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INTRODUÇÃO O Programa Nacional de Avaliação em Serviços de Saúde (PNASS) reformulado através da Portaria nº 28/2015 é um programa do governo federal para avaliar a totalidade dos estabelecimentos de atenção especializada em saúde, ambulatoriais e hospitalares, contemplados com recursos financeiros provenientes de programas, políticas e incentivos do Ministério da Saúde, quanto às seguintes dimensões: estrutura, processo, resultado, produção do cuidado, gerenciamento de risco e a satisfação dos usuários em relação ao atendimento prestado. Denota-se que avaliar os estabelecimentos públicos e/ou privados e um processo contínuo que exige a participação mútua dos sujeitos envolvidos. Ao avaliar os serviços de saúde e os sujeitos envolvidos, novas ideias vão surgindo e a autoavaliação contribui para ocorrer mudanças no local de trabalho. OBJETIVO Compartilhar a experiência de avaliar os estabelecimentos públicos e privados que prestam serviços de saúde aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado de Mato Grosso do Sul. METODOLOGIA O presente estudo é um relato de experiência vivenciado pelas avaliadoras do Programa Nacional de Avaliação dos Serviços de Saúde (PNASS) no período de julho a agosto de 2015. A pesquisa foi transversal e quantitativa para avaliar a funcionalidade, prestação de serviços de saúde aos usuários do Sistema Único de Saúde e a satisfação destes usuários no atendimento recebido dentro dos estabelecimentos públicos e/ou privados. Portanto, para avaliar os serviços de saúde nas dimensões de estruturas, processos e resultados relacionados ao risco, acesso e satisfação dos pacientes/usuários, foi necessário utilizar como ferramenta avaliativa o Roteiro de Itens de Verificação do Programa Nacional de Avaliação de Serviços de Saúde (PNASS). O Roteiro de Itens de Verificação foram divididos em 05 Blocos: I, II, III, IV e V. Os blocos totalizavam 30 critérios que juntos somavam 180 itens de verificação em forma de perguntas para os entrevistados responderem objetivamente SIM ou NÃO. Estes itens foram classificados como: Imprescindíveis (I), Necessários (N) e Recomendáveis (R) e cada classificação continha uma pontuação com um determinado peso após o término da avaliação. Para aplicar o Roteiro de Itens de Verificação do PNASS nos estabelecimentos públicos e/ou privados de Mato Grosso do Sul, foi preciso realizar um sorteio devido termos 32 estabelecimentos (21 hospitais, 02 CER, 06 TRS e 03 UPAS) cadastrados para realização de tal pesquisa e 10 avaliadores cadastrados para realização da mesma, os trabalhos foram realizados em dupla. Foram excluídos os estabelecimentos hospitalares considerados como Hospitais de Pequeno Porte (HPP), definidos como aqueles que tinham 49 leitos ou menos. Desse modo, foram aleatoriamente sorteados 05 estabelecimentos, sendo: 01 Hospital no município de Campo Grande-MS, 01 Hospital em Fátima do Sul-MS, 01 Hospital em Nova Andradina-MS e 01 Hospital em Naviraí-MS. Entretanto, devido ao curto prazo de permanência dos avaliadores nos estabelecimentos públicos e/ou privados no Estado de Mato Grosso do Sul, os 05 Blocos (I, II, III, IV e V) tiveram que ser divididos em duas partes para as duas avaliadoras contratadas para este fim. Desta forma, foi possível a avaliadora nº01 aplicar os itens de verificação dos Blocos I e II referente a parte administrativa e a avaliadora nº 02 aplicar os itens de verificação dos Blocos III, IV e V referente a parte Assistencial. A divisão dos blocos agilizou a aplicação dos 180 itens de verificação lembrando que tivemos que respeitar o cronograma de deslocamento de uma cidade para outra. RESULTADOS E/OU IMPACTOS Avaliar os serviços de saúde não foi uma tarefa fácil, ela exigiu preparo do avaliador em saber avaliar, e o avaliado precisava ter a clareza do que estava sendo avaliado e compreender como, onde e de que forma se daria a avaliação. Uma vez aplicado a avaliação institucional, as informações dos resultados contribuirão para consolidar melhorias, diminuir gastos públicos e reduzir a insatisfação dos usuários. O Roteiro de Itens de Verificação do Programa Nacional de Avaliação em Serviços de Saúde (PNASS) foi uma importante ferramenta para obter informações negativas ou positivas sobre a realidade dos serviços de saúde nos 05 estabelecimentos avaliados. O fato de visitar os Hospitais (públicos e privados) foi uma experiência única e contribuiu para que as avaliadoras do PNASS conhecessem as peculiaridades de cada estabelecimento e elencasse alguns nós críticos. Portanto, ao visitar um Hospital de Campo Grande – MS no mês de julho de 2015 foram encontrados dois nós críticos, uma foi a paralisação dos servidores que aderiram a greve e a outra foi o abandono da construtora que estava reformando o hospital. Estes indicadores acabam influenciando negativamente na prestação de serviços de saúde aos usuários do Sistema Único de Saúde tanto no diagnóstico, no tratamento e na recuperação de suas enfermidades. Por outro lado, ao visitar os estabelecimentos públicos e/ou privados do interior de Mato Grosso do Sul, observou-se que no Hospital de Nova Andradina o setor de emergência acolhe, atende e acompanha as Vítimas de Violência Sexual, prestando a elas todos os cuidados assistenciais com o monitoramento de DST/AIDS, distribuição dos antirretrovirais e apoio psicológico. Ainda, os servidores deste estabelecimento participam da Educação Permanente em Violência Sexual. E, no Hospital de Naviraí a maternidade presta o serviço de Doula, realiza palestras educativas para a comunidade e tem o Projeto Amigos da Cegonha premiado em 1º lugar no X Prêmio Sul-mato-grossense de Gestão Pública na categoria: Práticas Inovadoras. Vale ressaltar ainda, que o Hospital de Naviraí realiza o acolhimento conforme preconiza a Portaria nº 4.279/2010 que “Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde”, todo o trabalho é realizado por uma enfermeira voluntária que se responsabiliza diariamente em direcionar os usuários, sanar as dúvidas e confortar as famílias quando há casos de óbitos. Além disso, o estabelecimento disponibiliza na porta de entrada do Hospital um lanche aos usuários. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao avaliar os cinco estabelecimentos sorteados, observou-se que os servidores na sua grande maioria, estão empenhados em adotar em sua rotina de trabalho a Política Nacional de Humanização do SUS, denota-se, que este é um ponto positivo para acolher os usuários carentes e leigos de seus direitos. Ao comparar o atendimento e distribuição de leitos entre os estabelecimentos públicos e os privados, constatou-se que mesmo o estabelecimento sendo público o atendimento prestado aos pacientes/usuários é igual em relação aos dos atendimentos particulares e aos dos convênios, este fato é um bom indicativo para facilitar a acomodação de leitos durante a estada de paciente/usuário que exigem altos cuidados e longa permanência no Hospital.

Avaliadoras do PNASS; Relato de Experiência; Serviços de Saúde