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Este é um recorte da análise preliminar da Tese de Doutorado “Casos de Saúde Mental: a percepção dos profissionais da Estratégia Saúde da Família” que tem como objetivo geral analisar a percepção dos profissionais da Estratégia Saúde da Família acerca do que entendem por “caso de saúde mental” na população adulta do território de sua responsabilidade, a partir da compreensão que fazem da natureza do seu trabalho. O estudo partiu do pressuposto de pesquisar a compreensão dos profissionais da ESF sobre o seu trabalho no saúde da família, para depois inferir o que entendem como “caso” de saúde mental no âmbito de suas ações. “Caso” de saúde mental está sendo compreendido neste estudo como todo relato feito pelos profissionais da ESF durante as entrevistas relacionadas ao sofrimento /transtorno mental ou queixa psíquica identificado por eles na população adulta do território de sua responsabilidade. Algumas entrevistas dos ACS e técnicos de enfermagem apontam para uma compreensão mais solidária e coletiva de saúde.  Esses profissionais, que são residentes no território, consideram o poder fazer algo pelo comunidade, “pelas pessoas que me viram crescer”, sentem orgulho das suas próprias famílias serem atendidas na mesma unidade onde eles trabalham e das demais famílias da comunidade poderem receber atendimento em saúde no território onde vivem o eixo central no cotidiano do trabalho. Ao passo que para os profissionais de nível superior o trabalho na ESF aponta para uma possibilidade de superação do modelo biomédico. Mas, ao mesmo tempo, nas entrevistas esses profissionais solicitam a presença de outros especialistas junto à atenção primária, como o psiquiatra e psicólogo. O trabalho na ESF para os próprios profissionais, embora a capilaridade das ações de saúde no território tenha aumentado consideravelmente, ainda é um desafio para superação do modelo médico-centrado, curativista e hospitalocentrico, principalmente no imaginário social.    

saúde da família, saúde mental, trabalho em saúde