Tamanho da fonte:
Gestão de Serviços de Saúde sob a ótica estudantil: formação para o SUS
Última alteração: 2015-10-30
Resumo
APRESENTAÇÃO: A história da formação superior em saúde no Brasil data da chegada da Família Real Portuguesa em 1808 e, desde esta época, houve diversas mudanças nas graduações em saúde. O Relatório Flexner, publicado no início do século XX, nos Estados Unidos da América, ditou regras sobre a formação em saúde e o hospital passou a ser o centro da atenção ideal para o ensino em muitos países, inclusive no Brasil. Com as lutas da Reforma Sanitária Brasileira, no final do século passado, a saúde passa a ser um direito de todos e dever do Estado, consolidando-se na criação do Sistema Único de Saúde (SUS). No início dos anos 2000, foram criados novos cursos de graduação em saúde, que objetivam a formação de sanitaristas para atuação no SUS. Utilizando dessa premissa e na oportunidade de realizar o Trabalho de Conclusão de Curso, pretende-se com este estudo, analisar sob a ótica do estudante, a formação para o SUS do Curso de Gestão de Serviços de Saúde da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). METODOLOGIA: Para responder o objetivo deste estudo, foi utilizada a abordagem qualitativa ancorada pelo Estudo de Caso como método. Como instrumento de coleta de dados, a técnica de grupo focal. Dessa forma, foi prevista a realização de três grupos focais com estudantes a partir do segundo período do Curso, que debaterão acerca de suas perspectivas sobre sua formação de acordo com um roteiro de questões abertas. Para disparar as discussões dos grupos, está sendo utilizado o jogo de tabuleiro IN.DICA.SUS, que aborda questões relacionadas à gestão do sistema nacional de saúde brasileiro, tanto para o ensino-aprendizagem como para avaliação do conhecimento. Para a análise dos dados coletados, está sendo utilizada a técnica de Análise de Conteúdo. RESULTADOS: Para desenhar este estudo, foi feito uma revisão da literatura acerca da formação em saúde alinhada às novas graduações em saúde e uma análise documental do curso de Gestão de Serviços de Saúde. O Projeto Político Pedagógico (PPP) do Curso em estudo descreve, em vários momentos, explícitos ou implícitos, uma formação para o SUS. Contudo, ao discriminar as disciplinas que compõem a Matriz Curricular e o ementário, não há menção dos propósitos do Movimento Sanitário e Educação Permanente em Saúde, importantes para corroborar com a mudança de paradigmas acerca do ensino em saúde. Chamou atenção também a ausência do estudante como centro dessa formação, onde é considerado as experiências comunitárias, metodologias ativas de aprendizagem, a educação popular em saúde encontradas, por exemplo em outros PPP's das novas graduações em saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Espera-se que esta pesquisa fomente o debate sobre a formação em saúde no Curso analisado e que sirva de aporte científico para (re)avaliar tanto o Projeto Político Pedagógico desse Curso, quanto os seus componentes curriculares, de acordo com as novas Diretrizes Nacionais dos Cursos da área da Saúde Coletiva, se conveniente for, considerando o estudante protagonista na sua formação.
Palavras-chave
Formação em Saúde; Saúde Coletiva; Educação em Saúde