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ENSINO EM SAÚDE: UM ESTUDO DA COMISSÃO VER-SUS LAGARTO-SE
Última alteração: 2015-10-31
Resumo
A imagem do quadrilátero da formação para a área da saúde - ensino, gestão, atenção e controle social - propõe construir uma educação responsável por processos interativos e de ação na realidade. Este trabalho é fruto de um grupo de estudos formado pela Comissão Organizadora do ainda projeto VER-SUS Lagarto/SE e teve como objetivo, estudar e refletir sobre as propostas de educação em saúde como ferramenta na formação de futuros profissionais da saúde. O presente estudo foi fundamentado em pesquisa na literatura e estudo da Cartilha de Textos do VER-SUS/Brasil, realizada durante os encontros quinzenais. A comissão foi subdividida em eixos: ensino, gestão, atenção e controle social, sendo este responsável por apresentar a reflexão da Educação em Saúde. A educação se compõe por uma estrutura didática e pedagógica (currículos, progressão escolar, avaliação das aquisições lógicas), mas ela se compõe também pelas relações de aprendizagem (processos cognitivos, afetivos e sociais). O ambiente de trabalho em saúde é campo de construção cognitiva (aprendizagem formal) e afetiva (desenvolvimento), onde se vivem experiências éticas (estar junto) e estéticas (grupo que compõem as atualizações da experiência cotidiana) pela repetição de atos vividos e pela invenção do tempo através da evocação de novas percepções e experiências intensivas. A formação dos profissionais de saúde que atuam nesse sistema teve no decorrer dos anos várias estratégias de operacionalização − Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAs) e Norma Operacional Básica (NOBs) até chegar ao Pacto de Gestão. Algumas estratégias foram implantadas e visam principalmente contribuir para a reorientação do modelo educacional, investindo na integralidade da atenção à saúde, em conformidade com os princípios e as diretrizes do SUS que são importantes para a reorganização e a humanização do sistema. Apesar de algumas conquistas, as especializações do cuidado à saúde têm se configurado como uma grande tensão na construção do modelo de saúde sonhado, chegando, algumas vezes, a diminuir o acesso dos usuários ao sistema ou sua exclusão. A mudança na formação acadêmica de estudantes e professores do campo da saúde se tem mostrado necessária, de modo que a educação permanente em saúde tem o papel de trazer o campo do real, da prática do dia a dia de profissionais, usuários e gestores e mostra-se fundamental para a resolução dos problemas encontrados na assistência à saúde e para a qualificação do cuidado prestado aos sujeitos. O primeiro passo para provocar mudanças nos processos de formação é entender que as propostas não podem mais serem construídas isoladamente, ou seja, decididas pelos níveis centrais sem levar em conta as realidades locais. As propostas devem fazer parte de uma grande estratégia, precisam estar articuladas entre si e construídas a partir da problematização das necessidades locais e dos seus diversos segmentos. É necessário e indispensável que as várias instâncias articulem caminhos para a formação de novos profissionais de saúde, possibilitando o desenvolvimento e atualização da equipe que compõe o SUS e legitimem propostas direcionadas a um desempenho profissional qualificado e em quantidade suficiente em todo o país.
Palavras-chave
Educação Permanente; VER-SUS; Formação;
Referências
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FERLA, A. A. et al. Caderno de Textos VER-SUS/BRASIL . 1. Ed. Porto Alegre: Rede Unida, 2013.