Tamanho da fonte:
GRUPO DE ENCONTRO DE TRABALHO COM PROFESSORES: UMA EXPERIÊNCIA EM EXTENSÃO POPULAR ORIENTADA PELA ERGOLOGIA
Última alteração: 2015-10-28
Resumo
APRESENTAÇÃO: O Programa Educação Popular e Saúde do Trabalhador (PEPST), da Universidade Federal da Paraíba, é norteado pela extensão popular, enquanto pressuposto teórico metodológico. A extensão popular pode ser compreendida como uma categoria de trabalho social útil. Este processo proporciona uma análise crítica da realidade pelos sujeitos envolvidos considerando a análise histórico-crítica e a práxis, contribuindo para a transformação da situação vigente. O Grupo de Encontro de Trabalho (GET) é uma estratégia metodológica da Ergologia, que se traduz como uma concepção multidisciplinar de análise da atividade humana de trabalho, onde se busca responder demandas de sujeitos a um determinado problema. Dentre as diversas ações do PEPST, o GET configura-se como uma das uma das práticas metodológicas aplicadas em diferentes categorias de trabalhadores. Este trabalho propõe-se a apresentar um relato da experiência do GET aplicada a um grupo de professores de uma instituição pública de ensino de João Pessoa-PB. Desenvolvimento: A atividade acontece quinzenalmente com professores da Escola Municipal Tharsilla Barbosa de França, localizada na Comunidade do Grotão. Os encontros são realizados em roda e seguem o seguinte roteiro: apresentação individual, dinâmica inicial, pergunta geradora, análise, discussão e encaminhamentos, priorizando os temas que os trabalhadores sugerirem. A pergunta geradora introduz o tema do debate sob a forma de questionamento para que as inquietações possam emergir e o debate ocorrer com liberdade, respeitando as necessidades do grupo. Entre os temas trabalhados nesse GET estão: “Como o trabalho afeta e/ou influencia a saúde do trabalhador?”, “Qualidade de vida na profissão”. O debate realizado em roda permite a genuína partilha e liberdade de ideias, corroborando para a reflexão e compreensão dos próprios conflitos, e a busca de soluções para eles. Além do formato rotineiro dos debates quinzenais, também são realizados momentos de descontração e relaxamento, visando proporcionar aos sujeitos momentos de cuidado, que acontecem geralmente ao ar livre, com práticas integrativas e complementares como meditação, visando à promoção da saúde. Cada encontro é sistematizado através da gravação de áudios e transcrição dos relatos, preservando-se o anonimato dos trabalhadores envolvidos. Impactos: Os encontros permitiram compreender a realidade complexa da atividade de trabalho dessa categoria, sua implicação no processo saúde-doença e a repercussão no cotidiano dos sujeitos. O diálogo, elemento central, tanto na educação popular quanto na ergologia, tornou-se categoria mediadora para o reconhecimento dessas pessoas como protagonistas de suas ações, contribuindo para sua autonomia e seu processo de emancipação. Ao mesmo tempo, possibilitou aos extensionistas uma aproximação com a realidade cotidiana de trabalho e com os conflitos vivenciados pelos trabalhadores. Considerações finais: Desde o planejamento à execução dessa experiência, ela foi reconhecida como um espaço promissor para o conhecimento da realidade complexa dessa atividade laboral. O debate, a criação de vínculos, contribuiu para construção de uma relação de confiança e cuidado em saúde entre extensionistas e o grupo de trabalhadores, contribuindo também para a formação de profissionais humanizados, socialmente comprometidos e críticos.
Palavras-chave
trabalhador; educação; extensão popular