Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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REFLETINDO SOBRE A SEXUALIDADE E SUA INTERFACE COM A VIOLÊNCIA CONJUGAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Luana Moura Campos, Nadirlene Pereira Gomes, Jéssica Damasceno de Santana, Jordana Brock Carneiro, Fernanda Matheus Estrela, Telmara Menezes Couto, Nadjane Rebouças Gomes, Kátia Cordélia Cunha Cordeiro

Última alteração: 2015-11-17

Resumo


INTRODUÇÃO: A violência conjugal consiste em um problema de saúde pública, pois adoece física e emocionalmente às mulheres, bem como toda família. Enraizada na desigualdade de gênero, esse fenômeno é socialmente construído, naturalizado e compartilhado, de modo a reafirmar o poder do masculino sobre as mulheres. O domínio do homem se estende inclusive sobre o corpo, à vontade e a sexualidade de suas companheiras. OBJETIVO: Socializar a experiência de uma atividade de intervenção sobre sexualidade e sua interface com a violência conjugal. Métodos: Trata-se de uma intervenção vinculada ao projeto “Reeducação de homens e mulheres envolvidos em processo criminal: estratégia de enfrentamento da violência conjugal”, sob financiamento da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) e da Secretaria de Segurança Pública. As participantes foram mulheres com história de violência conjugal em processo junto à 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Salvador, Bahia, Brasil. Como técnica de coleta de dados, realizou-se grupo focal. O estudo respeita os preceitos éticos estabelecidos pela Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Resultados: A intervenção favoreceu o partilhar de experiências relacionadas à limitação do exercício da sua sexualidade, a vivência de violência sexual no relacionamento conjugal e a infidelidade por parte do cônjuge. As falas das mulheres, ancoradas na desigualdade de gênero, evidenciam relação entre vivência de violência conjugal e o exercício da sexualidade. CONCLUSÃO: A experiência constitui-se enquanto um espaço de reflexão, no qual as mulheres se deram conta de que não exercitam plenamente sua sexualidade, se sujeitando a vontade do cônjuge. Sinaliza-se, pois para a importância do olhar sob a perspectiva de gênero no sentido de dar visibilidade a violência que a mulher vivencia cotidianamente, condição essencial para ruptura do ciclo.

Palavras-chave


Violência contra a mulher; Violência baseada em gênero; Gênero; Educação; Violência Sexual; Enfermagem

Referências


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