Anais do 12º Congresso Internacional da Rede Unida
Suplemento Revista Saúde em Redes ISSN 2446-4813 v.2 n.1, Suplemento, 2016
A vivência do Município de Porto Alegre na descentralização do tratamento de HIV
Marsam Alves de Teixeira, Rejane Malaggi, Arthur Alves de Teixeira, Deise Rocha Réus, Luciana Barcellos Teixeira
Última alteração: 2015-10-30
Resumo
APRESENTAÇÃO: O sistema de saúde brasileiro é orientado à descentralização, no entanto a descentralização das políticas e ações em HIV/AIDS é um dos maiores desafios brasileiros para a sustentabilidade da resposta a este problema. O modelo de atendimento de pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA) em serviços especializados mostrou-se eficaz até um dado momento da epidemia, no entanto com o avanço do cuidado e a consequente “cronificação” do HIV, identifica-se a necessidade de se pensar em alternativas mais efetivas ao combate da infecção. Configurando-se como a capital com a maior incidência de HIV do país e tendo aproximadamente 2% de sua população infectada pelo vírus do HIV, em 2012, Porto Alegre realiza a descentralização e implementação dos Testes Rápidos de HIV nos serviços de Atenção Básica (AB) e vem investindo no sentido de descentralizar o tratamento e acompanhamento dos pacientes com HIV. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Em 2014 inicia-se a sensibilização/ capacitação de profissionais médicos da AB através de rounds técnicos com vistas à capacitá-los a tratar pacientes com contagem de Linfócitos T-CD4>350 células/mm3, e assintomáticos. Pacientes sintomáticos, crianças, gestantes, e coinfectados com tuberculose, hepatite B ou C, são encaminhados ao serviço de referência. RESULTADOS: A descentralização do manejo dos PVHA é um tema polêmico, estando os profissionais e usuários divididos quanto aos benefícios da descentralização, havendo a necessidade de avaliar a adesão do paciente, a eficácia, e o manejo dos efeitos adversos da nova terapia antirretroviral (3 em 1), no entanto a experiência tem mostrando-se exitosa, já que em nível de gestão tem se mostrado ágil, acessível, e exequível. CONCLUSÃO: A partir do entendimento da proposta de descentralização do tratamento de usuários com HIV, cada vez mais serviços da AB se interessam e se propõe a realizar este acompanhamento, havendo hoje um crescente de unidades capacitadas, e usuários em acompanhamento na AB. Evidenciamos a importância de pesquisas que avaliem e monitorem este processo.
Palavras-chave
HIV, descentralização, atenção básica
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA INTERDISCIPLINAR DE AIDS. Descentralização das políticas e ações em saúde: Impactos e desafios para o enfrentamento da epidemia de HIV/AIDS. Rio de Janeiro, RJ, 2011. Disponível em: < http://www.abiaids.org.br/_img/media/APRIM_DEB_III_internet.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2015.
______. Ministério da Saúde. 5 passos para a implementação do Manejo da Infecção pelo HIV na Atenção Básica. Guia para gestores. Brasília, DF. 2014. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/5_passos_implantacao_hiv_ab.pdf. Acesso em 04 jan. 2015.
______. Ministério da Saúde.. HIV/Aids, hepatites e outras DST. Brasília-DF, 2006. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abcad18.pdf. Acesso em 01 de set. 2015.
MENDES, Eugênio Vilaça. 25 anos do Sistema Único de Saúde: resultados e desafios. Estud. av., São Paulo, v. 27, n. 78, 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142013000200003&lng=en&nrm=iso. Acesso em 04 out. 2015.
PORTO ALEGRE. Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre. Plano Municipal de Saúde – 2014-2017. Porto Alegre-RS, 2013. Disponível em: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/sms/default.php?p_secao=927. Acesso em: 01 set. 2015.