Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Testagem para HIV/AIDS com Fluido Oral na população carcerária de Campo Grande – MS: Uma experiência vivenciada por acadêmicos em ação extramuros
Raquel Cordeiro Ricci, Francyelle de Mello Pereira, Lucas Ribeiro da Costa Santana, Nayara da Silva Lopes, Mayara Christine Fernandes Ribeiro, Luciane Negrete Saracho, Renata Terumi Yassuda, Everton Ferreira Lemos

Última alteração: 2015-10-27

Resumo


APRESENTAÇÃO: A População Privada de Liberdade (PPL) têm apresentado maiores taxas de HIV em comparação com a população geral. No Brasil, a prevalência do HIV entre os presos foi estimada em 3-16% versus 0,4% população geral. Esta prevalência aumentada tem sido associada ao risco comportamental dos presos, tanto antes como durante a reclusão, entre elas o uso de drogas intravenosas, agulha partilhada, tatuagem em condições inseguras e práticas sexuais desprotegidas. Na falta de intervenções de saúde pública, prisões superlotadas com altas taxas de infecção por HIV não diagnosticada pode servir como focos de transmissão do HIV. O Ministério da Saúde, disponibilizou à Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (AGEPEN) de Mato Grosso do Sul (MS), no ano de 2015, cerca de 15 mil kits teste rápido com Fluido Oral (DPP), que foram destinados as unidades prisionais de MS. Assim, a parceria com o serviço de saúde prisional, permitiu um espaço para que os estudantes dos diversos cursos da saúde pudessem vivenciar a realização da testagem rápida para HIV/AIDS no sistema carcerário. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um relato de experiência vivenciado em dois estabelecimentos penais de Campo Grande/MS por estudantes dos cursos de Medicina, Enfermagem e Técnico em Enfermagem, sob supervisão dos preceptores enfermeiras (os). Foram realizados cinco encontros, no período de julho a agosto de 2015, compreendendo a realização de treinamento para aplicação dos testes com fluído oral, orientações éticas acerca do trabalho dentro do sistema prisional e dos resultados obtidos na investigação ativa e a realização da aplicação dos testes nos dois presídios de abrangência. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: As aplicações dos testes compreendiam as seguintes etapas: O Privado de Liberdade (PL) poderia aceitar ou não a realização do teste. O convite era realizado pela psicóloga e/ou enfermeira da unidade, ou pelos estudantes, sob supervisão do preceptor. Após esclarecimentos sobre o teste e aceite declarado, era conduzido ao local de coleta para receber instruções do teste. Os estudantes, usando Equipamentos de Proteção Individuais, orientavam os indivíduos realizar a autocoleta do Fluido Oral com Swab e conduziam o processamento desta amostra. Foram aplicados, no período, 630 testes rápidos para HIV/AIDS nos Presídios de Trânsito e Instituto Penal de Campo Grande/MS. Os resultados após 30 minutos, tanto positivos quanto negativos, eram laudados pelos preceptores e mantidos em sigilo. Os laudos eram entregues ao setor de saúde para realização dos encaminhamentos, providências e devolução individual aos participantes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A experiência desta aproximação agregou conhecimentos, trocas de experiências e vivenciar uma realidade extramuros da universidade. Conhecemos a estrutura física dos serviços de saúde prisional, organização e aproximação das equipes de saúde deste seguimento. A realização do teste novo, de fácil aplicação e indolor permitiu uma boa aceitabilidade. Entretanto, esclarecimentos sobre a importância da identificação do HIV/AIDS precocemente é de suma relevância, tendo em vista, a existência de recusas ao teste o que leva a pensar sobre “o medo do resultado do diagnóstico”.

Palavras-chave


HIV/AIDS; ENSINO; EXTENSÃO