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APRESENTAÇÃO: Apresenta-se uma análise da influência do fator cultural no cotidiano de trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) no município de Vitória da Conquista, Bahia, com base em dados obtidos em oficina temática. A oficina foi realizada em julho de 2015 e teve como objetivo identificar os fatores culturais que interferem na qualidade da Visita Domiciliar (VD). Buscou-se ainda, a definição conjunta de estratégias de intervenção visando ampliar a integração/interação entre os agentes e a comunidade. Na análise do fator cultural e seus reflexos no processo de produção do cuidado, o ACS foi compreendido como sujeito sociocultural e historicamente construído; e a VD, como uma estratégia fundamental que auxilia a mudança no paradigma da atenção à saúde. DESENVOLVIMENTO (método): A oficina intitulada “Influencia do fator cultural no processo de produção do cuidado” estruturou-se a partir de um recorte temático, sendo realizada em três etapas: a) Dinâmica para conhecer a percepção dos ACS sobre a presença dos fatores culturais no território; b) apresentação de situações/problemas criadas hipoteticamente; c) preenchimento de ficha para registro de narrativa individual (depois compartilhada com o grupo) contendo suas impressões, opiniões e prováveis soluções para os problemas identificados. Resultados: Foram capacitados 11 Agentes Comunitários de Saúde. Com base nos problemas detectados, o fator cultural mostrou-se relacionado com as dificuldades relatadas pelos ACS, e que afetam a qualidade da VD. Na percepção do grupo, os aspectos culturais, que refletem na produção do cuidado no espaço domiciliar, não ocorrem isoladamente. Relatou-se o atravessamento de condicionantes importantes: nível educacional da comunidade/família; condição socioeconômica; e ainda, o predomínio culturalmente estabelecido do modelo biomédico, cuja vertente justifica, em alguns momentos, o menosprezo em relação ao trabalho dos agentes no cenário da promoção da saúde e da prevenção dos agravos. Contudo, os agentes relatam que a maioria da população compreende e motiva a sua atuação cotidiana no território. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O processo de trabalho do agente mostrou-se transpassado por condicionamentos e comportamentos sociodemográficos e ambientais das famílias, culturalmente estabelecidos, que extrapolam a capacidade do ACS de intervir conforme as diretrizes do programa, exigindo ação, não somente multidisciplinar no contexto do PSF, mas também intersetorial, em busca de maior resolutividade da VD na produção do cuidado, no âmbito da Atenção Primária à Saúde.

Agente Comunitário de Saúde; Visita Domiciliar; Fatores Culturais