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A vivência de um grupo de alunos do primeiro período de medicina da Universidade de Pernambuco no módulo de Atenção Primaria à Saúde – APS 1
Última alteração: 2015-10-27
Resumo
APRESENTAÇÃO: O presente trabalho busca relatar a vivência de um grupo de 10 alunos do primeiro período do curso de medicina da Universidade de Pernambuco no módulo prático de Atenção Primária à Saúde - APS 01 na comunidade da Alta Santa Tereza no bairro de Nova Descoberta periferia do Recife. O módulo APS 01 faz parte do eixo prático-construtivista e busca fazer com que o aluno compreenda determinação social da saúde, condições de vida da população e importância da Atenção Primária à Saúde. DESENVOLVIMENTO: Os alunos de medicina foram separados em sete grupos os quais foram distribuídos em sete Unidades de Saúde da Família - USF, cada grupo conta com o apoio de dois preceptores da própria unidade (um Agente Comunitário de Saúde – ACS e um Agente de Saúde Ambiental e Controle de Endemias – ASACE) e um tutor da universidade. O grupo que está lotado no Alto Santa Tereza iniciou suas atividades no território no inicio do segundo semestre do ano em curso sempre as quintas-feiras, nesse período os alunos já vivenciaram as seguintes atividades consecutivamente: conheceram a Unidade de Saúde e fizeram a primeira visita ao território, saíram com os ACS e ASACES para observarem as atividades realizadas pelos mesmos, apresentaram seminário na própria unidade evidenciando as dificuldades e potencialidades da comunidade, subdivididos em dupla analisaram o prontuário de duas famílias e posteriormente juntamente com os ACS realizaram a visita domiciliar a essas famílias onde coletaram dados socioeconômicos, condições de moradia e saúde. RESULTADOS: Podemos perceber com a experiência descrita, que atenção primaria e as comunidades periféricas carentes ainda é algo novo e desconhecido para o grupo. Haja vista que todos ficaram perplexos com a realidade de pobreza e exclusão social das quais, eles ainda não haviam tido contato, tais como: inexistência de saneamento básico, falta de áreas de lazer, difícil acesso e condições precárias de moradia. No entanto impressionou também a eles o trabalho realizado pelos ACS e ASACES, que foram classificados como “anjos da guarda” da comunidade segundo os mesmos pela preocupação com o bem-estar da comunidade e pelo respeito que a comunidade nutre por eles. No que concerne ao trabalho realizado pelo médico da USF os alunos se disseram impressionados pelo vínculo, que é estabelecido com esse profissional e a comunidade o que segundo eles seria um facilitador na resolução de problemas relacionados ao processo saúde-doença. No entanto quando questionados se essa seria uma possível área, que eles poderiam atuar ao se formarem apenas um respondeu que tinha o interesse. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A que se considerar que o curso de medicina ainda recruta nos seus processos seletivos indivíduos geralmente de famílias abastadas. Nesse sentido o conhecimento da realidade das comunidades e dos comunitários, tais como, é deveras importante. Por outro lado, talvez a solução para se ter mais profissionais médicos interessados nessa importante área do SUS resida no ingresso nas faculdades de medicina de indivíduos dessa mesma comunidade carente.
Palavras-chave
Medicina; Atenção Primaria a Saúde; Unidade de Saúde da Família