Anais do 12º Congresso Internacional da Rede Unida
Suplemento Revista Saúde em Redes ISSN 2446-4813 v.2 n.1, Suplemento, 2016
Ambiência Física do Centro Cirúrgico de um Hospital Universitário de Pernambuco: Um Relato de Experiência
Milena Kelry da Silva Gonçalves, Maria Rafaela Amorim de Araújo, Mariana Ferreira de Souza, Mariana Paula Silva Vasconcelos, Mariane Silva Tavares, Marília Samapio de Araújo, Emanuela Batista Ferreira, Dayane da Rocha Pimentel
Última alteração: 2015-10-30
Resumo
O Centro Cirúrgico (CC) é definido como um conjunto de elementos destinados às atividades cirúrgicas e a recuperação pós-operatória imediata, cuja disposição deve promover a facilidade de acesso aos pacientes críticos oriundos da emergência, UTI e internação. Divide-se em três áreas: Não restrita; Semirrestrita e Restrita. A estrutura física dos estabelecimentos de saúde é regulamentada por normas que visam o perfeito desenvolvimento das atividades e a segurança de funcionários e pacientes. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) N° 50/2011, regulamenta a estruturação, reforma e planejamento de CC com o intuito de prestar assistência efetiva ao paciente. Este trabalho objetivou analisar o CC de um Hospital Universitário localizado em Recife/PE, confrontando-o com as exigências contidas na RDC 50/2011. Trata-se de um relato de experiência, acerca da disciplina de CC da Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças, realizada no período de Maio a Junho de 2015 na cidade do Recife/PE. Para coleta de dados utilizou-se um roteiro observacional semi-estruturado, aplicado em cinco visitas ao CC, com duração de três horas, da unidade supracitada. O hospital em estudo possui seis Salas de Operação (SO) que constituem a Área Restrita do CC. No piso do CC observaram-se remendos que podem provocar contaminação patogênica, enquanto que deveria ser liso, resistente e de fácil limpeza, e não possuir fissuras. O aparelho de ar condicionado split mostra-se inadequado, pois deveria ser uma central de ar. Os ambientes do entorno da SO deveriam possuir 50% da luminância da mesma, com aumento gradativo da luminosidade em sua direção, aspecto não constatado. Um único corredor de acesso mostra-se adequado, porquanto promove o cruzamento do fluxo de pessoal e materiais esterilizados com aqueles contaminados, potencializando o risco de contaminação cruzada. A instalação elétrica apresenta-se exposta e com tomadas próximas ao piso, quando deveria ser embutida e com 1,5 m de altura, respectivamente. O lavabo deve ser próximo à SO, dotado de pia com torneiras, escovas e antissépticos; com acionamento de água e antissépticos realizado sem o uso das mãos. Observou-se que as torneiras não guardam distância adequada entre si (1m). A localização do vestiário deve anteceder as áreas Crítica, Semirrestrita e Restrita, posto que deva ser o acesso exclusivo ao CC, por ser destinado à troca de vestimentas e colocação dos Equipamentos de Proteção Individual. Este recinto apresentou disposição adequada e divisão para ambos os gêneros, alem de sanitários. No ambiente externo ao CC (Área Não restrita) há sanitários e uma copa, quando o ideal seria estar localizada na Área Semirrestrita ou inserida no CC. A sala de recepção de pacientes localiza-se na entrada do Bloco Cirúrgico e a Sala de Descanso dos Profissionais deve ser localizada em local estratégico para evitar a exposição ao meio contaminado externo. Devido às diversas incoerências observadas na Unidade, recomenda-se a adequação do projeto arquitetônico em conformidade com a legislação vigente e as políticas de segurança do paciente. Ao que cabe aos profissionais de enfermagem a contribuição ativa no planejamento físico e estruturação organizacional do setor, concorrendo para a melhoria da qualidade dos serviços praticados.
Palavras-chave
Enfermagem de Centro Cirúrgico; Ambiente de Instituições de Saúde; Centro Cirúrgico Hospitalar.
Referências
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RESOLUÇÃO - RDC Nº. 50, DE 21 DE FEVEREIRO DE 2002, disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/ca36b200474597459fc8df3fbc4c6735/RDC+N%C2%BA.+50,+DE+21+DE+FEVEREIRO+DE+2002.pdf?MOD=AJPERES
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