Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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UA: AFINAL QUE SERVIÇO É ESSE? RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A UNIDADE DE ACOLHIMENTO DA RAPS CAMPINAS/SP - BRASIL
Camila Cristina de Oliveira Rodrigues, Sergio Resende Carvalho, Bruno Mariane Azevedo

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: A Unidade de Acolhimento Transitório (UAT) é uma residência de caráter transitório que visa oferecer acolhimento voluntário e acompanhamento contínuo para pessoas maiores de 18 anos, de ambos os sexos, com necessidades decorrentes do uso problemático de álcool e outras drogas, em diversas situações de vulnerabilidade social e familiar e que demandam por cuidados de saúde construídos por meio de Projeto Terapêutico Singular. Tem como objetivo reduzir danos decorrentes dos agravos desencadeados por condições de vida vulneráveis e abrir campos de possibilidades de construção de novos projetos de vida, potencializando a execução dos Projetos Terapêuticos elaborados pelas equipes dos CAPS e Consultório na Rua. METODOLOGIA: O morador da UAT recebe apoio para resgatar e ampliar seus laços sociais e familiares, participar de projetos de geração de renda ou que envolvam o retorno ao mundo do trabalho, além da retomada dos estudos, atividades físicas e artísticas, entre outras práticas de cultura e lazer (Portaria 121/2012). No município de Campinas/SP, a equipe da UAT procura oferecer um ambiente de cooperação e respeito onde o sujeito pode vivenciar outras experiências de morar e habitar. RESULTADOS: Acreditamos que o suporte da equipe auxilia os moradores no cotidiano, onde constroem coletivamente a organização da casa, as ações e responsabilizações da vida cotidiana (auto-cuidado) e prática (trabalho, moradia, lazer), além da convivência coletiva. É importante ressaltar que diferente da proposta de abrigos e casas de passagem oferecidos pelas Secretarias de Assistência Social, que se destinam a oferecer um acolhimento provisório, na UAT em Campinas, procuramos realizar um atendimento de saúde em rede e compartilhado com os serviços de referência dos usuários. Nossa proposta é participar ativamente da produção do projeto terapêutico dos nossos moradores, inclusive sugerindo caminhos para a condução terapêutica dos casos e, para tanto, nos orientamos pela experiência do habitar e não do tratar. A prática de constituir a UAT tem nos feito reconhecer a importância estratégica deste equipamento no processo de reabilitação psicossocial das pessoas que fazem uso problemático de álcool e outras drogas, seja por meio do convite que fazemos aos próprios moradores de construírem para si mesmos, neste período, novos projetos, seja pela experiência de ressignificação do habitar, de ocupar a cidade de novas formas, ou ainda pelo auxilio que prestamos aos serviços apoiando as ações de cuidado por eles propostas aos usuários. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Acreditamos que existem muitos desafios a serem enfrentados para a consolidação deste equipamento na RAPS, destacamos a necessidade de se constituir enquanto um equipamento aberto, de fácil acesso e diálogo, sustentado por um trabalho em rede cada vez mais consistente e singular, voltado ao cuidado de cada paciente inserido. A UAT em sua essência traz uma inovação para a rede álcool e outras drogas do SUS que deve ser compartilhada.

Palavras-chave


Saúde Coletiva; Saúde Mental; Rede de Saúde; Unidade de Acolhimento

Referências


RODRIGUES, C.C.O. RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO DA UNIDADE DE ACOLHIMENTO. CAMPINAS, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº121, de 25 de janeiro de 2012. bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0121_25_01_2012.html

BRASIL. Ministério da Saúde. Conferência Nacional sobre Unidade de Acolhimento. https://www.youtube.com/watch?v=En3RPdGEuic