Tamanho da fonte:
PERCEPÇÃO DA VULNERABILIDADE AO HIV/AIDS EM IDOSOS PELOS ACS E MÉDICOS DA ESF
Última alteração: 2015-11-23
Resumo
APRESENTAÇÃO: O HIV/AIDS afeta inúmeras pessoas de diversas classes sociais, etnias, faixa etária e estado civil. É uma pandemia de difícil controle. Nas últimas décadas o número de idosos tem aumentado em diversos países e consequentemente também aumentou os casos de HIV em idosos, devido ao aumento de medicamentos contra impotência sexual, preconceito do uso de preservativos e falta de ações em saúde para orientar sobre a prevenção do HIV. É por meio da relação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) com os moradores, que as pessoas são encaminhadas às Unidades de Saúde (UBS e UBSF), para reforçar medidas preventivas,diagnosticar e tratar estes agravos. O objetivo foi identificar as estratégias de abordagem dos ACS para ações de prevenção de HIV/AIDS entre idosos nas UBSF e detectar os fatores de vulnerabilidade dos idosos ao HIV/AIDS. METODOLOGIA: É um estudo descritivo, realizado nas UBSF, Distrito Sanitário Sul de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil, agosto a setembro/2015. A população em estudo foram ACS e médicos da Estratégia de Saúde da Família (ESF). A coleta de dados dos ACS foi feita por amostra estratificada proporcional com fração de amostra de n/N =0,2035, totalizando 54 ACS. Todos os médicos vinculados a ESF dos ACS sorteados foram convidados a participar da pesquisa (n=35). Foi aplicado um questionário para os ACS contendo questões norteadoras fechadas, para identificar as estratégias e ações dos ACS na Vigilância Epidemiológica do HIV/AIDS na terceira idade. Aos médicos foram aplicados questionários com questões sobre a vulnerabilidade dos idosos as DST/HIV. RESULTADOS: 46,3%dos ACS referiram haver campanhas para prevenir DST/AIDS em idosos nas UBSF,porém, 83,3% disseram não haver estratégias para o enfrentamento da epidemia em idosos localmente. A maioria dos ACS (90,7%) referiram ter percepção da vulnerabilidade do idoso ao risco de infecção pelo HIV, mas relataram dificuldade em dialogar com os idosos sobre este assunto e, apenas 24,1%orientam frequentemente esta população sobre o uso de preservativos. As UBSF têm distribuído regularmente preservativos para a população. 27,8% dos ACS informaram não ter campanhas educativas de prevenção as DST/AIDS. Entre os outros39, o público alvo foi diversificado: adolescentes (41%), gestantes (28,2%),mulheres (5,1%) e público em geral (25,7%). A maioria dos médicos (88,2%)atendem idosos para orientação de disfunção erétil nas UBSF. Destes, 53% já prescreveram medicamentos para controle deste problema de saúde. Apenas 17,7%dos médicos se recusam a orientar os idosos para o uso de preservativos. Cerca de 64,7% já diagnosticaram casos de DST nesta faixa etária e apenas 17,7% algum caso de HIV entre os idosos, sendo que, 82,4% oferecem o teste do HIV para estes pacientes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os ACS identificaram vulnerabilidade para o HIV em idosos e a maioria não se sentem seguros para abordagem da sexualidade e orientações sobre a prevenção das DST/AIDS durante as visitas domiciliares, precisam de mais capacitação adespeito de treinamento prévio. Entre os médicos observa-se uma compreensão deste problema de saúde entre os idosos, porém é necessário ampliar as estratégias/ações educativas em suas práticas.
Palavras-chave
ACS; HIV/AIDS; Prevenção
Referências
BATISTA, A. F. O.; MARQUES, A. P. O.; LEAL, M. C. C.; MARINO, J. G.; MELO, H. M. A. Idosos: Associação entre o conhecimento da aids, atividade sexual e condições sociodemográficas. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 14, n. 1, p. 39-48, 2011.GOMES, S. F.; SILVA, C. M. Perfil dos idosos infectados pelo HIV/AIDS: uma revisão. VITTALLE, v. 20, n. 1, p. 107-122, 2008.LIMA-COSTA, M. F.; VERAS, R. Saúde pública e envelhecimento. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, n. 3, p. 700-701, maio-jun. 2003.SOUSA, J. L. Sexualidade na terceira na idade: uma discussão da Aids, envelhecimento e medicamentos para a disfunção erétil. Doença Sexualmente Transmissível – Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis, v. 20, n. 1, p. 59-64, 2008.