Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

Tamanho da fonte: 
DESAFIO PARA IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE
Vera Lúcia Ribeiro de Carvalho Bueno, Luiz Cordoni Junior

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


O objetivo do estudo foi analisar a implantação da política nacional de saúde bucal em municípios de pequeno porte. Trata-se de um estudo transversal, teórico, empírico, de natureza analítico compreensiva, com abordagem quantitativa/qualitativa. A região norte foi representada pelas regiões administrativas de Apucarana, Londrina e Cornélio Procópio que correspondem às 16ª, 17ª, 18ª Regionais de Saúde. A pesquisa aconteceu em duas etapas, sendo que a coleta de dados da primeira etapa, designada como quantitativa, aconteceu entre julho e dezembro de 2010 e a da segunda etapa, designada como qualitativa, entre junho e julho de 2011, com exceção do segundo grupo focal da 18ª que foi realizado em junho de 2012. Na primeira etapa foram aplicados dois questionários, um específico para coordenadores de Unidades Básicas de Saúde (90 profissionais responderam) e outro para profissionais da Equipe Saúde Bucal (178 profissionais responderam). Para análise descritiva, utilizaram-se as medidas de ocorrência. Na segunda etapa foram realizados grupos focais. Foram realizados nove grupos focais, sendo cinco com coordenadores de Unidades Básicas de Saúde e quatro com membros da equipe de saúde bucal. Os resultados revelaram que, na cidade pequena, existe uma grande proximidade entre as pessoas, mas isso não resultou em gestão democrática e participativa, nem em vínculo com a população e trabalho em equipe. Nesses municípios, os recursos para implantação das Equipes de Saúde Bucal foram absorvidos de maneira acrítica dificultando a implantação/implementação da Política Nacional de Saúde Bucal, como estabelecem os textos ministeriais, resultando em uma rotina de atividades sem planejamento. Nos referidos locais, persistia a falta de integração entre os profissionais. Ambos alegaram que a demanda excessiva os impedia de fazer reuniões e atividades de Promoção da Saúde, o que pode ser questionado tendo em vista que diversos não cumpriam suas cargas horárias. Foi observado dificuldade de se efetivar os princípios do Sistema Único de Saúde. Apesar de se promover a universalidade, persistia falta de integralidade, evidenciada na dicotomia entre atividades de promoção e prevenção e atividades clínicas com preferência pelo atendimento clínico, tanto dos profissionais, dos gestores, como também da população. A gestão era influenciada por quatro atores diferentes: Coordenador da equipe saúde Bucal, Coordenador Unidade Básica de Saúde, Prefeito, Secretário de saúde e Regional de Saúde. Esta última se destacou como ente articulador entre os municípios, sendo um importante local para debater o modelo assistencial e apoiar a efetivação do Sistema Único de Saúde. Para a implantação da Política Nacional de Saúde Bucal, sugere-se a adoção de sistemas de trabalho por compromisso em que se definem ações com metas, previamente acordadas, acompanhadas por instâncias de participação democrática e gestores.

Palavras-chave


saúde bucal; odontologia; programa saúde da família; administração de serviços de saúde; gestão em saúde