Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Tema: Fatores associados às necessidades de tratamento odontológico em idosos brasileiros
Chaiane Emilia Dalazen, Alessandro Diogo De Carli

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


APRESENTAÇÃO: Com o intuito de superar esta fragilidade, equipes de saúde bucal foram inseridas na Estratégia de Saúde da Família (ESF), a fim de diminuir os efeitos das desigualdades sociais no acesso aos serviços odontológicos. Diante do novo quadro demográfico, é fundamental o desenvolvimento de estudos que auxiliem na análise de fatores associados às necessidades em saúde bucal dos idosos brasileiros, para que iniquidades não sejam ampliadas. Este estudo teve como objetivos estimar a prevalência da necessidade de prótese e tratamento dental em idosos brasileiros e, verificar a associação entre essas necessidades e determinantes contextuais e individuais. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Realizou-se estudo com dados sobre a necessidade de tratamento dental e prótese da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal – SB Brasil 2010. A amostra de dados foi composta por idosos de 65 a 74 anos (n= 7.619). Modelos de regressão logística multinível foram utilizados para estimar odds ratio e intervalos de 95% de confiança entre as necessidades de tratamento e as variáveis contextuais (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, Coeficiente de Gini e cobertura de saúde bucal na Estratégia de Saúde da Família) e individuais (sexo, renda, escolaridade e cor da pele). A prevalência da necessidade de tratamento dental variou entre os municípios (p<0,05). A menor prevalência foi encontrada em Goiânia (18%) e a maior em Belém (48%). Nos municípios do interior, a menor prevalência foi observada na região Sudeste (21%), enquanto a maior foi na Norte (31%). Para a necessidade de tratamento dental, o sexo feminino foi fator de proteção (OR= 1,18; IC95% 1,05-1,31), as mulheres tiveram chance 40% menor de necessitar de tratamento, a menor escolaridade e cor da pele não branca fatores de risco (OR= 1,18; IC95% 1,05-1,31 e OR=1,28; IC95% 1,15-1,43); Para a necessidade de prótese, houve diferença estatisticamente significativa entre os municípios (p<0,01). A prevalência de necessidade de prótese variou entre os municípios do interior de 56% no interior da região Norte a 38% no interior da região Sul. Em relação às capitais, a maior prevalência foi verificada em Belém (71%) e a menor em Goiânia (31%). A cor da pele não branca representou fator de risco para a necessidade de prótese (OR= 1,83; IC95% 1,38- 2,42) e a renda fator de proteção (OR= 0,39; IC95% 0,30-0,51), idosos com maior renda tiveram chance 61% menor de necessitar de prótese.

Palavras-chave


Fatores socioeconômicos; Saúde bucal; Idoso; Inquéritos de saúde bucal; Estratégia de Saúde da Família; Cobertura de Serviços Públicos de Saúde

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