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A Institucionalidade política e o simbólico: a questão do Lugar para o Núcleo de Apoio à Saúde da Família
Última alteração: 2015-10-30
Resumo
Este trabalho caracteriza-se como uma reflexão sobre a questão do Lugar para o NASF: a representatividade que um espaço físico para o NASF pode assumir e sua importância para a institucionalização política. O objetivo é construir uma linha de argumentação que movimente, que saia do lugar comum, provocando reflexões ou simplesmente compartilhando inquietações que me acompanham no dia-a-dia profissional. Ainda que se saiba que o NASF não se constitui ‘como serviços com unidades físicas independentes ou especiais, e não são de livre acesso para atendimento individual ou coletivo (estes, quando necessários, devem ser regulados pelas equipes de atenção básica)’ (PNAB, 2011), qual o lugar que ele ocupa dentro das Unidades? Onde ele realiza suas atividades de planejamento, reuniões? Onde ele faz o registro de suas atividades? Ou, indo além, com qual imagem (objeto) eu me relaciono quando penso no signo NASF? Como poderemos estabelecer uma relação com ele se nem sei onde ele está? Onde o NASF está? As reflexões produzidas a partir destes questionamentos e desenvolvidas ao longo do trabalho conduziram ao seguinte pensamento: se intentamos instituir o NASF enquanto política, inscrevendo-o dentro das práticas de saúde, precisa-se antes fortalecê-lo como uma unidade independente das equipes de referência, garantindo, dessa forma, seu lugar-meio, sua estética entre - disciplinar. Porque é exatamente pela diferenciação entre sujeito e objeto (entendendo por objeto tudo aquilo que está para si), e na construção dessa relação, que se constituiria o símbolo NASF. Entendendo que os desafios impostos ao NASF estejam em grande parte relacionados à reconstrução (ou reorientação) dos modos de fazer saúde, mas levando em consideração que ainda estamos situados no tempo da racionalidade científica em que o símbolo é preponderante no modo de conhecermos - sabendo que os signos são constituídos por esse ato de conhecimento – e, por todo o exposto, suponho que assegurar um espaço físico ao NASF possa contribuir para a institucionalização da política NASF.
Palavras-chave
NASF; Institucionalidade política, representação simbólica
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da atenção básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Brasília, DF, 2011.