Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Ensino e Práticas da Fisioterapia aplicada à saúde coletiva na formação do Fisioterapeuta: Relato de experiência
Anderson Freitas de Santana, Italo Ricardo Santos Aleluia

Última alteração: 2015-10-28

Resumo


A formação atual em Fisioterapia exige uma base sólida em todas as áreas de conhecimento da Fisioterapia, sem a necessidade de especializar-se em um campo especifico. Requer uma formação generalista, capaz de integrar todos os conhecimentos, sendo a universidade a responsável por conduzir a formação profissional voltada para a resolução de problemas e necessidades da população (CALDAS, 2006). As experiências de atuação do fisioterapeuta na atenção básica, que vêm ocorrendo nas diversas regiões do Brasil, e a discussão que tem se desenrolado acerca dessa atuação têm evidenciado a necessidade de se buscar estratégias capazes de viabilizar a atuação frente ao elevado número de pessoas que necessitam de atendimento fisioterapêutico, mas que não têm acesso e ao reduzido contingente de profissionais atuando nesse nível de atenção à saúde. A inserção da Fisioterapia na atenção básica se constitui em um fato recente na sua história. A participação da profissão nesse campo de trabalho tem favorecido diversas reflexões sobre a ampliação e/ou reconfiguração de suas práticas para a apropriação de novos saberes necessários a uma melhor intervenção nesse nível de atenção à saúde, em conformidade com as diretrizese os princípios sinalizados como desejáveis para a construção do SUS. Frente às diversas possibilidades de atuação do profissional Fisioterapeuta na Saúde Coletiva e dos desafios exigidos por esse campo, foram elencadas algumas atividades que possibilitaram aos estudantes o compartilhamento de conhecimentos, desenvolvimento de habilidades e competências, articulando os conhecimentos adquiridos durante as disciplinas teóricas e a multiplicidade de experiências no território. Nesse sentido, as atividades foram desenvolvidas em um bairro do município de Salvador/BA, campo de prática do estágio supervisionado de Fisioterapia em Saúde Coletiva, por meio de atividades com os equipamentos sociais (igrejas, escolas municipal e estadual, creche comunitária, centro de cultura e lazer, e unidade de saúde) com o objetivo de realizar abordagens coletivas através de práticas de promoção e prevenção à saúde. Entre as atividades desenvolvidas, merecem destaque as abordagens coletivas, denominadas “Blitz postural”, realizadas em escolas municipais com crianças do ensino fundamental; conscientização postural realizada com os grupos de idosos vinculados a um equipamento social que desenvolve atividades para diversos grupos em todos os ciclos de vida. Os resultados das atividades desenvolvidas no território possibilitaram aos discentes e docentes estruturar futuras ações com o objetivo de intervir sobre os problemas encontrados e os determinantes do processo saúde-doença. O papel de facilitador de aprendizagem exigiu dos preceptores um processo de construção-reconstrução das ações a serem desenvolvidas, conforme a dinâmica do território e identificação das necessidades sociais e de saúde da população. A imagem-objetivo do estágio delineado, a escuta qualificado e o olhar atento, proporcionaram aos docentes maior tranquilidade na condução deste, possibilitando aos estudantes refletir continuamente sobre a atuação do Fisioterapeuta na Saúde Coletiva a partir de práticas voltadas para a integralidade, atenção centrada no usuário, longitudinalidade e abordagem familiar.    

Palavras-chave


Ensino, Fisioterapia, Saúde Coletiva

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