Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A vulnerabilidade do processo de trabalho dos AGENTES DE COMBATES A ENDEMIAS (ACE)
Dayane Aparecida Moises Caetano, Lais Marchetti Cabral Alves, Suzi Rosa Miziara Barbosa, Bruna Costa Santos, Arthur Duarte Fantesia Costa Cruz, Paola Carvalho dos Santos Oliveira

Última alteração: 2015-10-27

Resumo


Os agentes de combate a endemias (ACE), são profissionais importantíssimos para o exercício de atividades de vigilância, prevenção, controle de doenças e promoção da saúde. Durante muito tempo, as ações de controle de endemias foram centralizadas pela esfera federal, que, desde os anos 70, era responsável pelos chamados ‘agentes de saúde pública’. Mas, seguindo um dos princípios básicos do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1999 as ações de vigilância passaram a ser descentralizadas e hoje o município é o principal responsável por elas. O problema é que boa parte dos agentes ficou precarizada, sem um piso salarial comum e trabalhando por contratos temporários. Apenas em 2006 foi publicada a lei 11.350, que descreve e regulamenta o trabalho dos ACEs e ACS. GUIDA et al. em sua revisão bibliográfica, identificaram que são raros os estudos que se ocupam dessa categoria profissional em questão, também evidenciaram que esses trabalhadores, se deparam com dificuldades nas condições de trabalho e na maneira de seu trabalho ser inserido e aceito pela sociedade. Descrição da experiência: No primeiro momento em um grupo multiprofissional estudamos sobre saúde do trabalhador, o que cada área da saúde tem a acrescentar e também leis que regem e amparam os ACE’s, a fim de obter conhecimentos sobre a profissão. O estudo foi rico, pois o fizemos com a metodologia de rodas de conversar, dentro do grupo PET-Vigilância Saúde do Trabalhador. Em um segundo momento, fomos vivenciar um dia de trabalho dos ACE’s, para conhecer suas dificuldades e vulnerabilidades diante do trabalho realizado. De primeiro tivemos uma pequena dificuldade em nos aproximar dos trabalhadores, certamente pelo fato de não conhecerem o real motivo da nossa visita. Após criarmos vínculos com os mesmos, foi-nos relatado dificuldades quanto ao uso de EPI’s, do contato com a população e a má educação das pessoas ao recebê-los . Eles também nos apresentaram os instrumentos de trabalho e vimos algumas mudanças feitas nos EPI’s, apesar de irregular, tornou-se mais confortável seu trabalho. Em um terceiro momento voltamos a nos reunir e vimos que a regulamentação do processo de trabalho dos ACE’s está muito diferente da realidade e eles têm adoecido em grande escala, pois vivem em precariedade no seu processo de trabalho. Assim realizaremos com os mesmos alem de pesquisas, orientações de educação em saúde para que possam melhorar de algum modo e evitar esse adoecimento que interfere diretamente na saúde da população. São trabalhadores que apresentam grande importância e significado a sociedade, porém não se sentem valorizados, o que gera grande abalo emocional. Foi constatado que o que se apresenta como regimento é bem distinto do que foi vivenciado com características marcantes demonstrando o real motivo do absenteísmo do ACE. Aparentemente há um descaso do governo quando a saúde destes trabalhadores e o ambiente de trabalho deles. Sugere se um melhor treinamento com educação continuada.

Palavras-chave


ACE; AGENTE DE COMBATE A ENDEMIAS;SAÚDE DO TRABALHADOR