Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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INFECÇÃO PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV) EM HOMENS QUE FAZEM SEXO COM HOMENS (HSH) EM CAMPO GRANDE-MS
Gabriela Alves Cesar, Grazielli Rocha de Rezende, Tayana Serpa Ortiz Tanaka, Larissa Melo Bandeira, Lisie Souza de Castro, Carlos Eurico dos Sanots Fernandes, Fernanda Rodas Pires Fernandes, Ana Rita Coimbra Motta-Castro

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: A epidemia causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e pela síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) é um problema global de saúde pública com impacto nas áreas de saúde, socioeconômicas e demográficas. Homens que fazem sexo com homens (HSH), incluindo os gays e travestis, são considerados um grupo em risco elevado para aquisição da infecção pelo HIV devido à multiplicidade de parceiros sexuais, uso irregular do preservativo, iniciação sexual precoce, violência sexual e o uso de drogas ilícitas. OBJETIVO: O objetivo foi estimar a prevalência da infecção causada pelo HIV-1 e identificar os fatores de risco associados com esta infecção em homens que fazem sexo com homens em Mato Grosso do Sul/ MS. MÉTODOS DE ESTUDO: O estudo foi realizado entre novembro de 2011 e setembro de 2013. Em locais públicos (ruas, praças, parques) e privados (casas noturnas, saunas e boates) na cidade de Campo Grande/ MS. Todos os participantes foram submetidos a uma entrevista por meio de um formulário padrão, a fim de obter informações sobre dados socioeconômicos, demográficos e comportamentais. Ao término da entrevista realizou-se uma coleta de sangue, e todas as amostras foram submetidas à detecção do HIV-1 por ensaio imunoenzimático (ELISA) e confirmadas por immunoblot.  Análises univariada e multivariada foram realizadas para a identificação dos fatores de risco associados a essa infecção. RESULTADOS: Do total de 430 HSH, 278 (64,6%) declararam-se gays e 152 (35,4%) travestis. A prevalência da infecção pelo HIV-1 na população estudada foi de 14,4% (62/430; 95 % IC 11,3 a 18,2), sendo de 9,0% (25/278; 95% IC 5,9 a 13,0) entre os gays e de 24% (37/152; 95% IC 17,8 a 32,0) entre os travestis. Os fatores de risco associados com a infecção pelo HIV nos gays foram ter mais de 5 parceiros sexuais nos últimos 7 dias e uso irregular do preservativo durante o sexo anal. Entre os travestis, os fatores de risco associados foram estar infectados com HBV ou HCV, ter sorologia positiva para sífilis, ser solteiro e ter sido forçado fisicamente a ter relação sexual. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os dados do estudo revelaram uma elevada prevalência da infecção pelo HIV-1/2 em homens que fazem sexo com homens. Diante disso, faz-se necessário à implementação de políticas de prevenção e promoção à saúde voltada para esta população.

Palavras-chave


Homens que fazem sexo com homens; Vírus da imunodeficiência Humana; Fatores de Risco

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