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INTRODUÇÃO: Marcada por um complexo processo de crescimento e desenvolvimento biopsicossocial, a adolescência é considerada um período de transição entre a infância e a fase adulta. Nas últimas décadas no Brasil, com a expectativa de que esse segmento continue crescendo, embora em ritmo desacelerado, a geração de adolescentes e jovens de 10 a 24 anos de idade é a mais numerosa em toda a história. Reconhecendo a vulnerabilidade do grupo de adolescentes e jovens, o Ministério da Saúde estruturou o Programa de Atenção à Saúde do Adolescente em nove eixos, sendo um deles a Sexualidade e a Saúde reprodutiva, por tratar-se de problemáticas relevantes nesta faixa etária (BRASIL, 2010). Objetivando propor e realizar um Projeto de Extensão e Ensino e/ou Pesquisa, voltado aos adolescentes das escolas públicas localizadas na Zona Norte da cidade de Manaus - AM, cadastradas no Programa Saúde na Escola. Tendo sua relevante importância por tratar-se de atividades educativas direcionadas ao conhecimento das transformações do corpo do adolescente e as medidas para promoção e prevenção das DST’s/ AIDS, visando garantir a esta faixa etária, antes mesmo do início de sua atividade sexual, a lidar com sua sexualidade de forma responsável, segura e incentivando o comportamento de prevenção e de autocuidado. METODOLOGIA: Este Projeto de Extensão é de caráter multidisciplinar propondo realizar, planejar e desenvolver com os acadêmicos bolsistas e voluntários, atividades direcionadas a prevenção e promoção da saúde sexual e saúde reprodutiva do adolescente. Utilizando a metodologia de ensino (metodologia ativas) e apresentando roteiros para diferentes situações didáticas, com o intuito de que todos os participantes se apropriem do conhecimento e possam usufruí-lo em prol da sua qualidade de vida saudável. Atividades desenvolvidas no período: vídeos explicativos e educativos sobre sexualidade e medidas preventivas das DST's/AIDS; dinâmica em grupo: conhecendo as mudanças do seu corpo (troca de conhecimentos); Elaboração com os acadêmicos de cartazes e folderes educativos sobre a temática; aulas expositivas (método narrativo) com recursos multimídia; demonstração do uso de preservativo (atividade realizada em pequenos grupos na sala de aula); planejamento, elaboração e execução de um Workshop sobre as temáticas abordadas com o intuito de sensibilizar os adolescentes. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Realizamos visita nas escolas estaduais acompanhado da responsável pelo Programa Saúde na Escola do DISA Norte. Descrevemos o Projeto ao(a) gestor(a) de cada escola, mencionando a importância do desenvolvimento do Programa com marcação da data conforme o calendário escolar. Desenvolvemos as atividades educativas em seis escolas públicas, com a participação de mais de mil alunos. Ao término das atividades alguns adolescentes procuravam os acadêmicos para: relatarem suas experiências, esclarecimento de dúvida, orientação em relação ao uso de preservativos e em alguns casos direcionamos ao atendimento de um profissional de saúde da Unidade Básica de Referência daquela escola. Dos vários relatos dos adolescentes, citamos aqui duas experiências bastante impactantes para a equipe. Em uma das escolas ao término da atividade, alguns adolescentes nos procuraram para esclarecer suas dúvidas, dúvidas estas que muitas vezes eram esclarecidas por pessoas da mesma idade que a sua, sem nenhuma experiência ou conhecimento do assunto, na qual eram passadas de forma incorreta e insegura,  como relatou esta adolescente: “Todas as vezes que vejo um homem bonito fico molhada, fico sentindo desejo por ele. Queria entender isso, e fui tirar minhas duvidas com uma amiga de 12 anos da mesma idade que a minha, mas ela já tem bastante experiência com essas coisas, ela me disse que todas as vezes que sentisse isso era pra eu colocar a caneta dentro da minha vagina que iria passar a vontade e eu fui e fiz, mas só que me feriu e não gostei da experiência, pois minha mãe proíbe esses assuntos em casa”. Podemos observar neste relato que muitos adolescentes, tal qual essa menina, não tinham um diálogo em casa com seus pais por falta de conhecimento sobre o assunto ou medo, mas conversar com seus responsáveis sobre sexualidade, além de ser carregada de preconceitos, vergonhas e tabus, isso porém, dificulta o diálogo, considerado essencial para as famílias, na orientação dos adolescentes para a prevenção e conhecimento do autocuidado. O segundo relato mostra-nos outra realidade: ao final das atividades daquela tarde uma adolescente de 13 anos fez o seguinte comentário: “Você poderia me dar mais desses impressos informativos e preservativos para eu levar para minha mãe, pois todos os dias ela fica com um homem diferente e ela não se previne. Tenho nove irmãozinhos e cada um é de um pai diferente, e tenho medo dela pegar essas doenças, tenho muita vergonha da atitude da minha mãe, quem sabe ela vendo esses panfletos ela para com isso de trocar de homem todos os dias”. De fato, tratar de assuntos como sexualidade, DST’S/AIDS, significa levantar questões alusivas à sexualidade e às relações entre os gêneros, conteúdos esses que costumam ser evitados, pelos tabus que os cercam, em decorrência de razões culturais ou falta de conhecimento sobre o assunto. Apesar de os adolescentes terem conhecimento de informações de prevenção sobre DST'S/AIDS esse conhecimento é vago e não o suficiente para comportamentos sexuais livre de riscos, pois reforça a ideia de que só acontece com outras pessoas. Encarar a sexualidade e reprodução de maneira positiva e como dimensão de saúde potencializa a autoestima e fortalecem adolescentes e jovens enquanto sujeitos sociais. É importante ao adolescente o conhecimento e funcionamento do seu corpo. Esse conhecimento os auxilia no controle da sua capacidade reprodutiva, a entender melhor como agem os métodos anticoncepcionais, a compreender e a realizar cuidados para evitar doenças sexualmente transmissíveis/HIV/AIDS e outras doenças que possam afetar a saúde sexual e a saúde reprodutiva (BRASIL, 2006). CONCLUSÃO: Produzir saúde com adolescentes é trazê-los para o centro do processo como sujeitos de direitos. É um recorte etário que requer atenção especial. A escola é um espaço privilegiado para desenvolver tal proposta, por agregar grandes números de adolescentes e é um espaço de socialização, formação e informação. Cooperando com informações ao adolescente para ajudá-lo na tomada de decisões relacionado à sua sexualidade e prevenção de DST´s/AIDS; Realizando oficinas e palestras sobre medidas preventivas relacionadas com sexualidade e DST´s/ AIDS conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, resgatando o conhecimento da equipe executora e dos adolescentes.

Adolescente; Sexualidade; DST`s-AIDS.