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Com o avanço das organizações de serviço de saúde no âmbito da construção do Sistema Único de Saúde (SUS), instituído pela Constituição Federal de 1988 sob o lema “Saúde é direito do cidadão e dever do Estado”, surge um novo desafio para os profissionais que atuam nos serviços de saúde pública e privada: a capacidade de atuar em programas de promoção da saúde, o que inclui informação, educação e comunicação de qualidade. Nesse campo, a fisioterapia é uma ciência que tem por objeto de estudo  o movimento humano. Utiliza-se de conhecimentos e recursos próprios com os quais busca promover, tratar e recuperar a saúde do paciente, considerando as condições sociais, psíquicas, físicas e mentais. Tendo um papel marcante no aspecto social, pois atua em todos os níveis de atenção à saúde: promoção, prevenção, cura e reabilitação. Ademais, o fisioterapeuta atua na esfera social, com tecnologias orientadas para emancipação e autonomia de pessoas que, por razões ligadas a problemáticas específicas (físicas, sensoriais, psicológicas, mentais e/ou sociais), apresentem, temporária ou definitivamente, dificuldades de inserção e participação na vida social. A educação em saúde é um processo dinâmico, no qual se pretende que as pessoas considerem a saúde como um valor, incentivando a utilização de serviços de saúde, bem como estimulando as pessoas a conseguirem saúde através de seus próprios esforços e ações. Ela corresponde a uma fração das atividades técnicas direcionadas a promover saúde. No entanto, minha formação enquanto fisioterapeuta foi voltada primordialmente para uma prática médica com abordagem biológica e intra-hospitalar, se fundamentado na tendência positivista para o exercício de suas funções centrando suas práticas em ações assistências e reabilitadoras, apenas. Poucos momentos, durante a graduação, ficaram esclarecidos sobre a educação em saúde e como se dava a aplicação dessa potencial ferramenta em saúde e em nossa prática profissional. As ações de saúde não devem se limitar apenas a utilização do raciocínio clínico, do diagnóstico, da prescrição de cuidados e da avaliação terapêutica instituída. Saúde não consiste apenas em processos de intervenção na doença, mas processos de intervenção para que o indivíduo e a coletividade disponham de meios para manutenção ou recuperação do seu estado de saúde, no qual estão relacionados os fatores orgânicos, psicológicos, socioeconômicos e espirituais. Nesse sentido, considerando a integralidade da atenção, o fisioterapeuta desde sua formação, deve ter uma nova perspectiva de atuação, centrado nas práticas de prevenção, promoção e educação e não restrita aos procedimentos curativistas, ao contrário do que tem predominado nas ações deste segmento profissional. Programar suas ações levando em consideração os aspectos sociais, econômicos, culturais e ambientais que podem intervir no processo saúde-doença e valorizar a promoção em saúde por meio de práticas educativas em detrimento apenas a práticas reabilitadoras.

Educação em saúde; Fisioterapia; Formação em saúde