Anais do 12º Congresso Internacional da Rede Unida
Suplemento Revista Saúde em Redes ISSN 2446-4813 v.2 n.1, Suplemento, 2016
IMPACTO DA VIOLÊNCIA URBANA NO CONTROLE DA DENGUE NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA, NORDESTE BRASILEIRO
Edenubia Pereira Felix, Andrea Caprara, Tamires Layane Lima, Joana nobre, Cyntia Monteiro
Última alteração: 2015-12-12
Resumo
Apresentação: A violência urbana é uma realidade epidêmica na maioria das grandes cidades do Brasil com mais de meio milhão de habitantes. A região Nordeste teve o maior Índice Homicídio Ano, em 2012. E, o Ceará foi o terceiro estado nordestino com maior índice, cuja capital Fortaleza liderou a lista nordestina. Situação que interfere em vários aspectos da saúde da população, inclusive no controle da dengue. O calculo do IDH funciona de acordo com o índice que varia de zero (nenhum desenvolvimento humano) a um (desenvolvimento humano total). O bairro da Granja Lisboa com uma população de 52,042 e IDH de 0,169 fica localizado na regional V, com 570 mil habitantes com 18 bairros. Objetivo: A pesquisa busca analisar as repercussões da violência urbana no cotidiano do controle da dengue a partir da realidade de um bairro do Município de Fortaleza, capital do Ceará, Nordeste brasileiro. Desenvolvimento do Trabalho Pesquisa descritiva e documental com abordagem qualitativa, dentro de um marco conceitual da pesquisa multicêntrica ecobiossocial sobre dengue e doença de Chagas na América Latina e no Caribe, realizada em bairros de Fortaleza, Ceará, no período de 2011-2013. Foi selecionado um bairro para o estudo atual, local com alto índice de violência. Para a coleta de dados foram utilizados diários de campo, relatórios de pesquisa e entrevistas com o agente de endemias e moradores. Na organização e análise dos dados, tomou-se como base a metodologia da análise de conteúdo, enfatizando a questão da violência e seu reflexo nas ações de controle da dengue. Resultados: Observou-se que a violência sobrepõe o interesse da população à saúde no caso da dengue, posto os altos índices de criminalidade, a inserção das drogas e seus desdobramentos, assim como, relatos de assaltos dos instrumentos de trabalho e fardamentos dos profissionais de endemias, no cenário estudado. Percebeu-se que essas questões atuam como situações limite no cotidiano do trabalho desses agentes, dificultando o acesso às casas e a mobilização social para organização comunitária no controle da dengue. Assim, a violência interfere na organização social em prol da saúde coletiva, e possui uma ligação direta com a questão da desigualdade social e com a inadequação das políticas públicas. Considerações Finais: Na concepção atual da saúde, a segurança é um fator importante para alcançar um ambiente saudável. Neste estudo, a violência foi um dos entraves para o controle da dengue, e, ao mesmo tempo, está presente nos determinantes da doença. A forma de organização social da população e a privação de um ambiente seguro distanciam as pessoas da participação social no controle da dengue, sendo necessário promover novas intervenções na problemática exposta.
Palavras-chave
violência, urbana, dengue
Referências
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