Última alteração: 2014-11-08
Resumo
Introdução: Equipe é um conjunto de pessoas unidas em prol de um mesmo objetivo. No ambiente hospitalar, a equipe multiprofissional diminui a hierarquia entre os profissionais, compartilha saberes, melhora a integração e, consequentemente, possibilita um melhor plano terapêutico. Entre as atuações da equipe destaca-se o planejamento de alta hospitalar, que requer trabalho interdisciplinar visando superar a fragmentação do cuidado e promover saúde de acordo com a necessidade do usuário. Descrição da experiência: Realizou-se uma pesquisa na Clínica Cirúrgica II (Traumato-ortopedia) do Núcleo Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (NHU) – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, com objetivo de conhecer a percepção dos profissionais da saúde sobre o trabalho em equipe e alta hospitalar programada. Foi utilizado questionário estruturado com 18 profissionais, sendo 10 (55,5%) médicos, 4 (22,2%) técnicos de enfermagem, 1 (5,5%) enfermeiro e 3 (16,7%) estagiários de nutrição. Todos os entrevistados sabem o que é trabalho em equipe multiprofissional, 83,3% já haviam trabalhado em equipe e 16,7% não possuíam experiência nesta forma de trabalho. Dentre os que haviam trabalhado em equipe, 72,2% relataram experiência positiva; 20% relataram experiência negativa e 20% vivenciaram somente durante a faculdade. Identificou-se que 77,7% dos profissionais reconheciam haver equipe multiprofissional em seu setor de trabalho, enquanto 22,2% não reconheciam. Foram questionados sobre qual(is) estratégias poderiam facilitar a introdução deste modelo de trabalho, 100% destacaram o trabalho em equipe; 75,0% a intersetorialidade; 50,0% projeto terapêutico singular, comunicação e desenvolvimento de atividades de ensino/pesquisa/extensão. As principais potencialidades apontadas pelos profissionais foram a humanização 88,8%; o saber compartilhado 83,3% e evitar reinternações 77,7%. Como fragilidades 61,1% destacaram o desrespeito entre os profissionais; seguido pela falta de ética profissional e formação tecnicista (44,4%). Relacionado à alta hospitalar programada, 61,1% afirmaram compreender o plano de alta e 33,3% desconheciam esse planejamento. Cerca de 57,2% relataram que a alta programada inicia-se na internação, 28,6% após alguns dias da internação e 14,2% no dia da alta. Quanto à atuação profissional durante a alta hospitalar, 78,5% alegaram que deveria ser multiprofissional, enquanto 42,8% mencionaram a participação do profissional/família/usuário. Como potencialidades 33,3% destacaram benefícios proporcionados ao usuário e cuidadores e 22,2% a facilitação da programação de alta multiprofissional. Entre as principais fragilidades foi apresentado por 11,1% a dificuldade em obter integração multiprofissional e compreensão do usuário. Impactos: Percebeu-se que apesar da maioria dos entrevistados afirmarem a existência de trabalho em equipe multiprofissional no setor, este conceito de equipe não condiz com a literatura, pois há a presença de diversas profissões, mas não realizam trabalho qualificado em equipe. Cada profissional trabalha valorizando o modelo tecnoassistencial. Devido à existência de relação entre equipe multiprofissional e alta hospitalar programada, pode-se afirmar que esta não é realizada na prática, mesmo com conhecimento teórico. Considerações finais: Necessita-se de uma estratégia para implementar a integração da equipe, e que todas as profissões participassem das atividades realizadas no setor. Sugere-se um momento de encontro com todos os profissionais envolvidos para discutir-se um Projeto Terapêutico Singular.
Palavras-chave
Referências
1- Peres RS, Anjos ACY, Rocha MA, Guimarães AGC, Borges GM, Souza KG, Pereira MG. O trabalho em equipe no contexto hospitalar: reflexões a partir da experiência de um programa de residência multiprofissional. Em Extensão, Uberlândia. 2011; 10(1): 113-120.
2- Ferreira RC, Varga CRR, Silva RF. Trabalho em equipe multiprofissional: a perspectiva dos residentes médicos em saúde da família. Ciência & Saúde Coletiva. 2009; 14(1): 1421-1428.
3- Pompeo DA, Pinto MH, Cesarino CB, Araújo RRDF, Poletti NAA. Atuação do enfermeiro na alta hospitalar: reflexões a partir dos relatos de pacientes. Acta Paul Enferm. 2007; 20(3): 345-50.