Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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LENTE DA EQUIDADE NA FORMAÇÃO DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM SAÚDE: DESAFIOS ÉTICOS, POLÍTICOS E METODOLÓGICOS
Dais Rocha, Dyana Helena de Souza, Raelma Paz Silva, Rômulo Alves, Eduardo Cavadinha

Última alteração: 2015-10-27

Resumo


APRESENTANÇÃO: A despeito do aumento dos estudos sobre determinação social da saúde e a produção de evidências de que as políticas e serviços de saúde tanto podem reduzir quanto aumentar as iniquidades em saúde, ainda constitui um desafio aplicar a lente da equidade no cotidiano da formação dos graduandos da saúde. Ainda, considerando a implementação de Políticas Nacionais de Promoção Equidade em Saúde em todas as regiões brasileiras, este trabalho discute alguns conceitos de equidade, identifica a inclusão deste princípio nas Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos da saúde e, ao final, sistematiza uma proposta de disciplina a partir da realização de uma oficina na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília, em julho de 2015. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: descrição da experiência ou método do estudo: A experiência reuniu professores, estudantes, trabalhadores, gestores e representantes de movimentos sociais, utilizando uma metodologia participativa com estações de trabalho, técnicas projetivas e apresentação dialogada. A oficina, com duração de três horas, foi organizada em quatro momentos. Esta foi sistematizada a partir de registros escritos, gravação em vídeo, fotos e análise documental. Seu objetivo foi construir uma proposta de disciplina para os cursos de graduação da Universidade de Brasília na perspectiva da parceria ensino, serviço e movimentos sociais. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: os efeitos percebidos decorrentes da experiência ou resultados encontrados na pesquisa: A partir do levantamento das motivações que justificam a oferta de uma disciplina sobre Promoção da Equidade em Saúde que contemple o conteúdo e as competências que a disciplina deve construir, os participantes listaram os conteúdos e cenários de práticas que consideraram mais relevantes. Foi consenso a necessidade de metodologias ativas nesse processo de aprendizagem e a utilização de pesquisa-ação com diferentes grupos populacionais. Ainda, trabalhar com vivências e produção de narrativas que resgatem processos histórico e social de diferentes grupos populacionais e valorizem os diferentes saberes. Alguns princípios orientadores e instrumentos avaliativos, também, foram delineados. Líderes de movimentos sociais, gestores e trabalhadores participantes se comprometeram a viabilizar, em parceria com a UnB, a oferta da disciplina a partir do semestre 2016-1. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Sob o tema da equidade em saúde são adotadas diferentes abordagens de saúde para fundamentar a análise das políticas de promoção da equidade em saúde. O que significa dizer que adotar a abordagem de grupos de risco ou a de populações vulneráveis ou a do universalismo proporcional, por exemplo, implicará em distintas escolhas políticas.  Esta discussão é fundamental, principalmente, em tempos de austeridade fiscal. Tem-se como expectativa que o debate sobre esta experiência com os participantes poderá motivar a conexão entre interessados e explicitar alguns fatores críticos-facilitadores e dificultadores para o desenvolvimento da disciplina proposta. Ao final, espera-se contribuir para a sensibilização dos docentes, estudantes e trabalhadores da saúde para a necessidade de promover saúde intersetorialmente e priorizar a promoção da equidade nas iniciativas de reorientação da formação em saúde.

Palavras-chave


equidade; graduação em saúde;diretrizes curriculares nacionais

Referências


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