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FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO EM UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL - CAPS II DE CAMPO GRANDE, MS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Última alteração: 2015-11-23
Resumo
APRESENTAÇÃO: O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é um dos instrumentos substitutivos ao modelo manicomial. Ele se fortalece através da Portaria GM 224/92 que amplia o funcionamento e a complexidade do Caps, estabelecendo que seu objetivo seja oferecer atendimento às pessoas que sofrem com transtornos mentais severos e persistentes, oferecendo cuidados clínicos e reabilitação psicossocial. Através de atividades terapêuticas o paciente será reinserido ao convívio social, passando por uma readaptação ao acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. OBJETIVO: Relatar o fluxograma de atendimento do Caps II – Vila Margarida em Campo Grande, MS. DESENVOLVIMENTO: Os pacientes atendidos no CAPS são aqueles que apresentam grande sofrimento psíquico, vindos de internações hospitalares e/ou de unidades básicas de saúde. Assim que chega ao CAPS a pessoa é acolhida e seu sofrimento escutado, fortalecendo o vínculo terapêutico e de confiança com os profissionais e a compreensão da situação do modo mais abrangente possível. Logo, o paciente é encaminhado para o Grupo de Boas Vindas, onde ele irá compreender o funcionamento do Caps e a equipe multiprofissional que estará envolvida no seu tratamento. Após, o paciente construirá juntamente com o técnico de referência o seu Projeto Terapêutico Individual - PTI, que é um plano de ação compartilhado e possui várias intervenções em relação ao seu cuidado integral. Ele possui este nome por conter as individualidades de cada pessoa com suas necessidades específicas vistas de maneira holística. É nesta etapa que serão identificadas as fragilidades e potencialidades da pessoa a fim de serem criadas intervenções, e também serem estabelecidas metas para tratamento; e também é nesta etapa, em que a equipe de saúde mental, decide qual atividade terapêutica se encaixa melhor às necessidades e a qual ele será direcionado. Caso o paciente não queira ou não possa ser beneficiado com os serviços, deverá ser encaminhado para outro serviço de saúde que se encaixe nas suas necessidades. IMPACTOS: Observamos que o CAPS assume papel estratégico dentro desta nova reorganização dos serviços na saúde mental. O ambiente é facilitador, estruturado e acolhedor, e isso interfere diretamente no empoderamento do paciente no seu tratamento. Desta forma, novos paradigmas se moldam e velhas definições são perdidas, trazendo uma nova visão para a saúde mental. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Relatando o fluxograma de atendimento percebe-se que esta nova proposta integradora de saúde fortifica a base de um atendimento de qualidade e humanizado, tornando o indivíduo protagonista do seu tratamento. A doença deixa de ser o foco, e as questões biopsicossociais e espirituais passam a ser o centro da reabilitação do paciente.
Palavras-chave
saúde mental; serviços de saúde mental; acolhimento;
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia prático de matriciamento em saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde: Centro de Estudo e Pesquisa em Saúde Coletiva, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.