Anais do 12º Congresso Internacional da Rede Unida
Suplemento Revista Saúde em Redes ISSN 2446-4813 v.2 n.1, Suplemento, 2016
DIAGNÓSTICO DE VULVOVAGINITES PELA BACTERIOSCOPIA DE SECREÇÃO VAGINAL E COLORAÇÃO DE GRAM, EM GESTANTES QUE REALIZAM PRÉ-NATAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Joaquim Dias da Mota Longo, Cristina Barbosa dos Santos de Freitas, Elenir Rose Jardim Cury, Sandra Lucia Arantes, Marcelo Lourenço Mortari Alves, Yoshiaki Marques Moriyama
Última alteração: 2015-10-19
Resumo
INTRODUÇÃO: Em Mato Grosso do Sul, não é preconizado o exame de bacterioscopia (coloração de Gram) de secreção vaginal no atendimento à mulher, nas Unidades Básicas de Saúde. Os profissionais da saúde tratam as vulvovaginites mediante resultado do exame preventivo. Pesquisa realizada na cidade de Campo Grande/MS mostrou a efetividade da bacterioscopia na detecção de vulvovaginites em relação ao Papanicolau (95% para 50% respectivamente) (FREITAS, 2004). OBJETIVOS: Utilizar o método de Gram em gestantes que realizam o pré-natal; associar a sintomatologia referida com achados laboratoriais; acompanhar pós-resultados da bacterioscopia e, tratamento, se inseridos, a fim de fornecer subsídios para uma futura inserção deste procedimento no serviço. METODOLOGIA: Estudo epidemiológico longitudinal, prospectivo e intervencional com 22 gestantes, atendidas em UBSFs de Campo Grande-MS. Os profissionais que atenderam essas gestantes foram treinados e houve a inclusão da bacterioscopia na rotina do preventivo e da análise clínica laboratorial. As variáveis de estudo foram colhidas a partir da anamnese, aspectos clínicos, exame físico (queixas, sintomas, diagnósticos e tratamentos), resultados do exame Papanicolau e da bacterioscopia e foram analisadas utilizando epidemiologia descritiva. Possíveis associações entre as variáveis foram verificadas com os testes Qui-quadrado, Qui-quadrado de tendência e teste exato de Fisher, ao nível de significância de 5%. RESULTADOS: Do total de 22 gestantes, 45,5% estavam no primeiro trimestre da gestação com vida sexual ativa e 9,1% sem uso de preservativo. Idade média de 24 anos (± 6 anos). Achados: Colo alterado com ectopia e mácula rubra (59,1%), corrimento amarelado (45,5%). 31,8% foram submetidas a tratamento sindrômico, com Metronidazol 2 g e Miconazol 2%, via vaginal. Após tratamento: ausência de leveduras ou Trichomonas vaginalis. Tempo entre coleta e resultado laboratorial: 19 dias. 13,6% receberam tratamento após a bacterioscopia, que identificou a presença de Gardnerella vaginalis, ainda que sem queixas ou alterações ao exame na consulta inicial. CONCLUSÕES/CONSIDERAÇÕES: O estudo concluiu que a inclusão do exame de bacterioscopia (coloração de Gram) alterou muito pouco a rotina clínica e laboratorial e trouxe inúmeros benefícios adicionais no diagnóstico precoce das vulvovaginites em gestantes em comparação à prática somente da citologia oncótica. Também, propõe a inclusão do procedimento no Protocolo de Normatização de Assistência de Enfermagem nos Ciclos de Vida, da Secretaria Municipal de Saúde Pública de Campo Grande (MS), pois qualifica a assistência prestada ao pré-natal e propicia segurança e confiabilidade no tratamento prestado às gestantes.
Palavras-chave
Bacterioscopia. Vulvovaginites. Pré-natal.
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