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Trabalhar em equipe muitas vezes é a parte mais complexa da convivência diária. A intensa jornada de trabalho dos trabalhadores da saúde acaba impossibilitando a aproximação entre os profissionais, o que muitas vezes resulta em um ambiente com clima desfavorável, podendo refletir até em prejuízo na execução das funções individuais. Para que se obtenha uma convivência adequada é indispensável que haja a integração da equipe. Neste contexto, foi implantado uma atividade em que os trabalhadores de uma unidade de saúde pudessem apontar qualidades entre si, estimulando a busca do conhecimento de seus colegas e a posterior aproximação da equipe. A atividade foi proposta pelas residentes em saúde coletiva, que ao ingressar na Unidade de Saúde Santa Tereza, localizada no município de Porto Alegre – RS identificaram a importância de realizar essa integração. A atividade que utilizamos para esse fim foi uma brincadeira que é conhecida como “Tirar o chapéu”, uma expressão popular usada para se referir a ato digno de admiração. Iniciou-se com um integrante do grupo utilizando um chapéu, escolhendo uma pessoa e enaltecendo alguma qualidade desta, passando-a o chapéu para que a mesma recomece o exercício, até que todos tenham recebido o chapéu pelo menos uma vez. A dinâmica foi realizada durante uma manhã com toda a equipe integrante da Unidade de Saúde. O processo pressupôs mudança de atitude, aceitação de ideias, de posturas e de sentimentos divergentes a fim de alcançar um objetivo comum. Durante a dinâmica ficou evidenciado que a maioria dos trabalhadores tem facilidade em reconhecer as características positivas dos colegas e expressá-las em palavras. Por outro lado, alguns apresentaram certa resistência em realizar a atividade, provavelmente por não haver conhecimento suficiente das características de seus colegas devido a jornada intensa de trabalho. “Tirar o chapéu” foi um exercício que proporcionou a integração e a sensibilização de toda a equipe, mesmo que de formas diferentes. Não só por permitir que os trabalhadores se designassem características positivas, mas também por estimular que cada um pudesse buscar conhecer melhor os seus colegas. Frente a muitas demandas e cobranças, os trabalhadores sentem-se pressionados e desvalorizados. A rotina de trabalho intensa, as pressões sofridas e exposição às vulnerabilidades do território fazem com que os trabalhadores não disponham de um momento para se enxergarem como parte positiva e necessária do processo de trabalho, tornando esta atividade como forma de descontração e de construção de um ambiente agradável para a equipe.

Educação; Saúde do Trabalhador; Saúde Pública