horizontal, sem a centralidade nos procedimentos profissionais até então valorizados por área de atuação na saúde, desta forma, surge o trabalho em saúde sem a sobreposição de uma especialidade sobre a outra. Dentre os objetivos da residência multiprofissional, está o desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar que promova a construção de novos saberes e fazeres, com foco voltado aos princípios do SUS traduzidos pela “integralidade, universalidade e equidade”, que sob a ótica da Política Nacional de Humanização – PNH, deverá se resgatar a autonomia do paciente, que estará apto a protagonizar o exercício de sua cidadania. A Residência Multiprofissional em sua proposta original traz diferentes atores que protagonizam sua prática em um mesmo cenário, que se põe em meio a interesses institucionais, corporativos e de mercado, que por sua vez podem comprometer o processo de ensino-aprendizagem em que o profissional-aluno residente encontra-se inserido. Imersos neste universo voltado a Educação Permanente é fundamental a valorização das capacidades instaladas e que estas possam transitar entre a formação, atenção em saúde, gestão e controle social. Neste sentido, cabe salientar a importância da apropriação do Quadrilátero da Formação, de forma a preencher lacunas inerentes ao processo de trabalho em saúde que está em constante transformação, a se considerar as mudanças decorrentes do mundo do trabalho e as individualidades e especificidades de cada demanda que se apresenta. Objetivos: Refletir a prática da residência multiprofissional, enquanto uma oportunidade de construção coletiva no rompimento de práticas ultrapassadas e conservadoras. Metodologia: Realizada Revisão de Literatura em artigos selecionados a partir de bases eletrônicas, livros, revistas e manuais do Ministério da Saúde, utilizando como descritores: processo de trabalho em saúde, residência multiprofissional, formação em saúde e interdisciplinaridade. Resultados: O Quadrilátero da formação composto pela análise da educação dos profissionais de saúde, análise das práticas de atenção à saúde, análise da gestão setorial e análise da organização social nada mais pede que a interação das disciplinas, sob ponto de vista interdisciplinar, resultando na caracterização de um fazer em saúde democrático e horizontal, tendo ainda inserido neste contexto atuando com autonomia, o usuário, que estará participando ativamente nas decisões e proposições de seu processo de saúde-doença. Conclusão: A viabilidade desta proposta se dará a partir da extinção do modelo hegemônico médico-enfermagem, resultante histórico da saúde no Brasil, centrada no modelo positivista-biocêntrico. Pensar a oferta de serviços de saúde que efetivem a participação do usuário será utópico enquanto predominar a reduzida participação deste nos processos de construção, decisão e organização dos serviços.