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Influência de um programa de exercício físico supervisionado sobre sintomas osteomusculares e aptidão física em indivíduos com comportamento sedentário relacionado ao trabalho
Última alteração: 2015-11-30
Resumo
INTRODUÇÃO: Nas últimas décadas, alterações nos meios de transporte, comunicações, locais de trabalho e tecnologias de entretenimento doméstico têm acarretado alterações no comportamento humano, dentre os quais redução na demanda de esforço físico. Muitas formas de comportamentos sedentários envolvem permanência na posição sentada e baixo gasto energético. Em vários estudos, comportamentos sedentários têm sido associados ao aumento da mortalidade por doenças cardiovasculares. Entretanto, há poucas informações na literatura científica abordando o impacto da atividade física sobre distúrbios musculoesqueléticos relacionados a comportamentos sedentários em diferentes grupos populacionais e ciclos de vida. OBJETIVO: Avaliar a influência de um programa de exercício físico supervisionado sobre sintomas osteomusculares e aptidão física em pessoas com comportamento sedentário relacionado ao trabalho. CASUÍSTICA E MÉTODOS: A casuística foi composta por 11 participantes, dos quais 4 homens e 7 mulheres, com idade de 40,8 ± 9,5 anos, funcionários a Agência Municipal de Trânsito e Transporte (AGETRAN) de Campo Grande/MS. Todos os participantes apresentaram comportamento sedentário relacionado ao trabalho, caracterizado por permanência na posição sentada superior a 4 horas/dia. Foram coletados dados demográficos e antropométricos. Quanto àaptidão física, foram avaliados: capacidade funcional (teste de caminhada de seis minutos), flexibilidade (teste de sentar e alcançar) e resistência muscular (teste de repetição máxima em 1 min. para músculos abdominais). Além disso, foi aplicado Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares. Após avaliação inicial, os sujeitos foram submetidos a um programa de exercício físico, composto por duas sessões/semana e duração de 45-60min/sessão, sendo a frequência mínima exigida de 50%. O protocolo foi realizado em grupo e constituído por alongamentos globais, exercícios aeróbicos e exercícios de força em cadeia cinética aberta e fechada. Ao final de três meses, os participantes foram reavaliados. ESTATÍSTICA: descritiva e teste t pareado. RESULTADOS: Distúrbios musculoesqueléticos (dor, formigamento e dormência) nos últimos 12 meses foram reportados por 72,7% dos sujeitos, tanto no início quanto ao final do programa, sendo as queixas mais frequentes relacionadas à região de punhos/mãos (45,5%). Além disso, inicialmente, 36,4% dos indivíduos haviam sido impedidos de realizar atividades laborais nos últimos 12 meses devido a esses distúrbios osteomusculares; ao fim do programa, esta ocorrência caiu para 27,2%. Em relação às variáveis antropométricas, não houve diferença estatística para a circunferência da cintura e índice de massa corporal (IMC). Quanto à aptidão física, houve melhora da capacidade funcional (p=0,027), da flexibilidade (p=0,004) e da resistência muscular (p=0,042). CONCLUSÃO: Programa de exercício físico supervisionado melhora a aptidão física, mas não a ocorrência de sintomas osteomusculares em indivíduos com comportamento sedentário relacionado ao trabalho.
Palavras-chave
habitos saudáveis; exercício físico; distúrbio musculoesqueléticos