Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

Tamanho da fonte: 
ANÁLISE SOCIODEMOGRÁFICA DOS CASOS NOTIFICADOS DE SÍFILIS CONGÊNITA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO EM 2013
Felipe Elias Álvares Moreira, Edward Theodoro Dresch, Luciana Maria Borges da Matta Souza

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: Todos os estudos brasileiros realizados até a atualidade sobre o perfil sociodemográfico das mães diagnosticadas com sífilis durante a gestação demonstraram que a maioria dessas mulheres pertencia a uma classe social baixa, apresentavam baixo grau de escolaridade e assistência pré-natal precária. Esta pesquisa tem como objetivo identificar o perfil sociodemográfico das mães de crianças notificadas como portadoras de sífilis congênita no município do Rio de Janeiro a partir da ficha de notificação compulsória e discorrer sobre os principais motivos da manutenção da alta prevalência de sífilis congênita em nossa sociedade. DESENVOLVIMENTO: Pesquisa de caráter quantitativo, transversal e descritiva, que será realizada a partir da análise dos dados da ficha de notificação compulsória o Ministério da Saúde, preenchidas por profissionais de saúde no ano de 2013, no município do Rio de Janeiro. RESULTADOS: A análise dos dados ainda está em andamento, entretanto, desde já podemos afirmar que alguns aspectos corroboram dados obtidos em outros trabalhos. Dentre as 1706 fichas de notificação compulsória analisadas observa-se que a faixa de idade da gestante está entre 17 e 25 anos (957 delas) apresentando como extremos as idades de 12 e 48 anos com um caso para cada. Santa Cruz foi o bairro com maior número de notificações em 2013 com um total de 168, seguido de Campo Grande com 100 casos e Bangú com 98. Com relação à escolaridade, 1/4 das mães não concluíram o Ensino Fundamental, vale ressaltar que em 44,8% das notificações este campo foi ignorado, não informado ou preenchido como “não se aplica”. Quanto à raça, a maioria das gestantes se autodeclararam “pardas” (40,2%). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Percebe-se que as Áreas Programáticas (APs) 5.1, 5.2 e 5.3 (correspondentes respectivamente aos bairros de Bangu, Campo Grande e Santa Cruz) apresentaram a maior incidência dos casos notificados. Cogita-se a hipótese de que essas taxas sejam decorrentes do baixo índice de desenvolvimento humano (IDH) e da baixa escolaridade da população daquelas regiões, no entanto é possível que, concomitante ou isoladamente, a grande cobertura da região pela Estratégia Saúde da Família (92%) tenha aumentado o número de diagnósticos e notificações.

Palavras-chave


Sífilis Congênita; Saúde da Família; Epidemiologia

Referências


- Araújo CL; Shimizul HE; Sousa AIA; Hamann EM. Incidência da sífilis congênita no Brasil e sua relação com a Estratégia Saúde da Família. Rev Saúde Pública 2012;46(3):479-86;

- Araujo MAL;Barros VL; Moura HJ;Rocha AFB; Guanabara MAO. Prevenção da sífilis congênita em Fortaleza, Ceará: uma avaliação de estrutura e processo. Cad. Saúde Colet., 2014, Rio de Janeiro, 22 (3): 300-6;

- Araújo, CL; Shimizu HE; Sousa, AIA; Hamann, EM. Incidência da sífilis congênita no Brasil e sua relação com a Estratégia Saúde da Família. Rev Saúde Pública 2012;46(3):479-86;

- Barsanti C; Valdetaro F; Diniz EMA; Succi RCM. Diagnostico de Sífilis Congênita; comparação entre testes sorológicos na mãe e no recém-nascido. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 32(6):605-611, nov-dez, 1999;

- BELO HORIZONTE, 2014 in http://notificacao.pbh.gov.br/images/topo_p2.jpg;

- BRASIL. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, Ministério da Saúde. Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes. Brasília: Ministério da Saúde; 2004;

- BRASIL. Portaria no 542/1986. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 24 de Dezembro de 1986, Seção 1, p. 19827);

- BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde. Diretrizes para o controle da sífilis congênita. Brasília: Ministério da Saúde; 2005;

- BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde. Diretrizes para o controle da sífilis congênita - manual de bolso. Brasília: Ministério da Saúde; 2006;

- BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde. Protocolo para a prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis - manual de bolso. Brasília: Ministério da Saúde, 2007;

- BRASIL. Sífilis congênita e sífilis na Gestação. Rev Saúde Pública 2008;42(4):768-72;

- Campos ALA; Araújo MAL; Melo SP; Gonçalves MLC. Epidemiologia da Sífilis gestacional em Fortaleza Ceará, Brasil: um agravo sem controle. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 26(9):1747-1755, set, 2010;

- Domingues RMSM; Saraceni V; Hartz ZMA; Leal MC.Síflis Congênita: evento sentinela da qualidade da assistência pré-natal. Rev Saúde Pública 2013;47(1):147-57 151;

- Domingues RMSM; Szwarcwald CL; Junior PRSJ; Leal MC. Prevalência de sífilis na gestação e testagem pré-natal: Estudo Nascer no Brasil. Rev Saúde Pública 2014;48(5):766-774;

- Domingues, Rosa Maria Soares Madeira; et al. Rev. Saúde Pública 47(1):147-57, 2013;

- Galban E, Benzaken AS. Situación de la sífilis en 20 países de Latinoamérica y el Caribe: año 2006. DST J Bras Doenças Sex Transm 2007; 19:166-72;

- Lima GM; Santos RFR; Barbosa GJA; Ribeiro GS. Incidência e fatores de risco para sífilis congênita em Belo Horizonte, Minas Gerais, 2001-2008. Ciência & Saúde Coletiva, 18(2):499-506, 2013;


- Lorenzi DRS; Madi JM. Sífilis Congênita como indicador de assistência pré-natal. RBGO - v. 23, nº 10, 2001;


Magalhães DMS; Kawaguchi IAL; Adriano Dias A; Calderon IMP. Sífilis materna e congênita: ainda um desafio. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 29(6):1109-1120, jun, 2013;

- Saraceni V, Domingues RMSM, Vellozo V, Lauria LM, Dias MAB, Ratto KMN, et al. Vigilância da sífi lis na gravidez. Epidemiol Serv Saude. 2007;16(2):103-11;

- Saraceni V, Guimarães MHSF, Theme Filha MM, Leal MC. Mortalidade perinatal por sífi lis congênita: indicador da qualidade da atenção à mulher e à criança. Cad Saude Publica. 2005;21(4):1244-50;

- Saraceni V, Leal MC. Avaliação da efetividade das campanhas para eliminação da sífilis congênita na redução da morbi-mortalidade perinatal. Município do Rio de Janeiro, 1999-2000. Cad Saúde Pública 2003; 19(5):1341-9;

- Saraceni V, Vellozo V, Leal MC, Hartz ZMA. Avaliação das campanhas para eliminação da sífilis congênita no Município do Rio de Janeiro pelo modelo teórico lógico. Revista Brasileira de Saúde Materno-Infantil 2005;5(suppl.1):s33-s41;

- Saraceni V, Vellozo V, Leal MC, Hartz ZMA. Estudo de confiabilidade do SINAN a partir das campanhas para a eliminação da sífilis congênita no Município do Rio de Janeiro. Rev Bras Epidemiol. 2005;8(4):419-24;

- Saraceni V; Leal MC; Hartz ZMA. Avaliação de campanhas de saúde com ênfase na sífilis congênita: uma revisão sistemática. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 5 (3): 263-273, jul. / set., 2005;

- Serafim, Anie Savi; et al. Incidence of congenital syphilis in the South Region of Brazil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 47(2):170-178, Março-Abril, 2014;

- Souza, Philippe Godefroy C de; et al. DST - J. Bras Doenças Sex Transm. 25(2):59-65, 2013.