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I Edição VER-SUS DF: Eia SUS, Óh SUS
Última alteração: 2015-11-11
Resumo
APRESENTAÇÃO E OBJETIVO: O Projeto Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS para os íntimos) é sucessor ao Projeto Escola de Verão – PEV. PEV foi idealizado em 2001 e efetivado em 2002, através da implantação articulada entre a Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul - ESP/RS com o Movimento Estudantil da área da saúde, em especial ao de acadêmicos de medicina. O diferencial entre esses dois projetos, dar-se-iam sua configuração de participação, sendo que ao PEV, cabia tão somente a participação de graduandos em medicina, enquanto que ao VER-SUS empregava-se a participação multicursos de graduação na área/campo da saúde. Suas similaridades ocorrem com a oportunidade em vivenciar a gestão do Sistema Único de Saúde – SUS, utilizando-se dos períodos letivos de férias para realização das atividades e contato com a rede de serviços e controle social. O VER-SUS trouxe outra significativa ampliação, no que se refere a contribuição dos discentes para com a construção dos processos. Tinha-se como relevante a amplitude multiprofissional que o projeto poderia alcançar desde o momento da elaboração da proposta, até a sua realização. O Projeto VER-SUS foi realizado no Distrito Federal –DF treze anos após a sua primeira edição no Rio Grande do Sul. Antes disso, houveram duas outras tentativas, frustradas pela não aceitação e adesão da Secretaria de Estado de Saúde e ausência de expertise sobre a construção do projeto, respectivamente. Em sua terceira tentativa, um pequeno grupo de graduandos em Saúde Coletiva da Universidade de Brasília, foi incentivado à vivenciar o VER-SUS no município de Uberlândia-MG, com a expectativa que doravante, pudesse concretizar-se na região do DF. Ao retornar, utilizaram-se dos mesmos preceitos estudantis, nos primórdios da elaboração do projeto no Rio Grande do Sul, a saber: construíram uma rede de contatos. Contou-se com a colaboração e conhecimento técnico de organizadores de edições do VER-SUS RJ que disponibilizaram tempo e dedicação às normas e submissão do projeto para o Ministério da Saúde, em parceria com a Rede Unida e outros. Contou-se, ainda, com o apoio de alguns servidores da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde – FEPECS, vinculada à SES/DF. Somou-se os mais diversos profissionais de saúde em formação, e conseguiu-se desenvolver um conciso coletivo que tivesse como objetivo central a realização da I edição do Projeto VER-SUS no DF, tendo como norte a necessidade de avivar o Movimento Estudantil para a defesa e compreensão da realidade de saúde do SUS da região. DESENVOLVIMENTO: A organização da I Edição VER-SUS DF foi ramificada entre seis comissões estruturantes, a saber: Secretaria Executiva, Comissão de Programação, de Estrutura, de Comunicação, Pedagógica e por fim, mas não menos importante, a Comissão de Seleção. O grupo, até então sem denominação específica, foi formado por graduandos em Saúde Coletiva, Enfermagem, Medicina e Psicologia, totalizando um coletivo de vinte e dois estudantes/organizadores. Destes vinte e dois, sete já haviam vivenciado VER-SUS em outras localidades. Essa participação, foi necessária para o que pretendia-se efetivar como metodologia para o projeto no DF. Como preconizado pela Rede Unidade e pela própria Coordenação Nacional do VER-SUS Brasil, tem-se a imersão como método de participação obrigatório. Imersão, significa a estadia integral para as atividades elaboradas. O coletivo tinha em seu imaginário que dentre os 7 a 15 dias possíveis para a realização do VER-SUS DF, seria interessante manter a consciência de que por se tratar da primeira experiência, dever-se-ia manter a viabilidade de realização, entendendo que nove dias era o ideal para esta primeira edição e por semelhante modo, acompanhado este raciocínio, indicou-se que o número de participantes possível seria de 40 viventes e 4 facilitadores oficiais. Tinha-se preconizado que tal quantitativo poderia ser dividido em 4 grupos, contudo, atendendo aos anseios e preocupação da SES/DF para a entrada em alguns serviços específicos, esta formação acabou não sendo efetivada. Os quatro grupos foram divididos somente para a realização de tarefas no decorrer da convivência. Considerou-se os quatro elementos da natureza para formação destes grupos, a saber: Água, Fogo, Terra e Ar. Para esta primeira edição, planejou-se para que o alojamento tivesse disponível o acesso à internet para as postagens de portfólios e demais atividades que pudessem requerer esse tipo de serviço. Preocupou-se em realizar seminário de facilitadores, indicando dois dias possíveis para este momento próximos à realização da vivência. A produção de materiais específicos que, melhor detalhassem os serviços de saúde e a própria programação foi alvo de preocupação do coletivo organizador. IMPACTOS: Teve-se a divisão dos 44 participantes entre os 41 serviços de saúde existentes na programação, dentre eles, destacam-se: As Clínicas e Núcleos de Apoio à Saúde da Família de Samambaia, a Equipe de Saúde Prisional do Complexo Penitenciário da PAPUDA, os mais diversos Centros de Apoio Psicossocial, a Farmácia Viva, o Centro POP – Consultório na Rua, o banco de leite do Hospital Regional de Taguatinga, a Unidade de Pronto Atendimento de Ceilândia, a Casa de Parto de São Sebastião, o Hospital São Vicente de Paula e entre outros. A divisão ocorreu com os seguintes critérios: participação multiprofissional nas visitas, níveis de atenção e de gestão diferenciados e rotatividade entre os grupos, objetivando a maior convivência. Ressalta-se que a SES/DF possui em seu escopo mais de 450 unidades de saúde e por esse motivo, priorizou-se a amplitude de vivências nestes serviços. Tinha-se como espaço de fundamental inserção na programação a participação na 9º Conferência de Saúde do Distrito Federal, que ocorreu em dois períodos, sendo eles a abertura das discussões e a plenária final de aprovação de propostas. Nos períodos noturnos, ocorriam-se as discussões dos serviços e espaços vivenciados, com todo o grupo. Essa metodologia pareceu ser exaustiva, dada a amplitude de locais e regionais de saúde acompanhados no decorrer do dia. Ainda que com esta limitação, a extensa oportunidade de vivenciar os mais diversos pontos de saúde do DF serviram para reforçar a imensidão que é o SUS, onde notava-se na fala dos participantes o desconhecimento da influência cotidiana que este sistema possui para com os usuários. Compreendeu-se que a Atenção Primária à Saúde é de fato a porta de entrada do SUS e que este sistema é fruto de lutas de movimentos sociais e patrimônio dos brasileiros e brasileiras. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A I edição do projeto VER-SUS DF foi compreendida pelos participantes como uma mudança de vida pessoal e de perspectiva profissional, e ainda, contribuiu para o conhecimento na prática, mas como também em teoria do que se trata essa que é a maior política social do país. Considera-se que em novas edições, reveja-se a metodologia noturna dada aos espaços de discussões e que esses devam ser priorizados. Mas, o projeto demonstrou suas autenticidades ao oportunizar uma vasta gama de serviços e ao momento oportuno de acompanhar o maior encontro do controle social da região. Conseguiu-se formar e informar recursos humanos que possam futuramente efetivar os princípios e diretrizes organizativas do SUS de maneira qualificada. Indica-se a continuidade do projeto como meio de propiciar para estudantes de graduação em saúde e também para Movimentos Sociais o debate das políticas públicas de saúde no SUS, bem como o próprio estágio de vivências em âmbito Distrital e Regional.
Palavras-chave
Sistema Único de Saúde; Educação em Saúde; Participação Social;
Referências
Ceccim, R. B. Bilibio, L. F. S. CADERNO DE TEXTOS - Projeto Piloto da VER-SUS BRASIL. Articulação com o Segmento Estudantil da Área da Saúde: uma estratégia de inovação na formação de recursos humanos para o sus. Pag. 6-8. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/versus_brasil_vivencias_estagios.pdf>. Acesso em 1 out. 2015.
Caderno de Textos do VER-SUS/Brasil. Porto Alegre, Rede Unida. 1º Edição, 2013. Disponível em: <http://repositorio.redeunida.org.br/bitstream/handle/ru/198/caderno_texto_2013_digital.pdf?sequence=1>. Acesso em 1 out. 2015.