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APRESENTAÇÃO: Dentre as formas de comunicação oral, o rádio acelera a disseminação das informações em curto espaço de tempo. E muito disso deve-se, também, pelo simples motivo de o rádio ser livre de fios e tomada e, por isso pode ser levado a qualquer lugar, além de sua capacidade de falar para milhões de pessoas, capacidade de falar para cada indivíduo, velocidade, caráter transfronteiriço, simplicidade, baixo custo, entre outros. Estas características, se bem aplicadas, poderão facilitar a mediação entre produção e recepção, locutor e ouvinte. Fazer a mediação entre o conhecimento científico e popular não é tarefa fácil, mas necessária para a promoção da saúde e para a inclusão de novos atores neste campo, fortalecendo a organização popular, permitindo também que as equipes de saúde ampliem suas práticas, dialogando com outros saberes. “A onda é ter saúde- Promoção de Saúde na Rádio” é um projeto de extensão realizado por meio da Universidade do Estado do Amazonas, em parceria com a Rádio Comunitária “A voz das comunidades” que contempla um dos aspectos que caracterizam uma rádio comunitária, que é o compromisso com a educação para a cidadania no conjunto da programação e não apenas em algum programa específico. Incentivando a comunidade na luta por seus direitos, oferecendo espaços para a população e associações divulgarem suas atividades, estimulando, especialmente através da música, o lazer, o convívio social dentro da cultura Amazônica, prestação de serviços de utilidades pública, para que sejam atendidas as necessidades da população. O projeto tem por objetivo viabilizar o contato de docentes e discentes com a comunidade e dessa forma implementar propostas de educação em saúde, promoção e prevenção através da rádio comunitária. DESENVOLVIMENTO: A Universidade do Estado do Amazonas, através do projeto “A onda é ter saúde- Promoção de Saúde na Rádio” promove com as comunidades das zonas norte, leste de Manaus/AM e arredores, repassando informações sobre saúde, meio ambiente e bem-estar. Para esta finalidade, foi implantado o Programa na rádio comunitária, considerado um meio de comunicação oral importante e eficaz devido ao seu maior nível de compreensão, podendo-se adequar à linguagem do público-alvo. O sábado foi o dia escolhido para a transmissão do programa, no horário das 09h às 10h, tendo como apresentadoras as acadêmicas de Odontologia desta Universidade Jéssica Miguel e Sarah Rocha. Inicialmente, as alunas envolvidas dedicaram seu tempo dividindo-o em alguns momentos: procuraram uma rádio comunitária disponível ao projeto e então chegaram à comunidade ao redor a fim de observar e diagnosticar necessidades para posterior decisão do cronograma de temas abordados em consonância com as demandas percebidas. Leituras, estudos, produção de laudas e material bibliográfico foram feitos sobre o campo da saúde, meio ambiente e áreas. As acadêmicas da Universidade do Estado do Amazonas, apresentavam o programa “A Onda é Ter Saúde” e o faziam através de sistema de rodízio de temáticas, sob a orientação da coordenadora e dos co-orientadores do projeto. Em reunião da equipe, decidiam-se quais os temas que seriam abordados e quais seriam os profissionais convidados. Os temas eram escolhidos conforme critérios estabelecidos pelo grupo como, datas comemorativas, campanhas devido a surtos da doença, prevalência da doença em determinadas estações do ano ou relevância daquele tema para determinada época de veiculação do programa. Para a elaboração de cada programa, as alunas reuniam-se semanalmente para pesquisa e preparação do tema do programa. Cada programa segue um roteiro construído pelas acadêmicas, contando com uma variedade no formato ou na estrutura do programa: entrevista com convidados ao vivo ou gravada, bate-papo (roda de conversa) entre as apresentadoras, momento para responder dúvidas dos ouvintes, dicas de saúde, momentos culturais e musicais. O programa conta com várias parcerias, como a participação de usuários, conselheiros de saúde, pessoas que desenvolvem práticas populares em saúde, estudantes universitários, especialistas e profissionais de saúde, promovendo desta forma, a interdisciplinaridade na promoção e prevenção de saúde. RESULTADOS: O programa A Onda é Ter Saúde, encontra-se em andamento e está consolidado dentro da programação da rádio comunitária “A voz das comunidades”. Até o momento foram apresentados 18 programas (agosto/ 2014-agosto/2015), alcançando as zonas norte e leste da cidade de Manaus, que totaliza aproximadamente 890 mil habitantes. Foram apresentados para ouvintes os seguintes temas: doenças crônicas; saúde da mulher; bem estar; meio ambiente e sustentabilidade; controle social; cidadania; saúde mental; saúde bucal; adesão a tratamento; neonatologia; campanhas do Ministério da Saúde. O projeto “A Onda é Ter Saúde” é de caráter promotor/educativo em saúde. A utilização dos recursos da comunicação para a veiculação de informações deve alcançar o entendimento de que a comunicação é, também, um processo social e educativo, além de informativo. Sensibilizando a população sobre a manutenção da sua saúde que depende do recebimento e da utilização da informação. O Projeto de extensão proporcionou às acadêmicas a construção de espaços para reflexão sobre a realidade durante todo o processo de realização/produção dos programas semanais, estimulando a pesquisa sobre os temas presentes nos mesmos. As acadêmicas são unânimes ao afirmar como o programa as auxiliou na vida acadêmica e como acreditam que trará benefícios no exercício profissional, pois o projeto mostrou a importância da interdisciplinaridade, da aproximação com a realidade, do relacionamento com os atores envolvidos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Destaca-se a educação em saúde, como estratégia de promoção à saúde neste processo de conscientização individual e coletiva de responsabilidades e de direitos à saúde, estimulando ações que atendam aos princípios do Sistema Único de Saúde. A partir deste enfoque, eleger estratégias didáticas, como a rádio, que conduzam a uma transformação dos envolvidos, ampliando sua capacidade de compreensão da complexidade dos determinantes de ser saudável, mostra-se imprescindível. Esta prática como um caminho integrador do cuidar constitui um espaço de reflexão-ação, fundado em saberes técnico-científicos e populares, culturalmente significativos para o exercício democrático, capaz de provocar mudanças individuais e prontidão para atuar na família e na comunidade, interferindo no controle e na implementação de políticas públicas, contribuindo para a transformação social. Estas ações necessitam uma divulgação e ampliação, estabelecendo também, uma relação multidisciplinar. Deste modo, a educomunicação em saúde mostra-se significativamente importante no processo ensino-aprendizagem das acadêmicas, possibilitando, uma maior aproximação e ampliação do diálogo tão essencial no processo de promoção da saúde e prevenção de doenças. A integração que foi possível entre as Universidades, mais os profissionais de diversas áreas com as comunidades das zonas norte e leste, através do Projeto de Extensão é uma novidade que merece ser fortalecida e analisada à luz das teorizações do campo da Educação e da Comunicação Popular em Saúde.

Comunitária, promoção de saúde, interdisciplinaridade.