Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Educação e Trabalho do Agente Comunitário de Saúde diante do envelhecimento populacional
Nilton Bahlis dos Santos, Silvia M. M. Costa

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


APRESENTAÇÃO: Para que a vocação da Atenção Primária à Saúde se efetive, por meio da ação das equipes de Saúde da Família, é preciso conhecimento sobre a população e o território onde se articula sua atividade, considerando diversidade, heterogeneidade, informações epidemiológica e socioeconômica, situação de saúde dessa localidade e, sobretudo, as características da época em que vive. O acelerado aumento da população de mais de 60 anos e a rápida e contínua queda da fecundidade - combinados com a redução da mortalidade em todas as idades -, indicam a presença crescente de pessoas idosas, inclusive como usuárias dos serviços sociais e de saúde. Dados do censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em 2010, havia 19,6 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade. Estimativas publicadas pelo IBGE nesse ano indicam um incremento médio de mais de 1 milhão de idosos anualmente, nos próximos 10 anos, chegando, em 2030, a uma população de maiores de 60 anos de 41,5 milhões. Esse panorama demográfico ainda precisa ser levado em consideração pelos profissionais de saúde em suas iniciativas de promoção/prevenção, assistência, tratamento e reabilitação. No Sistema Único de Saúde (SUS), um profissional abre caminho para toda uma equipe da Estratégia de Saúde da Família: o Agente Comunitário de Saúde (ACS). Em seu papel multidimensional, que abraça os setores de saúde, social, econômico e todas as dimensões da vida humana - psicológica, física, participativa, entre outras-, o ACS deve estar atento às transformações geradas pelas transições demográfica e epidemiológica, assim como às alterações típicas do envelhecimento. Em sua nas Escolas Técnicas do SUS (ETSUS), o Referencial Curricular para o Curso Técnico de Agente Comunitário de Saúde indica como conhecimentos a “saber” as “Características e necessidades físicas, psicológicas e sociais do idoso; cuidados preventivos em relação a acidentes e doenças prevalentes; uso de medicamentos; situações e sinais de risco; redes de apoio familiar e social”. O Referencial Curricular foi instituído em 2004 por dois ministérios: da Saúde e da Educação, alinhando-se à reorganização da atenção básica do SUS. METODOLOGIA: Este trabalho teve como objetivo apontar a necessidade de alinhamento da qualificação dos ACS ao envelhecimento populacional e à saúde das pessoas idosas, por meio de análise documental do curso da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV)/Fiocruz; de investigação da prática dos ACS no que se refere às pessoas idosas em comunidades do entorno da Fundação Oswaldo Cruz; da escuta dos principais interessados - as pessoas idosas - sobre as relações com as equipes de Saúde da Família e as unidades de saúde de suas localidades; e da experimentação com tecnologias interativas na internet como estratégia de pesquisa e mobilização das pessoas envolvidas. RESULTADOS: Como resultados, são apresentadas as demandas das pessoas idosas das localidades pesquisadas; subsídios e fundamentos para os processos de qualificação da EPSJV para a inclusão das especificidades do envelhecimento na formação e na prática dos ACS; e um ambiente interativo na internet para educação permanente e uso de objetos virtuais de aprendizagem.

Palavras-chave


Educação, trabalho, saúde, envelhecimento