Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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PROJETO PRÓ- SAÚDE/ PET SAÚDE – REDES DE ATENÇÃO EM SAÚDE – REDE CEGONHA DO MUNICIPIO DE PACATUBA, CE: TRAÇANDO O PERFIL SOCIOECONOMICO DAS GESTANTES ATENDIDAS NA REDE MATERNOINFANTIL DE JANEIRO A JULHO DE 2014,
Eddie William de Pinho Santana, Ronize Fernandes Silva, Renan Cunha da Silva, Glaucia Posso Lima

Última alteração: 2015-10-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: O PET-Saúde caracteriza-se como uma estratégia diferenciada de formação, dentro das metas do Pró-Saúde, voltada para a melhoria da atenção básica no Brasil. trabalhando com uma nova metodologia de grupos de aprendizagem tutorial em áreas prioritárias para o SUS. Nesse processo os alunos de graduação da área da saúde são inseridos no território, bem como nos diversos espaços dos serviços. É oportunizada ao estudante a integração entre ensino, serviço e comunidade, na qual eles vivenciam a interação com a realidade do território e o cotidiano dos serviços de saúde para a que tenhamos profissionais cientes da realidade que irão encontrar nas unidades de saúde do Brasil. A Universidade Estadual do Ceará (UECE) em convênio com a secretaria municipal de saúde do município de Pacatuba, CE, desenvolve um projeto Pró- Saúde/ Pet Saúde – Redes de Atenção em Saúde – Rede Cegonha, que conta com um tutor da universidade, seis preceptores do serviço de saúde do município e 12 alunos de oito cursos de graduação da área da saúde (medicina, enfermagem, nutrição, biologia, educação física, veterinária, psicologia e serviço social).  Dentro das atividades desenvolvidas pelo nosso projeto destaca-se uma pesquisa sobre o perfil das gestantes atendidas no município. OBJETIVOS: O objetivo do presente trabalho é, portanto, descrever o perfil das gestantes atendidas em quatro unidades básicas de saúde e uma unidade hospitalar do município. METODOLOGIA: A pesquisa foi de cunho quantitativo, transversal e exploratório. Foram aplicados questionários com perguntas relativas a dados socioeconômicos, a saúde da gestante e sobre o parto a  um total de 237 gestantes atendidas em quatro unidades básicas de saúde da família e no hospital municipal. As entrevistas foram conduzidas pelos alunos bolsistas participantes do projeto, com a supervisão dos preceptores e do tutor. Os dados referentes aos questionários foram tabulados analisados estatisticamente. RESULTADOS: Os resultados serão discutidos aqui. Os dados mostram que as gestantes acompanhadas nos Postos de Saúde (72%) não apresentavam  risco de morte para a mãe nem para o bebê, e que no hospital (28%), existe o risco de morte para um deles ou para ambos.Isso se deve ao fato de que as gestantes de risco são naturalmente encaminhadas para o atendimento hospitalar. A faixa de renda familiar predominante entre 1 à 3 salários mínimos, 49,6%, somada a faixa com menos de 1 salário mínimo, 23,3%, totalizam 72,9% o que  demonstra a precariedade de condições financeiras, uma vez que a renda atende de 3 a 4 pessoas nas necessidades  gerais, como moradia, alimentação, vestuário, educação, lazer etc. Além disso, o percentual que não sabe informar a renda é expressivo, 26,3%, que abrange as menores gestantes, que provavelmente ainda estudam, e as pessoas economicamente inativas – donas de casa e pessoas que dependem de pensões ou de programas assistencialistas. Um percentual de 58,1% das gestantes apresenta escolaridade de nível médio; 33,9% das gestantes apresentam escolaridade de nível fundamental e 4,2% das gestantes apresentam escolaridade de nível superior, revelando que 96,2% das gestantes tem acesso à educação, contudo, há falta informação, de infraestrutura e/ou de oportunidade, pois apenas 4,2% conseguem alcançar o nível superior. 72% das gestantes apresentam marido (37,3%) ou companheiro (34,3%) e 25,4% ainda estão solteiras, revelando a busca de estabilidade conjugal, emocional e financeira para enfrentar a nova etapa de vida, pois o casal é mais aceito pela sociedade, uma vez que ainda guarda traços arcaicos da estrutura paternalista da sociedade brasileira - época de submissão da mulher. Apenas 16,2% apresentam mais de três gestações; 83,8% apresentam uma (41,9%) ou duas (41,9%) gestações, refletindo a efetividade das medidas de controle de natalidade iniciado no final da década de 90, como camisinha, pílulas anticoncepcionais, diafragma, DIU (Dispositivo Intrauterino), ligadura de trompas, vasectomia etc. Além disso, a mulher inserida no mercado de trabalho implica uma redução da fecundidade, pois a preocupação com a carreira e com os estudos podem deixar a família em segundo plano. Tendo como base que todas as gestações chegaram a termo sem intercorrências, 99 gestantes apresentam 1 filho, 99 gestantes apresentam 2 filhos, 27 gestantes apresentaram 3 filhos e 11 gestantes apresentaram 4 filhos, logo há um total de 422 crianças para 236 mães, gerando uma taxa de fecundidade de 1,79, taxa negativa; isso reflete o decréscimo da fecundidade nacional que já está bem próximo de 2, implicando a taxa de reposição da população, estabilizando o número de indivíduos, pois o crescimento é mínimo, passando para a diminuição do número de indivíduos. As gestantes apresentaram várias modas para as idades, contudo apresentou maior frequência à idade de 26 anos, com 16 repetições (6,84%), seguida pelas idades de 20 (15 repetições; 6,41%) e as idades de 18, 19 e 21 com 14 repetições (5,98%) cada uma. A média das idades das gestantes foi de 25 anos.  Foram acompanhadas grávidas em todas as idades gestacionais, sendo constatado que as gestantes são sedentárias, pois apenas 16 gestantes (6,8%) realizam atividade física, predispondo mais fatores de risco à gravidez. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante do perfil socioeconômico das gestantes de Pacatuba, município com aproximadamente 50 mil habitantes e pertencente a zona metropolitana de Fortaleza, fica clara a necessidade de um atendimento materno infantil integrado em seus diverso níveis de atenção, bem como uma assistência social atuante, para garantirmos que as mulheres tenham uma gestação acompanhada e tranquila e um parto seguro para a gestante e para o bebe. Vale destacar também a grande importância de projetos como o PET Saúde/RAS na formação dos nossos alunos, pois essa experiência impar de trabalha dentro da realidade do território e do serviço em contato direto com a realidade da saúde e vivenciando a interdisciplinaridade e a multiprofissionalidade das ações de atenção saúde vai com certeza produzir os profissionais engajados que precisamos.  

Palavras-chave


PET- Saúde RAS; Rede Cegonha; Pacatuba

Referências


Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica. Série A. Normas e Manuais Técnicos. 200p. 2010.

Brasil. Ministério da Saúde. Estudo da mortalidade em mulheres de 10 a 49 anos, com ênfase na mortalidade materna- relatório final. 126p. 2006.

Brasil, Ministério da Saúde, Portaria Interministerial,1.802.Brasil.2008.

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011, que institui no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, a Rede Cegonha.