Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE: SENSIBILIZAÇÃO PARA O CUIDADO AMPLIADO
GABRIELLA NUNES DA SILVA, LUCAS TENÓRIO MAIA, FERNANDO RIBEIRO DOS SANTOS, DANIELE NAILA PASIAN CATOLINO, ILDA ESTEFANI RIBEIRO MARTA, RENILDA ROSA DIAS, ANÍ FABIANA BERTON, JOMARA BRANDINI GOMES

Última alteração: 2015-11-11

Resumo


INTRODUÇÃO: Os cursos de graduação da área da saúde são, tradicionalmente, influenciados pelo modelo biomédico, no qual a doença é vista como um mau funcionamento dos mecanismos biológicos. Educados nessa visão reducionista do processo saúde-doença, os futuros profissionais encontram dificuldades em perceber as demais dimensões relacionadas ao adoecimento, comprometendo assim a integralidade do cuidado. As práticas integrativas e complementares, de maneira geral, consideram o indivíduo na sua dimensão global, corroborando para a integralidade da atenção à saúde. Objetivo: Relatar a experiência de quatro graduandos de enfermagem em um projeto de ensino enfocando práticas integrativas e complementares. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A experiência se deu na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, campus de Três Lagoas/MS, a partir de 7 (sete) encontros, totalizando 35 horas, nos quais foram realizadas abordagens teóricas e práticas sobre toque terapêutico, relaxamento, meditação, acupressão e ventosaterapia. Inicialmente as práticas foram realizadas entre os próprios graduandos, sob supervisão docente direta; posteriormente, os graduandos realizaram essas práticas em familiares e amigos, sob supervisão indireta; as vivências foram registradas em diário de campo e discutidas em grupo. RESULTADOS: Na abordagem teórica tivemos contato com racionalidades médicas, tais como a medicina tradicional chinesa e a medicina ayurvédica. Conceitos como campo de energia humano, meridianos e acupontos, encontrados nessas racionalidades, foram, a princípio, considerados estranhos por nós, principalmente, porque não podemos visualizá-los. Na prática dessas terapias encontramos algumas dificuldades, por exemplo, na percepção do campo de energia durante o toque terapêutico. Dentre as sensações que experimentamos, destacam-se o calor ou frio intensos nas palmas das mãos, essas sensações são consideradas características definidoras do diagnóstico de enfermagem denominado Perturbação do Campo de Energia pela associação norte americana de diagnóstico de enfermagem. Ao recebermos o toque terapêutico tivemos sensações de troca de energia e bem estar. Durante as práticas de meditação e relaxamento, a maioria de nós experimentou sensação de leveza, paz, alegria e conexão com Deus; uma graduanda experimentou inquietação e dificuldade de concentração. Na acupressão, conhecemos alguns pontos de acupuntura que, quando estimulados a partir da pressão com os dedos, aliviam a dor e melhoram a função em determinadas áreas corporais; ao experimentarmos, tivemos alívio de tensões musculares e bem estar físico e mental. Com a aplicação de ventosas, tivemos alívio de dores musculares. Os familiares e amigos em quem realizamos essas práticas relataram sensações semelhantes às experimentadas por nós. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Respeitadas as questões de qualificação e legislação profissional, consideramos que as práticas integrativas propiciam a construção de novos modos de cuidar em saúde, ampliando a escuta acolhedora e a sensibilidade. A participação nesse projeto nos ofereceu subsídios para a compreensão do ser humano, saúde e doença dentro de uma perspectiva holística. Possibilitando novos conhecimentos, habilidades e reflexões sobre a utilização dessas práticas, para a ampliação do cuidado em nossa futura atuação profissional.

Palavras-chave


Práticas complementares; Toque terapêutico; Medicina tradicional chinesa

Referências


BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS. Brasília, 2006. Disponível em:<www.saude.gov.br>.

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