Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Influência de um programa de exercício físico supervisionado sobre sintomas osteomusculares e aptidão física em indivíduos com comportamento sedentário relacionado ao trabalho
Beatriz Rizzo Giacomini, Ana Gabriela Lima, Maria Lua M. Mendonça, Wânia Weingärtner, Larissa F. C. Vieira, Silvio A. Oliveira Junior, Paula F. Martinez

Última alteração: 2015-11-30

Resumo


INTRODUÇÃO: Nas últimas décadas, alterações nos meios de transporte, comunicações, locais de trabalho e tecnologias de entretenimento doméstico têm acarretado alterações no comportamento humano, dentre os quais redução na demanda de esforço físico. Muitas formas de comportamentos sedentários envolvem permanência na posição sentada e baixo gasto energético.  Em vários estudos, comportamentos sedentários têm sido associados ao aumento da mortalidade por doenças cardiovasculares. Entretanto, há poucas informações na literatura científica abordando o impacto da atividade física sobre distúrbios musculoesqueléticos relacionados a comportamentos sedentários em diferentes grupos populacionais e ciclos de vida. OBJETIVO: Avaliar a influência de um programa de exercício físico supervisionado sobre sintomas osteomusculares e aptidão física em pessoas com comportamento sedentário relacionado ao trabalho. CASUÍSTICA E MÉTODOS: A casuística foi composta por 11 participantes, dos quais 4 homens e 7 mulheres, com  idade de 40,8 ± 9,5 anos, funcionários a Agência Municipal de Trânsito e Transporte (AGETRAN) de Campo Grande/MS. Todos os participantes apresentaram comportamento sedentário relacionado ao trabalho, caracterizado por permanência na posição sentada superior a 4 horas/dia. Foram coletados dados demográficos e antropométricos. Quanto àaptidão física, foram avaliados: capacidade funcional (teste de caminhada de seis minutos), flexibilidade (teste de sentar e alcançar) e resistência muscular (teste de repetição máxima em 1 min. para músculos abdominais). Além disso, foi aplicado Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares. Após avaliação inicial, os sujeitos foram submetidos a um programa de exercício físico, composto por duas sessões/semana e duração de 45-60min/sessão, sendo a frequência mínima exigida de 50%. O protocolo foi realizado em grupo e constituído por alongamentos globais, exercícios aeróbicos e exercícios de força em cadeia cinética aberta e fechada. Ao final de três meses, os participantes foram reavaliados. ESTATÍSTICA: descritiva e teste t pareado. RESULTADOS: Distúrbios musculoesqueléticos (dor, formigamento e dormência) nos últimos 12 meses foram reportados por 72,7% dos sujeitos, tanto no início quanto ao final do programa, sendo as queixas mais frequentes relacionadas à região de punhos/mãos (45,5%). Além disso, inicialmente, 36,4% dos indivíduos haviam sido impedidos de realizar atividades laborais nos últimos 12 meses devido a esses distúrbios osteomusculares; ao fim do programa, esta ocorrência caiu para 27,2%. Em relação às variáveis antropométricas, não houve diferença estatística para a circunferência da cintura e índice de massa corporal (IMC). Quanto à aptidão física, houve melhora da capacidade funcional (p=0,027), da flexibilidade (p=0,004) e da resistência muscular (p=0,042). CONCLUSÃO: Programa de exercício físico supervisionado melhora a aptidão física, mas não a ocorrência de sintomas osteomusculares em indivíduos com comportamento sedentário relacionado ao trabalho.

Palavras-chave


habitos saudáveis; exercício físico; distúrbio musculoesqueléticos