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APRESENTAÇÃO: Uma característica crescente nos diversos protagonistas do âmbito educacional é a expectativa de mudança. Nunca se exigiu tanto da escola e dos professores quanto nos últimos anos, e nas instituições de ensino superior esta exigência também é acentuada, uma vez que o uso exclusivo de métodos de ensino tradicionais não tem demonstrado tanta eficácia para a educação. Isso tem evidenciado cada vez mais a necessidade de maneiras inovadoras de ensinar para suprir as expectativas e as novas necessidades do educando, principal protagonista do processo de ensino-aprendizagem e maior beneficiado de tais mudanças. Neste contexto, incumbidos de atuar na melhoria da qualidade do ensino, os educadores começaram a utilizar metodologias participativas durante o processo de ensino-aprendizagem, apresentando papel de facilitadores junto ao estudante, favorecendo a autonomia do mesmo para que seja protagonista de seu aprendizado, pesquisando, refletindo e decidindo o que fazer para atingir os seus objetivos. Essa ferramenta de ensino também pode ser utilizada para a abordagem do SUS, complementando e reforçando o que os acadêmicos aprenderam, sendo uma grande aliada para o educador por tornar a aula mais dinâmica, atraente e produtiva, através do incentivo à participação e interação entre os alunos e com os docentes. O presente trabalho visa relatar a experiência de graduandos em enfermagem, do terceiro período, da Universidade Federal do Pará, ao vivenciarem uma estratégia educativa não tradicional, utilizada pela docente da atividade, para abordar o Sistema Único de Saúde (SUS), o processo de implantação e implementação, seus princípios, suas diretrizes e seus programas de saúde. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Os acadêmicos experenciaram a estratégia de ensino-aprendizagem na atividade curricular Atenção Integral à Saúde do Adulto e do Idoso. Para tanto, a docente, juntamente com a equipe de monitores, desenvolveu a simulação de um programa de televisão em forma de jogo chamado “Talk Show,” onde dentro dele havia um quadro chamado “Será Que Eu Sei?”. A simulação ocorreu dentro de uma sala de aula e consistiu em um quadro de perguntas e respostas, divididas em três rodadas, referentes ao SUS. Previamente ao dia da atividade, o material de estudo que deveria ser utilizado para a atividade foi repassado e a turma dividida em três grupos de quantidade de alunos proporcionais, de acordo com a afinidade entre os alunos. Também foi selecionado um apresentador, para atuar durante o programa conduzindo a atividade. Cada grupo deveria se organizar para competir com os demais e, para isso, foi dada total liberdade e autonomia para a criatividade, onde eles puderam escolher os nomes de suas equipes e demais caracterizações como as roupas que vestiriam e seus gritos de guerra. Cada equipe elegeu um representante e este deveria responder as questões do quadro, elaboradas pela professora, escolhendo a alternativa que julgasse ser a correta, baseado no seu conhecimento prévio acerca do assunto. Os demais da equipe também podiam participar, o ajudando com contribuições acerca da alternativa que julgavam ser a correta. No decorrer do programa, as torcidas organizadas entravam em cena, auxiliando seu representante e/ou atrapalhando os membros das demais equipes. A competição foi conduzida pelo apresentador, e a docente mais a equipe de monitores figuravam no programa como convidados, comentando as respostas dos alunos. Os grupos formados também deveriam elaborar comerciais de TV no intuito de representar algum programa de saúde do SUS. Para isso, os alunos poderiam utilizar músicas, peças teatrais, paródias, entre outras estratégias que estimulassem a reflexão dos demais acerca da temática abordada e da mensagem que o comercial trazia. As apresentações dos comerciais trouxeram questões como a necessidade do calendário vacinal atualizado, a necessidade do atendimento de qualidade prestado para a pessoa idosa e a importância da realização do exame Preventivo de Câncer do Colo Uterino (PCCU). Os comerciais aconteciam nos intervalos entre uma rodada e outra. Três intervalos foram realizados, sendo respeitados dois minutos para cada grupo apresentar seu comercial. No decorrer do jogo, a cada rodada as perguntas eram propositalmente mais elaboradas a fim de excluir algum grupo até que restasse apenas uma equipe, sendo esta considerada a vencedora da competição. Ao final do programa foram entregues premiações para o grupo vencedor, como também para a melhor torcida organizada e para o melhor comercial apresentado, no intuito de recompensar todas as equipes pela participação na atividade. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: A estratégia de ensino possibilitou para a docente discorrer o ensino do SUS através de uma maneira diferente. Mostrou a importância de metodologias participativas como ferramentas capazes de mudar a realidade do processo ensino-aprendizagem, pois, além de contribuir para a melhoria do ensino, facilitou a compreensão dos alunos com um conteúdo extenso e possibilitou a troca de conhecimento entre os mesmos. O método utilizado estimulou os discentes a serem os protagonistas principais da construção de seus conhecimentos, despertando o interesse em participar de todas as etapas do processo, onde puderam vislumbrar meios mais prazerosos de aprender, com exercício da curiosidade, da intuição e da emoção, da capacidade crítica de observar e perseguir seus objetivos, além de motivar a afetividade entre alunos e estimular o espírito de equipe, importante na futura vida profissional. O jogo também despertou em outros docentes da faculdade o interesse em utilizar do mesmo método para desenvolver dinâmicas para seus alunos dentro das atividades curriculares que lecionavam, impactando positivamente do aprendizado dos alunos de forma geral. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Há diversos métodos para se ensinar e aprender, porém, esse processo não pode estar limitado apenas a uma sala de aula, através de um método tradicional. O aprendizado requer múltiplas possibilidades, diversas ferramentas para ser realizado. As estratégias para o ensino com métodos inovadores, e que se mostram eficazes, têm se feito cada vez mais presentes no âmbito educacional. Elas são importantes para formar profissionais de qualidade, tanto para atuar na docência como para os demais serviços de saúde, pois estimulam a reflexão e a crítica desde a academia, onde o aluno deixa de ser apenas receptor de informações e passa a interagir com elas, transformando-as, gerando um conhecimento peculiar e, com isso, um aprendizado mais eficiente, correspondendo às expectativas e necessidades de todos os protagonistas do âmbito educacional