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O Projeto Falando Sério foi criado com o objetivo de estabelecer vínculos e estimular a ajuda-mútua para o desenvolvimento da reestruturação biopsicossocial das pessoas que buscam e/ou necessitam de ajuda, seja por solidão, depressão ou estar atravessando algum momento difícil de sua vida. O Projeto é uma iniciativa dos profissionais da Unidade Básica de Saúde da Família Iracy Coelho, desenvolvida com apoio da equipe multiprofissional do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) para realização de reuniões de terapia de grupo, com os moradores da área de abrangência, que buscam apoio na Unidade ou são encaminhados pelos ACS ou outro profissional da equipe, assim como pelos próprios pacientes que fazem parte do grupo. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O grupo foi formado a partir de pacientes e moradores que buscavam ajuda ou relatavam problemas durante os atendimentos dos profissionais da equipe. A base metodológica adotada foi da terapia de grupos, com a participação coletiva dialógico-dialética. Porém, não existe um terapeuta, mas um profissional que conduz as discussões do grupo, denominado coordenador.  Da realização da terapia de grupo, surgiu o desenvolvimento de outras atividades pelo grupo, contribuindo ainda mais para a interação e fixação dos membros do grupo, assim como a entrada de novos membros. Os profissionais acreditam que o grupo também é um espaço onde os participantes devem ser valorizados como pessoas humanas e, suas potencialidades devem ser ressaltadas e energizadas, a fim de ajudá-los a superar suas limitações e obter reações para o enfrentamento de situações difíceis. Todos os membros do grupo contribuem com sua própria maneira de pensar e agir, sendo que todos direcionam suas ações para se apoiarem mutuamente. Portanto, o grupo se constrói através da constante presença de seus elementos e na rotina de suas atividades, na organização de seus encaminhamentos e pelas diferenças entre seus participantes. Durante o desenvolvimento das rodas de conversa outros objetivos são estabelecidos e incorporados pelas próprias necessidades do grupo. Portanto, o coordenador esta sempre sensível para perceber o movimento do grupo e para trabalhar de forma flexível com o que emerge. Efeitos percebidos decorrentes da experiência: As terapias em grupo, associadas a desenvolvimento de atividades manuais, trabalhos com sucata, resultando inclusive na elaboração pelos participantes de uma horta suspensa, permitiu o fortalecimento dos laços dos membros do grupo entre si e dos profissionais da equipe. Fomentando cuidados estimuladores e afetivos na promoção da saúde de seus membros. É nesse sentido, por meio de estratégias como estas que se espera contribuir com o processo de construção de uma assistência mais integral e humanizada. Considera-se, diante disso, que o grupo pode surgir como uma forma de prestar cuidado de forma verdadeiramente holística.

saúde da família; terapia de grupo; vínculo