Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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I Edição VER-SUS DF: Eia SUS, Óh SUS
Danylo Santos Silva Vilaça, Andréia Alves Puttini Ramos, Álisson César Cardoso de Freitas, Maiza Misquita, Diogo Almeida Carneiro, Rodrigo de Souza Barbosa, Emily Raquel Nunes Vidal, Douglas dos Santos Vasco

Última alteração: 2015-11-11

Resumo


APRESENTAÇÃO E OBJETIVO: O Projeto Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS para os íntimos) é sucessor ao Projeto Escola de Verão – PEV.  PEV foi idealizado em 2001 e efetivado em 2002, através da implantação articulada entre a Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul - ESP/RS com o Movimento Estudantil da área da saúde, em especial ao de acadêmicos de medicina. O diferencial entre esses dois projetos, dar-se-iam sua configuração de participação, sendo que ao PEV, cabia tão somente a participação de graduandos em medicina, enquanto que ao VER-SUS empregava-se a participação multicursos de graduação na área/campo da saúde. Suas similaridades ocorrem com a oportunidade em vivenciar a gestão do Sistema Único de Saúde – SUS, utilizando-se dos períodos letivos de férias para realização das atividades e contato com a rede de serviços e controle social. O VER-SUS trouxe outra significativa ampliação, no que se refere a contribuição dos discentes para com a construção dos processos. Tinha-se como relevante a amplitude multiprofissional que o projeto poderia alcançar desde o momento da elaboração da proposta, até a sua realização. O Projeto VER-SUS foi realizado no Distrito Federal –DF treze anos após a sua primeira edição no Rio Grande do Sul. Antes disso, houveram duas outras tentativas, frustradas pela não aceitação e adesão da Secretaria de Estado de Saúde e ausência de expertise sobre a construção do projeto, respectivamente. Em sua terceira tentativa, um pequeno grupo de graduandos em Saúde Coletiva da Universidade de Brasília, foi incentivado à vivenciar o VER-SUS no município de Uberlândia-MG, com a expectativa que doravante, pudesse concretizar-se na região do DF. Ao retornar, utilizaram-se dos mesmos preceitos estudantis, nos primórdios da elaboração do projeto no Rio Grande do Sul, a saber: construíram uma rede de contatos. Contou-se com a colaboração e conhecimento técnico de organizadores de edições do VER-SUS RJ que disponibilizaram tempo e dedicação às normas e submissão do projeto para o Ministério da Saúde, em parceria com a Rede Unida e outros. Contou-se, ainda, com o apoio de alguns servidores da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde – FEPECS, vinculada à SES/DF. Somou-se os mais diversos profissionais de saúde em formação, e conseguiu-se desenvolver um conciso coletivo que tivesse como objetivo central a realização da I edição do Projeto VER-SUS no DF, tendo como norte a necessidade de avivar o Movimento Estudantil para a defesa e compreensão da realidade de saúde do SUS da região. DESENVOLVIMENTO: A organização da I Edição VER-SUS DF foi ramificada entre seis comissões estruturantes, a saber: Secretaria Executiva, Comissão de Programação, de Estrutura, de Comunicação, Pedagógica e por fim, mas não menos importante, a Comissão de Seleção. O grupo, até então sem denominação específica, foi formado por graduandos em Saúde Coletiva, Enfermagem, Medicina e Psicologia, totalizando um coletivo de vinte e dois estudantes/organizadores. Destes vinte e dois, sete já haviam vivenciado VER-SUS em outras localidades. Essa participação, foi necessária para o que pretendia-se efetivar como metodologia para o projeto no DF. Como preconizado pela Rede Unidade e pela própria Coordenação Nacional do VER-SUS Brasil, tem-se a imersão como método de participação obrigatório. Imersão, significa a estadia integral para as atividades elaboradas. O coletivo tinha em seu imaginário que dentre os 7 a 15 dias possíveis para a realização do VER-SUS DF, seria interessante manter a consciência de que por se tratar da primeira experiência, dever-se-ia manter a viabilidade de realização, entendendo que nove dias era o ideal para esta primeira edição e por semelhante modo, acompanhado este raciocínio, indicou-se que o número de participantes possível seria de 40 viventes e 4 facilitadores oficiais. Tinha-se preconizado que tal quantitativo poderia ser dividido em 4 grupos, contudo, atendendo aos anseios e preocupação da SES/DF para a entrada em alguns serviços específicos, esta formação acabou não sendo efetivada. Os quatro grupos foram divididos somente para a realização de tarefas no decorrer da convivência. Considerou-se os quatro elementos da natureza para formação destes grupos, a saber: Água, Fogo, Terra e Ar. Para esta primeira edição, planejou-se para que o alojamento tivesse disponível o acesso à internet para as postagens de portfólios e demais atividades que pudessem requerer esse tipo de serviço. Preocupou-se em realizar seminário de facilitadores, indicando dois dias possíveis para este momento próximos à realização da vivência. A produção de materiais específicos que, melhor detalhassem os serviços de saúde e a própria programação foi alvo de preocupação do coletivo organizador. IMPACTOS: Teve-se a divisão dos 44 participantes entre os 41 serviços de saúde existentes na programação, dentre eles, destacam-se: As Clínicas e Núcleos de Apoio à Saúde da Família de Samambaia, a Equipe de Saúde Prisional do Complexo Penitenciário da PAPUDA, os mais diversos Centros de Apoio Psicossocial, a Farmácia Viva, o Centro POP – Consultório na Rua, o banco de leite do Hospital Regional de Taguatinga, a Unidade de Pronto Atendimento de Ceilândia, a Casa de Parto de São Sebastião, o Hospital São Vicente de Paula e entre outros. A divisão ocorreu com os seguintes critérios: participação multiprofissional nas visitas, níveis de atenção e de gestão diferenciados e rotatividade entre os grupos, objetivando a maior convivência. Ressalta-se que a SES/DF possui em seu escopo mais de 450 unidades de saúde e por esse motivo, priorizou-se a amplitude de vivências nestes serviços. Tinha-se como espaço de fundamental inserção na programação a participação na 9º Conferência de Saúde do Distrito Federal, que ocorreu em dois períodos, sendo eles a abertura das discussões e a plenária final de aprovação de propostas. Nos períodos noturnos, ocorriam-se as discussões dos serviços e espaços vivenciados, com todo o grupo. Essa metodologia pareceu ser exaustiva, dada a amplitude de locais e regionais de saúde acompanhados no decorrer do dia. Ainda que com esta limitação, a extensa oportunidade de vivenciar os mais diversos pontos de saúde do DF serviram para reforçar a imensidão que é o SUS, onde notava-se na fala dos participantes o desconhecimento da influência cotidiana que este sistema possui para com os usuários. Compreendeu-se que a Atenção Primária à Saúde é de fato a porta de entrada do SUS e que este sistema é fruto de lutas de movimentos sociais e patrimônio dos brasileiros e brasileiras. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A I edição do projeto VER-SUS DF foi compreendida pelos participantes como uma mudança de vida pessoal e de perspectiva profissional, e ainda, contribuiu para o conhecimento na prática, mas como também em teoria do que se trata essa que é a maior política social do país. Considera-se que em novas edições, reveja-se a metodologia noturna dada aos espaços de discussões e que esses devam ser priorizados. Mas, o projeto demonstrou suas autenticidades ao oportunizar uma vasta gama de serviços e ao momento oportuno de acompanhar o maior encontro do controle social da região. Conseguiu-se formar e informar recursos humanos que possam futuramente efetivar os princípios e diretrizes organizativas do SUS de maneira qualificada. Indica-se a continuidade do projeto como meio de propiciar para estudantes de graduação em saúde e também para Movimentos Sociais o debate das políticas públicas de saúde no SUS, bem como o próprio estágio de vivências em âmbito Distrital e Regional.

Palavras-chave


Sistema Único de Saúde; Educação em Saúde; Participação Social;

Referências


Ceccim, R. B. Bilibio, L. F. S. CADERNO DE TEXTOS - Projeto Piloto da VER-SUS BRASIL. Articulação com o Segmento Estudantil da Área da Saúde: uma estratégia de inovação na formação de recursos humanos para o sus. Pag. 6-8. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/versus_brasil_vivencias_estagios.pdf>. Acesso em 1 out. 2015.

 

Caderno de Textos do VER-SUS/Brasil. Porto Alegre, Rede Unida. 1º Edição, 2013. Disponível em: <http://repositorio.redeunida.org.br/bitstream/handle/ru/198/caderno_texto_2013_digital.pdf?sequence=1>. Acesso em 1 out. 2015.