Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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GRUPO DE ENCONTRO DE TRABALHO COM PROFESSORES: UMA EXPERIÊNCIA EM EXTENSÃO POPULAR ORIENTADA PELA ERGOLOGIA
Erika Karla Gomes Araújo, Dailton Alencar Lucas de Lacerda, Jeane Constantino Pereira, Camila Macêdo Araújo de Medeiros, Ramayana Rubianne Galdino, Tamiris Albuquerque Martha, Thainá Rayane Bezerra Vieira, Thyala de Fátima Bernardino Amorim

Última alteração: 2015-10-28

Resumo


APRESENTAÇÃO: O Programa Educação Popular e Saúde do Trabalhador (PEPST), da Universidade Federal da Paraíba, é norteado pela extensão popular, enquanto pressuposto teórico metodológico. A extensão popular pode ser compreendida como uma categoria de trabalho social útil. Este processo proporciona uma análise crítica da realidade pelos sujeitos envolvidos considerando a análise histórico-crítica e a práxis, contribuindo para a transformação da situação vigente. O Grupo de Encontro de Trabalho (GET) é uma estratégia metodológica da Ergologia, que se traduz como uma concepção multidisciplinar de análise da atividade humana de trabalho, onde se busca responder demandas de sujeitos a um determinado problema. Dentre as diversas ações do PEPST, o GET configura-se como uma das uma das práticas metodológicas aplicadas em diferentes categorias de trabalhadores. Este trabalho propõe-se a apresentar um relato da experiência do GET aplicada a um grupo de professores de uma instituição pública de ensino de João Pessoa-PB. Desenvolvimento: A atividade acontece quinzenalmente com professores da Escola Municipal Tharsilla Barbosa de França, localizada na Comunidade do Grotão. Os encontros são realizados em roda e seguem o seguinte roteiro: apresentação individual, dinâmica inicial, pergunta geradora, análise, discussão e encaminhamentos, priorizando os temas que os trabalhadores sugerirem. A pergunta geradora introduz o tema do debate sob a forma de questionamento para que as inquietações possam emergir e o debate ocorrer com liberdade, respeitando as necessidades do grupo. Entre os temas trabalhados nesse GET estão: “Como o trabalho afeta e/ou influencia a saúde do trabalhador?”, “Qualidade de vida na profissão”. O debate realizado em roda permite a genuína partilha e liberdade de ideias, corroborando para a reflexão e compreensão dos próprios conflitos, e a busca de soluções para eles. Além do formato rotineiro dos debates quinzenais, também são realizados momentos de descontração e relaxamento, visando proporcionar aos sujeitos momentos de cuidado, que acontecem geralmente ao ar livre, com práticas integrativas e complementares como meditação, visando à promoção da saúde. Cada encontro é sistematizado através da gravação de áudios e transcrição dos relatos, preservando-se o anonimato dos trabalhadores envolvidos. Impactos: Os encontros permitiram compreender a realidade complexa da atividade de trabalho dessa categoria, sua implicação no processo saúde-doença e a repercussão no cotidiano dos sujeitos. O diálogo, elemento central, tanto na educação popular quanto na ergologia, tornou-se categoria mediadora para o reconhecimento dessas pessoas como protagonistas de suas ações, contribuindo para sua autonomia e seu processo de emancipação. Ao mesmo tempo, possibilitou aos extensionistas uma aproximação com a realidade cotidiana de trabalho e com os conflitos vivenciados pelos trabalhadores. Considerações finais: Desde o planejamento à execução dessa experiência, ela foi reconhecida como um espaço promissor para o conhecimento da realidade complexa dessa atividade laboral. O debate, a criação de vínculos, contribuiu para construção de uma relação de confiança e cuidado em saúde entre extensionistas e o grupo de trabalhadores, contribuindo também para a formação de profissionais humanizados, socialmente comprometidos e críticos.

Palavras-chave


trabalhador; educação; extensão popular