Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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POTENCIALIZANDO O DESENVOLVIMENTO GERENCIAL POR MEIO DA EDUCAÇÃO PERMANENTE
BRUNA PEDROSO CANEVER, PAULO FERNANDO CAPUCCI, POLLYANNA MAYARA DA SILVA CÂMARA, JOSE DOMINGOS SEVERO, VANILDA MOREIRA SILVA, ANA HONORATO

Última alteração: 2015-10-28

Resumo


APRESENTAÇÃO: Norteadas pela política de Educação Permanente (EP) proposta pelo Ministério da Saúde, seguindo os pressupostos do SUS, as diretrizes de EP da Organização de Saúde, Associação Saúde da Família (ASF) Sul é um espaço de articulação interinstitucional que visa orientar e construir iniciativas políticas para formação e desenvolvimento dos profissionais de saúde. A EP almeja ainda ancorar a prática de trabalho no dia a dia dos profissionais de saúde, melhorar os processos no trabalho e o papel desempenhado pela gestão, além de potencializar a corresponsabilização e cogestão do serviço. Para o desenvolvimento das ações de EP é de fundamental importância o envolvimento ativo de toda a equipe institucional, bem como de nossos gestores nas unidades de saúde gerenciadas pela parceira da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, ASF-Sul. Nesta perspectiva, a partir das necessidades apontadas pelos gestores das unidades, foram criados Grupos Técnicos (GT) com a proposta de participação ativa dos gerentes, com intuito de aprofundar discussões acerca dos desafios enfrentados no processo cotidiano de trabalho. Este relato tem como objetivo apresentar a experiência da oficina de composição dos GT, e ainda os resultados da oficina do GT Desenvolvimento Gerencial das Áreas de Apoio.DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO A oficina para a composição dos GT ocorreu no dia 31 de julho de 2015, após saber da necessidade dos gerentes e planejar as ideias para desenvolver um encontro de forma participativa, foram criados nove Grupos Técnicos, a saber: GT Assistência Farmacêutica, GT Gestão da Assistência Clínica, GT de Regulação, GT Educação Permanente; GT Desenvolvimento Gerencial Assistencial; GT Cumprimento de Metas de Produção; GT Qualidade da Informação; GT Desenvolvimento Gerencial das Áreas de Apoio; GT Equipe Mínima Assistencial e de Apoio. A metodologia utilizada foi participativa a partir da estratégia de dinâmica do World Café, que promove a fácil integração e circulação dos participantes. Assim, cada gerente recebeu um Folder, com o nome dos GT, objetivos e principais ações estipuladas preliminarmente, para posterior construção conjunta com a equipe que iria compor. Foram dispostas no ambiente, mesas com os GT específicos e um facilitador da equipe técnica para incitar debates e esclarecer o propósito inicialmente pensado para cada GT. A cada 20 minutos os participantes circulavam entre os grupos, sendo que ao final todos tiveram a oportunidade de conhecer, expor e contribuir em cada GT. Em seguida, foi entregue um formulário com o nome de todos GT para que cada participante pudesse colocar em ordem de prioridade em qual GT gostaria de participar. Após esse momento, realizaram uma avaliação do dia demonstrando interesse e expectativas em iniciar esse novo modelo de trabalho. Após a definição da composição dos GT, no dia 18 de setembro de 2015, foi realizado o encontro que foi o marco inicial do nosso Projeto de Educação Permanente ASF-Sul intitulado como “Potencializando o Desenvolvimento Gerencial”, trabalhando diretamente com assuntos referentes ao GT Desenvolvimento Gerencial das Áreas de Apoio; com todos gerentes dos serviços de saúde da ASF-Sul (Capela do Socorro e Parelheiros). Entende-se que o Desenvolvimento Gerencial das Áreas de Apoio seja a busca pela ampliação e consolidação do papel do gestor em relação às demandas da organização. Com isso, nossos gestores precisam ter ferramentas avançadas e conhecer modelos de trabalho em gestão que lhes permitam analisar seu contexto de atuação, rever suas atitudes e pensamentos e garantir resultados nesta que é uma área tão complexa. Após a definição a respeito desta oficina, iniciou-se o processo de desenvolvimento de um manual de normas de procedimentos para adiantamento de caixinha (verba destinada a todas as unidades de saúde gerenciadas pela ASF, para aquisição de material ou contratação de serviços que não são subordinados ao processo normal de contratação) e comprovação de despesas, para ser entregue aos gerentes durante o encontro. Este documento servirá de base para consulta a fim de sanar dúvidas a respeito da melhor utilização desta verba e comprovação de despesas, respeitando as normas da organização e a legislação vigente. Ao longo da reunião foram abertas discussões sobre o cotidiano de cada serviço de saúde em relação às questões de Manutenção (Predial e Equipamentos) e a utilização da verba de Caixinha, para que juntos pudéssemos apontar as dificuldades encontradas e direcionar os gestores de modo que tais dificuldades não venham a causar descontinuidade no atendimento à população. Foi aberto também um espaço para as perguntas dos gerentes de cada serviço a respeito do tema, uma caixa com perguntas enviadas anteriormente pelos próprios gerentes circulou entre os participantes, que faziam o sorteio de uma pergunta, que era lançada a todos. Logo após a discussão sobre o ‘caixinha’ iniciou-se a segunda pauta a respeito do setor de manutenção, onde também foram abordados diversos assuntos do cotidiano dos serviços de saúde relacionados à área. Também com o mesmo formato, após a fala da responsável pelo setor de manutenção, todos tiveram a oportunidade de levantar seus questionamentos, tendo sido estes esclarecidos de forma que todos tivessem entendimento dos procedimentos adotados pelo setor de manutenção. Ao final todos realizaram uma avaliação sobre o dia trazendo os pontos positivos e as sugestões para poder sempre aprimorar estes momentos. RESULTADOS: A partir deste movimento de composição dos GT's, e da primeira oficina desenvolvida pelo GT Desenvolvimento Gerencial das Áreas de Apoio, foi perceptível o envolvimento e comprometimento dos gerentes no processo de construção coletiva. Essas iniciativas co-responsabilizam e possibilitam a autonomia fazendo com que os gerentes sintam-se parte do processo, trazendo contextos reais em que se pode, planejar e desenvolver Educação Permanente no seu cotidiano, trazendo assim real significado para a prática. Temos como ideal desenvolver uma práxis de apoio e cogestão em saúde a partir do método Paideia, onde um coletivo possa discutir e democratizar as decisões, trabalhando como uma gestão compartilhada sem hierarquias e principalmente utilizando o encontro com o outro para produção de afeto, ampliando assim a capacidade de desenvolver uma consciência crítica perante as práticas vivenciadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Considera-se que o primeiro passo para dar início ao desenvolvimento das habilidades gerenciais de nossos gestores foi dado, e mesmo que ainda a curto prazo já é possível ter frutos e diretrizes de quais caminhos podemos trilhar para alcançar os melhores resultados. A autonomia na tomada de decisão, a criticidade, a união e o espírito de equipe são elementos que legitimam verdadeiramente um coletivo, onde há troca de experiências, construções significativas para avançar numa perspectiva de melhoria dos processos de trabalho e em consequência maior resolutividade e assistência de qualidade a população.  

Palavras-chave


Educação Permanente; Gestão em Saúde; Gerentes de Unidades de Saúde